Satisfação
em receber notícias de seus irmãos. Falta de pessoal para as necessidades das
obras. Adoração das Quarenta Horas. Estada de Timon-David em Vaugirard.
Vaugirard,
3 de julho de 1856
Caro Senhor padre,
Recebi, com sua boa carta do 28 de junho, as duas pequenas epístolas que me
escreveram os irmãos Joseph [Loquet] e Michel. Todo o conjunto me causou uma
verdadeira satisfação. A caligrafia desses bons jovens não é ruim; exprimem seu
pensamento com bastante desembaraço, mas sobretudo mostram uma abertura de
coração que já me havia tocado na visita que lhe fiz, e que me dá excelentes
esperanças para seu futuro espiritual. Posso prestar o mesmo testemunho acerca
do jovem Augustin Bassery que, segundo seu conselho, me escreveu também de
Amiens, e cuja carta ultrapassou muito minha espera. Não sei se nosso irmão
Caille o teria ajudado um pouco, mas os sentimentos que exprime, a simplicidade
toda amável que mostra ali, me conquistaram totalmente o coração. Escrevi-lhe
que, se se julgava seguro de suas boas disposições, podia chegar aqui e seria
acolhido por nós com uma cordial afeição. Se vier, faremos com que nossos cuidados
e nossa atenção lhe lembrem um pouco a benevolência paterna que velou por seus
jovens anos e colocou nele germes tão preciosos para a piedade e a virtude.
Se criar raízes entre nós, sua presença nos permitirá dispor de algum irmão que
poderia ajudar na conduta de suas crianças. Mas para destacar um membro mais
experimentado com o qual você possa contar como sobre um substituto para si
mesmo, teríamos necessidade que seu lugar entre nós fosse mais ou menos
substituído. Para isso, eu tinha um pouco contado com seu jovem eclesiástico
[Daviron], mas até agora, ele não me escreveu, o que me parece indicar uma
grande hesitação e uma vontade ainda pouco determinada. A vinda definitiva do
Sr. de Lauriston poderia também nos fornecer um recurso para ajudá-lo, não que
possamos desde o início colocá-lo em alguma função capital que o carregaria
demais e não lhe deixaria as folgas, de que teria necessidade nos primeiros
tempos para bem se assentar. Mas, associado a alguém dos nossos, poderia, sem
preocupação exagerada, dar uma ajuda útil e adquirir conhecimentos práticos de
que, mais tarde, tiraria proveito. Aguardamos, aliás, um novo irmão que parece
felizmente dotado, mas ainda não o temos.
Não me entristeço, quanto a nós mesmos, com a nossa penúria e o pequeno número
de nossos membros disponíveis. Andar passo a passo nos sucedeu muito, e
permanecemos de bom grado nesse movimento de prudente lentidão, em que nos
manteve a divina Providência. Desejaria apenas não demorar demais para dar-lhe
satisfação, prestando-lhe o apoio que exige o bem de nossas queridas crianças
de Arras. Estou pensando nisso constantemente. Recomendamos este interessante
assunto na adoração das Quarenta Horas, que se faz nos dias 3, 4 e 5 deste mês,
em nossa capela de Vaugirard. Durante estes três dias, e durante as duas noites
que comportam, o divino Senhor fica constantemente exposto para receber as
adorações dos fiéis e as nossas próprias. É um tempo de bênção. Espero que, se
fizermos dele um bom uso, o Deus de misericórdia dignar-se-á assistir-nos.
Nosso novo irmão de Marseille, Sr. Timon-David, de quem lhe falei, creio, numa
de minhas últimas cartas, está entre nós. Para bem integrar-se à família da
qual ainda não conhecia todos os membros, sentiu a necessidade de passar alguns
dias no meio de nós. Acho que a Comunidade fez em sua pessoa uma feliz
aquisição e que ele traz, aliás, com suas qualidades próprias, as boas
tradições da obra do Sr. Allemand, de quem, talvez, você já ouviu falar.
Escrevo somente
algumas palavras a seus dois jovens irmãos [Loquet e Michel]: espero que, pouco
a pouco uma confiança perfeita estabelecer-se-á entre eles e nós. Levaremos
para isso, da nossa parte, as mais sinceras e as mais cordiais disposições.
Tenha a certeza, caro Senhor padre, de que tais são sobretudo nossos
sentimentos para com você e que desejamos vivamente unir-nos a você com uma
terna e profunda caridade.
Seu todo devotado servo e amigo em N.S.
Le Prevost
P.S. --- Receberei com prazer notícias de seu jovem irmão seminarista [Cousin],
de quem suas últimas cartas não me dizem nada. Espero que continue sempre
com suas boas disposições; a conversa que tivera com ele em sua casa me tinha
deixado muito contente.
Os exercícios da adoração são para mim um tal acréscimo de ocupação que me
vejo, com pesar, na impossibilidade de escrever, como queria hoje, algumas
linhas a seus bons irmãos; queira, caro Senhor padre, assegurá-los de que o
farei brevemente.
Cinco horas,. sexta-feira, 4 de julho. Seu jovem irmão Augustin Bassery acaba
de chegar entre nós; possa ele ser verdadeiramente conduzido pelo Senhor e
encontrar, por sua graça, o espírito de dedicação e de perseverança.
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