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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 391 - ao Sr. Halluin
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391 - ao Sr. Halluin 

É preciso continuar a corresponder regularmente. Que o Sr. Halluin prova de discernimento nos negócios temporais. Disposições para o próximo retiro. Projeto de nomear os irmãos Carment e Thuillier em Arras. Como encarar a admissão de um jovem padre pouco apto a cuidar das crianças.

 

Vaugirard, 30 de julho de 1856

            Caro Senhor padre,

 

            Ia escrever-lhe, no momento em que recebo sua carta. Não tenha medo, como você dizia na sua precedente, de tornar suas correspondências freqüentes demais. Em nossos inícios, sobretudo, e até que, em todos os aspectos, não tendo mais do que um só coração e uma só alma, nos entendamos com meias palavras, teremos necessidade de comunicar-nos muitas vezes, e espero, segundo o que houve até agora, isso será, cada vez, com um entendimento sempre mais cordial e íntimo.

 

            Concordo plenamente com seu ponto de vista relativamente à casa vizinha da sua. Penso que  lhe é bem necessária e que é muito desejável adquiri-la, mas acho, porém, que não se deve sacrificar demais à conveniência e pagá-la muito acima de seu valor real. Você sabe melhor do que ninguém o que ela vale e quais as chances que  pode ter de obtê-la, seja presentemente, seja mais tarde. Preciso, portanto, entregar esse negócio plenamente a seu discernimento e sábia apreciação.

 

            Gosto muito de seu pensamento de retiro em Amiens, seria um pouco menos solene do que na Trappe, mas seria bem mais íntimo e de uma utilidade bem mais direta. Você teria, aliás, ali, preciosos recursos para esse retiro, com a presença em Amiens dos R.P. Jesuítas, dos Franciscanos, etc. Se uma viagem um pouco comprida não o amedrontasse para seus irmãos e postulantes, seria ainda bem melhor que fizessem o retiro conosco em Vaugirard, no fim de setembro. Como penso com você que precisa procurar todas as ocasiões de bem nos juntarmoscontribuiria de grande coração para essa reunião, partilhando com você, pela metade, as despesas de viagem dos irmãos e membros que achasse dever mandar. Você julgará, de resto, se essa combinação se pode conciliar com as necessidades e organizações de sua casa.

 

            Espero poder mandar-lhe, após a Assunção, dois irmãos; um que poderia substitui-lo na vigilância geral [Sr. Carment], o outro [Sr. Thuillier] que é sapateiro, poderia formar um pequeno ateliê de algumas crianças às quais ensinaria sua profissão. Poderia mandar-lhe mais tarde um terceiro, mas somente quando os dois primeiros estivessemacostumados e bem assentados. Ainda, essa última medidapoderia ser realizada, na medida em que você achasse que deveria mandar a Vaugirard o irmão Loquet. Tenho motivo para esperar que você poderá tirar bom proveito dos dois que lhe destino, cada um na sua função. Pareceria-me desejável que o primeiro, do qual você quereria fazer um tipo de lugar-tenente para si, não tivesse aula a dar. Esse tipo de função dificilmente combinaria  com seus hábitos, porque aqui nunca o ocupamos nisso, e, aliás, ele teria uma posição bem melhor para a conduta geral das crianças, se não tivesse que cuidar diariamente de algumas delas. Assim, seria, aliás, para você um ajudante pessoal, bem mais disponível e bem mais útil para dar-lhe um real alívio.

 

            O terceiro irmão, que  veria a possibilidade de enviar-lhe mais tarde, poderia dar aula, assim como faz o irmão Loquet. Pode-se contar perfeitamente com ele: exteriormente seu modo de trajar é excelente, sabe bem vigiar as crianças e ter ascendência sobre elas.

 

            Não perco toda esperança, pelo que você me diz, de ver seu jovem padre [Sr. Daviron] dar-se com você às obras de caridade. O que você reparou a respeito de sua falta de aplicação aos detalhes concernentes às crianças exigiria ser examinado. Se é por falta de zelo e de espírito de dedicação, certamente, ele não teria vocação para o ministério que o Senhor nos confiou. Mas, se fosse simples falta de aptidão para a obra dos órfãos, em particular, poderia acontecer que, empregado em outras obras, tivesse melhor êxito e concorresse para o bem com muita eficácia. Mas o mais importante está nisto: há nele verdadeira dedicação, espírito de zelo e de sacrifício, amor dos pequenos e dos fracos, desejo de dedicar-se à sua santificação? Peço-lhe, caro Senhor padre, para examinar isso diante de Deus, para  ajudar esse bom Senhor a reconhecer sua vocação e para dar-lhe bons conselhos para segui-la, num sentido ou no outro. Se ele se decidisse a vir a Vangirard com o bom desejo de escolher, como nós, a melhor partepoderia, sem pressa, procurar bem a vontade de Deus e, no momento de nosso retiro,  teria condições para assentar uma boa e sólida decisão.

 

            O jovem irmão Bassery vai muito bem até agora. Está contente e se entrosa bem, temos boa esperança e ele mesmo acredita que Deus o quer definitivamente a seu serviço. Seus jovens amigos de Arras vieram vê-lo domingo, mas ele estava no passeio; voltarão logo.

 

            Não tinha até agora conhecimento nenhum de seu pedido para a senhora que deseja um lugar de porteira: essa recomendação não havia chegado até nós. Se essa senhora tem consigo criancinhas, será quase impossível colocá-la como porteira. Se você tivesse a bondade de mandar-nos uma nota detalhada sobre essa senhora (idade, talentos, ambiente de família, aptidões, educação etc.), comunicaríamos esse pedido ao Conselho das Conferências onde, às vezes, se têm algumas ocasiões.

 

            Ofereça, por favor, minhas ternas afeições ao Sr. de Lauriston, que é para nós mais que um amigo. Rezamos por ele, receberemos com alegria notícias dele.

 

            Não tenho o tempo nem o espaço, caro Senhor padre, para dizer-lhe que nossos sentimentos de confiança e de afeição com você vão crescendo, à medida em que nossos relacionamentos são mais freqüentes. Estamos convencidos de que o Senhor mesmo faz e consuma, pouco a pouco, nossa união na sua divina caridade. Deixamos que Ele aja e lhe abandonamos nossos corações para essa obra numa boa vontade total. Assegure nossos bons irmãos de todo o nosso apego em N.S. e receba, você mesmo, caro Senhor padre, todo o meu respeito e meu cordial devotamento.

 

                                               Le Prevost

 




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