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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 404 - ao Sr. Halluin
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404 - ao Sr. Halluin

O Sr. Le Prevost insiste para que o Sr. Halluin participe no retiro de comunidade, pregado pelo Pe. Olivaint. O Sr. Halluin fez a aquisição projetada. Confiança na Providência que se faz “o ecônomo dos que se despojam por seu amor”.  A “culpa” em comunidade. Dia 28 de setembro, grande festa em Vaugirard.

 

Vaugirard, 19 de setembro de 1856

 

            Caro Senhor padre,

 

            Há muitos dias já, quero responder às cartas que você escreveu nestes últimos tempos ao nosso bom padre Lantiez e a mim. Estive menos livre para fazê-lo do que de costume, porque, tendo retomado em casa uma parte de minhas ocupações ordinárias, vi-me diante de muitos negócios atrasados, que tive que pôr em dia. Isso não significa que minha saúde esteja bem restabelecida e que eu possa contar positivamente que me será permitido passar o inverno no meio de nossa querida família; mas estava sofrendo por ver meus bons amigos e irmãos acabrunhados com trabalhos, enquanto eu ficava de repouso. Não pude resistir à tentação de dar-lhes um pouco de ajuda, e voltei inteiramente para a Comunidade.

 

            Vi, com uma satisfação partilhada por todos os nossos irmãos, que você esperava poder escapar alguns dias, para seguir o retiro conosco. Seria um repouso espiritual muito bom para você e uma ocasião para nós todos de vivermos em família durante alguns dias. Desejo muito que você possa realizar esse projeto. Ficaria muito satisfeito também se o Sr. Daviron pudesse vir, sobretudo se você crê que haja nele alguma intenção séria de estudar sua vocação e se realmente nele alguns indícios de vocação.

 

            Vejo com satisfação que pôde realizar a aquisição da casa que é contígua à sua. Era uma medida de rigorosa utilidade. Esteja bem assegurado, caro Senhor padre, de que a Providência não lhe faltará, ela faz-se a tesoureira e a administradora dos que se despojam por seu amor.

 

            O Sr. Lantiez me fez a pergunta em relação à pequena renda do irmão Carment. Tinha tido de início o pensamento de deixá-la inteiramente para a Casa-Mãe, que está bastante apertada presentemente e que tem, mais do que as outras, o encargo do Noviciado e várias despesas que lhe são próprias. Mas, levando em conta também suas próprias necessidades, fixei-me no pensamento de uma partilha fraterna. A metade lhe será, portanto, atribuída. Esquecia de dizer-lhe que nosso retiro começará em 28 de setembro à noite, para encerrar-se sexta-feira de manhã. Ele nos será dado pelo R. P. Olivaint, jesuíta, homem de coração e de talento, que nos conhece e nos ama particularmente. Não fomos livres para escolher um outro momento, porque esse bom Padre está comandado pela reabertura das classes do colégio do qual é Prefeito. Recebê-lo-emos com grande alegria, caro Senhor padre, assim como todos aqueles de nossos bons irmãos ou aspirantes de Arras que você terá a bondade de querer nos trazer.

 

            O Sr. Lantiez me diz que você espera algumas indicações sobre a maneira de fazer a “culpa” em Vaugirard. As indicações que ele lhe deu são exatas e podem ser suficientesParece-me, todavia, que se deve insistir, no que diz respeito às faltas contra o regulamento, sobre a exatidão no levantar e no deitar, na observação do silêncio nos tempos indicados pelo regulamento e pelos hábitos da Comunidade, enfim sobre o bom comportamento e a modéstia. Convém também indicar se a gente preparou ou não sua oração e cuidou de fazê-la bem. Fora destes acréscimos, os pontos assinalados pelo Sr. Lantiez me parecem ser suficientes. Deve-se notar, todavia, que a matéria da “culpa” não é invariável. O Superior, segundo as necessidades do momento, pode introduzir nela para um tempo tais ou tais pontos concernentes à disciplina ou à piedade, e até variar para outros, para  prevenir a monotonia ou a rotina.

 

            Acho, caro Senhor padre, ter respondido aos pontos mais essenciais anotados em suas últimas cartas. Se omito alguma coisa, não se acanhe em avisar-me, ou pessoalmente, ou pelo irmão Carment. Nunca recebemos com freqüência demasiada, segundo nosso desejo, notícias de nossos irmãos de Arras, e quanto mais íntimas e familiares se tornarem as comunicações entre nós, mais nosso coração será satisfeito.

 

            O irmão Bassery oferece-lhe particularmente seu respeito; ele vai bem. Testemunhou-me várias vezes o desejo de fazer seus primeiros votos depois do retiro. Acho que mais vale esperar a expiração de seu primeiro ano de Noviciado. Prometi-lhe, todavia, conferir a esse respeito com você, quando estiver entre nós.

 

            Abraço bem afetuosamente todos os nossos irmãos de Arras e reitero-lhe também, bem particularmente, caro Senhor padre, todos os meus sentimentos de respeitoso e terno apego em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. --- Temos, no dia 28 de setembro, no período da tarde, uma grande festa na casa de Vaugirard. São corridas e diversos divertimentos que imaginamos, para atrair de fora uma numerosa assembléia e preparar algumas ajudas por esse meio para a casa, os bilhetes de entrada sendo comprados. Acho que essa festa interessaria muito a nossos irmãos de Arras, se pudessem chegar a tempo para estarem presentes.

 

 

 

 

 

 




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