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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 301 - 400 (1855 - 1856)
    • 400 - ao Sr. de Lauriston
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400 - ao Sr. de Lauriston

Exortação a responder sem tardar ao apelo do Senhor. Próxima inauguração do santuário de la Salette, em Vaugirard.

 

Vaugirard,  5 de setembro de 1856

 

 

            Caríssimo confrade e excelente amigo,

 

            Sua boa e desejada carta custou um pouco a chegar, é verdade. Todos os irmãos, quase falei todos os seus irmãos, me perguntavam constantemente: “Vieram algumas notícias do Sr. de Lauriston?” E, com a minha resposta negativa, o mundo, tantas vezes anatematizado pelos filhos de Deus, recebia ainda alguns apóstrofes que, infelizmente, não o preocupam muito. Quando digo aqui: o mundo, entende-se que não se tratava, de jeito nenhum, de você, mas desse meio sempre ao menos arriscado no qual se é jogado nas viagens e onde nossos amigos viam, com atenção, lançada a nave que carrega seus bons desejos, suas altas esperanças e estas santas aspirações que a graça do divino Senhor colocou no seu coração.

 

            Graças Lhe sejam dadas assim como a Maria, nossa bem-amada Mãe. Você escapou aos perigos do caminho, ficou junto de Deus e, usufruindo com simplicidade o descanso que lhe era concedido, fez a parte de sua alma, procurando em todo lugar algum pasto para seu uso. Coisa boa, caríssimo confrade e amigo: era tirar o melhor proveito possível da sua situação. No entanto, não o vejo sem satisfação voltar para nossas regiões menos admiráveis quanto às belezas físicas, mas onde  reencontrará, mais calma, recolhimento e onde Deus lhe reserva, espero firmemente, um asilo de paz, um santo e nobre emprego da última parte de sua vida, um ambiente de puras e cristãs afeições, enfim, todas as graças e consolações que ele reserva a seus mais íntimos servidores. É o que pedimos constantemente por você nas nossas orações. Todos os nossos irmãos, atraídos pelo seu humor suave e benevolente e por essas qualidades que Deus predispôs em você para a vida de família cristã e religiosa, acostumaram-se a considerá-lo como um dos seus e esperam sua volta como a de um amigo antigo. Não engane sua espera, não engane sobretudo as expectativas do divino Coração de Jesus que o quer bem próximo dele e que o chama a entrar em nossa solidão, para falar-lhe no fundo do coração.

 

            Tais são, caríssimo confrade e amigo, nossos pensamentos e nossos sentimentos a seu respeito; correspondem plenamente aos que Deus lhe inspira e que as distrações da viagem não apagaram. Espero que nos escreva ainda de Nantes, onde algumas seduções ainda lhe podem ser propostas pelo tentador, que será repelido, tenho certeza, com derrota. Ele será enfim vencido em Arras e, você, libertado por todos esses triunfos, virá oferecer ao Senhor sua liberdade reconquistada, com todas as faculdades de seu ser e todas as potências de seu coração. É o verdadeiro dom do homem a seu Deus, é o único sacrifício puro e agradável aos seus olhos.

 

            Agradeço-lhe em nome de toda a pequena família pela sua boa lembrança nos santuários e romarias da Santa Virgem. É às suas orações, mais do que às nossas talvez, que devemos uma graça bem importante obtida nestes dias por sua intercessão e de que lhe direi os pormenores na ocasião. Queira agradecê-la conosco e pedir-lhe a continuação dos seus preciosos socorros.

 

     A primeira pedra de nosso pequeno santuário de N. Senhora da Salete será lançada no dia 19 de setembro246; esperamos que a construção, uma vez iniciada, não ficará incompleta e poderá ser levada a termo.

 

            Adeus, caríssimo Senhor e bom amigo, temos pressa de revê-lo no meio de nós. Sua ausência causou um vazio que marca o lugar que você já se tinha feito ali: venha preenchê-lo logo. As horas são preciosas, quando contadas para a santificação e a salvação; não as desperdiceSanto Agostinho dizia: “Como é muito tarde, ó meu Deus, que o conheci e amei!” Não se exponha a dizer: “Como é muito tarde, Senhor, que o servi com um verdadeiro e absoluto devotamento!”

 

            Acredite, caríssimo Senhor e amigo, em meus sentimentos de respeito e de terno apego em Jesus e Maria.

 

                                               Le Prevost

 





246 Cf. infra carta 422 do dia 21 de novembro de 1856





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