As obras
caritativas têm necessidade de uma dedicação absoluta. O Sr. Le Prevost evoca
sua própria vocação.
[1856]
Creio, caríssimo Senhor, que devemos encarar as obras
de um modo um pouco elevado e geral. Desde 25 anos tenho completamente
consagrado minha vida a elas, e adquiri a convicção de que as instituições
caritativas não podiam subsistir sem uma corporação que se dedicasse de uma
maneira absoluta para dar-lhes consistência. Neste momento, todos os patronatos
chegaram a não poder mais se manter nem produzir bem real nenhum, por falta
desse elemento de força e de estabilidade. Estou presentemente em relação com
fundações tentadas em todos os pontos: Marseille, Angers, Cherbourg, Douai,
Strasbourg, Chartres, etc... todas estão arrasadas e nos pedem socorro,
declarando que suas penas e sacrifícios são vãos, se instituições como a nossa
não acorrem ao socorro das obras para salvá-las.
Se considerar de um lado que a caridade parece hoje o meio de que Deus se
utiliza para religar o mundo à fé, e que as obras sem número que se multiplicam
em toda a parte são o principal meio de salvação para a sociedade, você chegará
a pensar como nós que se faz um nobre emprego de sua vida, esforçando-se por
fundar essas instituições tutelares que devem vivificar as obras, manter nelas
o espírito de verdadeira caridade e levar-lhes ao mesmo tempo um elemento de
consistência e de duração.
É neste pensamento que eu deixei o mundo e que todos os meus irmãos o têm
abandonado também; nenhum de nós arrepende-se de seu sacrifício, todos nós o
faríamos ainda se já não fosse consumado.
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