Os irmãos
Carment e Thuillier em
Arras. Nos negócios temporais, guardar sempre simplicidade e
retidão. O Sr. Le Prevost solicita orações pela vocação do Sr. de Lauriston.
Vaugirard,
18 de agosto de 1856
Caro Senhor padre,
Recebi em tempo sua carta, com a pequena nota sobre a senhora que nos
recomendou. Neste momento, Paris está quase deserta e as ocasiões de colocação
são raras, mas não perderemos de vista, no entanto, as informações que nos
transmitiu, e os que nos cercam as guardarão também sob seus olhos.
Não esqueço as necessidades que você me expôs, concernentes aos serviços
diversos de sua casa. Não podemos, infelizmente, prover a todos ao mesmo tempo.
Mas esforçar-nos-emos ao menos por dar um pequeno início ao empreendimento.
Acho que, no decorrer da semana que vem, dois de nossos irmãos, o irmão
Carment, que o segundaria para a direção, e o irmão Thuillier, que poderia
conduzir um pequeno ateliê de sapataria, chegarão junto a você. Nosso irmão,
Sr. padre Lantiez poderá, acho, acompanhá-los, para instalá-los e para
organizar, de acordo com você, os exercícios e movimentos da pequena
Comunidade.
Temos, depois de amanhã, quarta-feira, dia 20, a distribuição em nosso
orfanato de Vaugirard e, no domingo seguinte, dia 24, a mesma cerimônia
realizar-se-á em duas de nossas casas de patronato. Todo o nosso mundo está um
pouco atarefado neste momento. Depois, teremos mais liberdade e tomaremos
nossas disposições para a viagem a Arras, no decorrer da semana.
Acho que a criança que você consentiu em receber lhe será conduzida por nossos
irmãos. Não vejo, todavia, há algum tempo, aquele de nossos amigos que a
protege.
Estou plenamente satisfeito com os detalhes consoladores que você me dá sobre
sua instalação na casa de campo. Irei com alegria visitá-la, quando for vê-lo em Arras. O Senhor,
nessa ocasião ainda, o tratou como criança mimada. Espero que, sendo a
simplicidade e retidão de intenção sempre sua postura, o Pai Celeste agirá
assim constantemente com você.
O Sr. de Lauriston nos deixou hoje nas melhores disposições, tendo-se achado
bem à vontade e como em família no meio de nós, e não vendo mais, portanto,
dificuldade real para sua vocação. Mas vai peregrinar durante um mês. É uma
provação. Achará outras ainda nas indecisões do seu caráter, bem como nos
cortes realmente assaz dolorosos, que teria de consumar para abandonar sua
posição atual. Portanto, ainda é bem difícil augurar qual será sua determinação
final. Mas você rezará por ele, caro Senhor padre, e a graça o tornará forte.
Você o sustentará e ele terá a coragem de consumar seu sacrifício. Todos os
nossos irmãos recomendam-se às suas boas lembranças. O irmão Bassery continua
firme. Adeus, caro Senhor padre, acredite em meus sentimentos bem sinceros de
respeito e de devotamento em J. e M.
Le Prevost
P.S. --- Reze também pelo irmão Caille, que está também para ampliar sua casa.
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