O Sr. Le
Prevost vai chegar a Marseille. As duas possibilidades que propõe para
essa viagem. Coloca seu comum projeto de união nas mãos de Deus.
Hyères, 1o de maio de 1856
Senhor padre,
Aguardava, para responder à sua última carta, que tivesse recebido o parecer do
médico de Paris, de quem tive que seguir as prescrições durante estes últimos
tempos, e que se tinha reservado determinar o momento em que eu poderia voltar
sem inconveniente.
Ele fixa minha volta para o dia 15 de maio. Estarei, portanto, livre para ir
visitá-lo, em muito pouco. Posso combinar minha viagem de duas maneiras,
que tomo a liberdade de submeter-lhe, para que você tenha a bondade de me dizer
qual das duas lhe seria mais conveniente.
Poderia chegar em sua casa, com o Sr. Paillé, para o qual lhe pedirei também
asilo, na véspera de Pentecostes, sábado, dia 10 de maio à noite, unicamente
para chegar ao meu quarto e me deitar. No dia seguinte, domingo, e na
segunda-feira, eu lhe pediria o favor de esquecer-se de mim de maneira absoluta
e de pensar somente em suas queridas crianças, das quais eu veria a primeira
Comunhão e com as quais partilharia as santas alegrias. Na terça-feira, de novo
livre, você poderia ocupar-se um pouco de nós, conversar sobre nossos assuntos
e, na quarta-feira, nos poríamos a caminho para Paris. O segundo plano seria
adiar minha partida em 8 dias, chegar em sua casa somente no sábado 17, à
noite, vigília da Santíssima Trindade, ver nesse dia sua Confirmação, dar a
segunda-feira aos nossos assuntos, e partir na terça-feira 20 de maio, para
Paris.
Se me perguntar, Senhor padre, qual desses dois projetos me agradaria melhor,
preferiria o primeiro porque, após uma ausência de seis meses, tenho pressa,
como você pode imaginar, de rever meus bem-amados irmãos, minhas criancinhas,
nossas obras, nossa pobre casa, que acreditava ter deixado para sempre. Mas,
afinal, só há a questão de sentimentos e, de forma alguma, uma necessidade. Se,
portanto, Senhor padre, alguma razão, por pouco notável que seja, o fizer
inclinar-se para o segundo plano, tenha bastante bondade para me dizê-lo, e não
hesitarei em conformar-me a seu parecer.
Parece-me bem duvidoso que seu venerável Bispo guardasse de mim alguma
lembrança após a entrevista tão passageira que me seria dado ter com ele;
entrego-lhe, no entanto, a incumbência de julgar o caso, e o deixo inteiramente
livre na decisão.
Comprometo-me de todo o coração, caro Senhor padre, assim como me pede, a
examinar com você o assunto do qual devemos tratar com toda a franqueza e
simplicidade; isso é, no meu parecer, a coisa de Deus e não a nossa, creio
poder responder-lhe que a tratarei com um inteiro desinteresse e que entregarei
sua solução à sabedoria e à santíssima vontade dele.
Recomendo-me bem, caro Senhor padre às suas boas preces, e renovo-lhe a
expressão do respeitoso apego com o qual sou
Seu humilde e devotado servo nos Corações sagrados de Jesus e de Maria
Le Prevost
P.S. --- O Sr. Paillé pede-lhe que aceite sua respeitosa lembrança.
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