O Sr. Le
Prevost examinou o projeto de união com o padre Choyer. Ele pede conselho ao
bispo de Angers a respeito do Regulamento do Instituto.
Vaugirard,
5 de setembro de 1856
Monsenhor,
Muitas semanas já se passaram, desde o momento em que estávamos reunidos ao seu
redor. No entanto, a boa impressão de suas piedosas e animadoras exortações
ainda não está apagada. Todos os corações a guardam preciosamente e nela
encontram um apoio para se sustentar na estrada e para avançar rumo ao nobre
fim que o Senhor dignou-se nos propor. Esperamos muito, Monsenhor, que
semelhantes socorros nos serão proporcionados, de vez em quando, por sua graça
e que nas nossas necessidades espirituais sua voz paterna se fará ouvir um
pouco mais vezes do que pelo passado.
A hora virá, aliás, precisamos acreditá-lo, em que poderemos, aproximando do Sr.
algum ramo de nossa pequena família, receber mais habitualmente, mais
felizmente ainda, seus conselhos, suas instruções, os conhecimentos de sua
sabedoria e de sua alta experiência.
Aguardando esse momento, que estamos preparando menos rápido do que o quereria
nosso desejo, mas bem seguramente se não me engano, venho hoje, Monsenhor,
submeter a seu exame um projeto de regulamento um pouco mais preciso do que
havia sido o que nos servia de apoio até agora.
Começamos a contar os anos de nosso Instituto, tomamos um pouco de consistência
e de crescimento, o momento pareceria ter chegado de reconhecer a via na qual o
Senhor quer que andemos. Monsenhor o Arcebispo de Paris pareceu desejar, aliás,
que tomássemos uma posição mais delineada e, num prazo bastante próximo,
teremos provavelmente que nos fazer aprovar formalmente por ele. Parece-nos,
portanto, bem essencial podermos, se houvesse necessidade, apresentar-lhe um
regulamento um pouco preciso e quase completo. O projeto que tenho a honra de
submeter-lhe aqui deixa, sem dúvida, muito a desejar, seja por causa de nossa
inexperiência, seja porque é um simples sumário de nossa situação presente e
não indica nada sobre os pontos dos quais não fomos obrigados de cuidar até
agora.
Todavia, como as circunstâncias podem trazer de um dia para outro os casos que
não se apresentaram até este momento, seria indicado que nosso regulamento,
sobretudo se for aprovado, respondesse a tudo e não nos deixasse incertos na
ocasião.
Assim, não previmos nada para nossos relacionamentos com o Ordinário, ignorando
o que teríamos a inserir sobre esse ponto em nosso regulamento.
Já temos quatro casas, que parecem bastante bem assentadas, a de Vaugirard, a
de Nazareth em Paris, e as de Amiens e de Arras. No entanto, não ousamos
determinar, no regulamento, nossos relacionamentos com as três casas que saíram
da Casa-Mãe, embora nos permaneçam intimamente unidas, temendo que esse ponto
levante, antes do tempo, a questão da superioridade geral para a conduta de
toda a família no seu conjunto.
Sempre pensamos que o Superior geral devia ser vitalício, não falamos disso no
regulamento pelo mesmo motivo. Ouso pedir-lhe, meu bom Senhor, para lembrar-se
de que é nosso primeiro Pai e para nos dizer muito confidencialmente seu
parecer sobre esses pontos importantes. Podemos omiti-los no regulamento? se
precisar, ao contrário, mencioná-los, em que termos devemos fazê-lo?
Temos deixado a Comunidade livre para escolher um Superior, eclesiástico ou
leigo, conforme o seu conselho. Também, segundo seu parecer, aumentamos a força
de ação do Conselho da Comunidade e, segundo o regulamento, asseguramos nele a
maioria aos irmãos leigos, para que sua posição seja garantida e que não sejam
deprimidos deploravelmente pelo elemento eclesiástico. Nossos irmãos
eclesiásticos parecem, como nós, convencidos da utilidade desta disposição e
aderem, aliás, unanimemente a todos os artigos do projeto que tenho a honra de
mandar-lhe.
Colocamos os votos perpétuos depois de 5 anos de estada na Comunidade. Nosso
Pe. Beaussier inclina-se a aumentar um pouco esse tempo. Ficaremos satisfeitos,
Monsenhor, por ter também seu parecer a esse respeito.
Enfim, no último capítulo do regulamento, concernente à forma a seguir para a
eleição do Superior, fazemos intervir o padre Diretor (embora seja escolhido
fora da Comunidade e não faça parte dela): ele assiste à eleição e até dá seu
voto com os membros do Conselho. Sua presença na eleição não parece apresentar
inconveniente nenhum certamente, mas é conveniente que ele tenha seu voto como
os membros do Conselho? Estou na dúvida sobre esse ponto e seria inclinado para
a negativa.
Não limitaria a isso, Monsenhor, minhas perguntas, se não contasse com sua
bondade para suprir nossa inexperiência e para ajudar-nos a formular um
regulamento tão completo e tão medido como o comporta a nossa situação. Esse
cuidado será uma continuação das sábias e tão salutares direções que Sua
Excelência nos deu, desde nossos primeiros começos e que nos foram a garantia
mais assegurada da proteção de Deus.
Toda a nossa pequena família pede humildemente, Monsenhor, sua bênção e
oferece-lhe seu profundo respeito pelo intermédio de
Seu humilde e submisso servo e filho em N.S.
Le Prevost
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