A
caridade na vida em
família. Visita do Pe. Lantiez a Arras. A falta de pessoal
Vaugirard,
25 de agosto de 1856
Caríssimo amigo e
filho em N.S.,
Sua boa e afetuosa carta do dia 20 deste mês chegou até nós e nos deu uma
verdadeira satisfação, ao informar-nos que nosso irmão Marcaire ia melhor e que
suas pequenas indisposições eram somente o resultado dos grandes calores. Em
Vaugirard também, às vezes, ele experimentava semelhantes mal-estares, mas com
alguns cuidados os vencia e se recolocava de pé. Estou bem satisfeito
pela atenção toda paterna com que você cuidou de procurar-lhe os alívios de que
necessitava: a caridade está na essência de nossa obra e é sobretudo na família
que se deve manifestar.
Nosso bom padre Lantiez, que lhe entregará esta carta, lhe pedirá a
hospitalidade por dois ou três dias. Sei bem de antemão que você o acolherá com
afeição. Sua presença animará nosso irmão Marcaire e proporcionará a você mesmo
uma ocasião de efusão fraterna. Nosso bom padre deseja empregar esses dois ou
três dias para fazer um pouco de retiro: ele não o incomodará nas suas
ocupações. Recomendo-lhe particularmente que não faça de sua estada uma ocasião
de sobrecarga para seus trabalhos: é um irmão que vem à sua casa, estará
em família, em Amiens como em Vaugirard. Portanto, nada de cerimônia e de
transtorno, a cordial afeição basta, ela não lhe faltará em sua casa.
Entendo bem o isolamento de nosso irmão Marcaire. Muitas vezes pensei nisso e
já lhe teria proposto mandar-lhe um irmão para ajudá-lo, se não estivéssemos
muito apertados neste momento. Os irmãos Carment e Thuillier vão a Arras; o bom
Deus permitiu que nosso irmão Polvêche enfraquecesse em sua vocação. Você
entende que temos muitos vazios a cumular, sobretudo num momento em que minha
saúde ruim já me havia constrangido a acrescentar minha própria carga à de meus
irmãos. Guardo, tenha a certeza, a vontade de ajudá-lo, desde que pudermos, e
Deus, espero, nos dará os meios para tanto.
Vejo com prazer a sua disposição em deixar a Providência agir e em acompanhar
seu movimento no negócio da aquisição: com a ajuda de Deus seremos fortes, sem
Ele não faremos nada de bom.
Adeus, caríssimo amigo. Nós o veremos com grande alegria, se nos visitar
proximamente como está pensando. Abrace por mim o irmão Marcaire e assegure o
Sr. Allard de nossos bons sentimentos por ele.
Acredite, você mesmo, em toda a nossa terna afeição em J. e M.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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