Um jovem
postulante, Sr. Allard, iria a Vaugirard, para estudar sua vocação. Movimento
de pessoal. O Sr. Caille renunciou à aquisição da casa contígua à de sua
comunidade. O Sr. Le Prevost terá que ver um médico antes do inverno.
Vaugirard,
10 de outubro de 1856
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Recebo com uma grande alegria as boas notícias que me traz sua carta. Tínhamos
muita estima e afeição por nosso jovem amigo, Sr. Allard, e era com grande pena
que o tínhamos visto tão indeciso sobre sua vocação, visto que todas pessoas
experimentadas estavam persuadidas de que a vontade de Deus o chamava para ser
um de nós. Estamos, portanto, inteiramente consolados, vendo que a luz se fez
plenamente para ele. Agrada-nos acharmos nesse fato como que uma extensão das
graças de nosso retiro, e agradecemos bem ternamente ao Senhor que estabelece entre
nós uma comunidade tão íntima e tão verdadeira nas obras e nos bens
espirituais, como nas afeições.
Todos aqui pensamos que seria bem melhor para o Sr. Allard vir o mais cedo
possível à casa de Vaugirard. Entendo bem que os avisos do Sr. de Brandt lhe
poderiam ser úteis, mas, de outro lado, o movimento regular e mais intenso da
comunidade aqui o sustentará mais, o afastamento de sua família, a mudança de
locais ser-lhe-ão favoráveis. Enfim, ele fará assim um pequeno sacrifício para
o bom Deus e se confirmará em sua vocação. Desejo muito, portanto, meu bom
amigo, que você tome suas medidas, para que esta disposição se realize o quanto
antes, muito persuadido que estou de que o Sr. Allard se sentirá melhor assim.
Você também não ficará prejudicado por isso, espero: o Sr. Guillot podendo
segundar bem utilmente o irmão Marcaire, e não podendo deixar de entender-se
perfeitamente com ele. De outro jeito, e se o Sr. Allard tivesse que ficar em
Amiens, eu não veria muito que haja razão suficiente para mandar-lhe o Sr.
Guillot, pois parece-me que, no estado atual das coisas e com a ajuda do jovem
Défosse, você poderia andar assim.
Acho bom o que você me propõe para o jovem Sr. Dufour: a viagem do Sr. padre
Mangot é uma ocasião favorável. Esperaremos, então, esse bom jovem, na segunda
ou terça-feira. Parece-me que, se o Sr. Allard quiser tomar corajosamente sua
decisão, nada o impediria de acompanhar também o Sr. Mangot. Queira dizer, meu
bom amigo, a este último que, se Vaugirard não lhe parecer incômodo demais por
causa do afastamento de Paris, seremos felizes de recebê-lo em nossa pobre
casa.
A diligência que você se propõe a fazer junto ao Sr. padre Fayer, secretário de
Monsenhor, me parece totalmente sábia; convido-o muito a não negligenciá-la.
Presumo que você deve ter renunciado, por enquanto, à aquisição da casa
contígua à sua, sendo que suas últimas cartas não me falam nisso. Você tinha
resolvido seguir, nesse negócio, os indícios dados pela Providência; é a única
via a seguir quando se quer, nas obras, andar com segurança e tranqüilidade de
coração. Por isso, eu não tinha inquietação alguma e considerava como certeza
que as coisas acabariam indo para o melhor lado, em qualquer sentido que fosse.
Lamento muito que não possamos tomar parte nas festas de suas crianças, por
ocasião da festa de São Florent. Você, ao menos, está bem certo, meu bom amigo,
de que todos os nossos corações estão com você e só se afastarão para voltar-se
para Deus e pedir-lhe que aumente ainda e sempre as graças que Ele já derramou
sobre você.
Adeus, meu excelente amigo; acredite em todos os nossos sentimentos de terna
afeição em Jesus e Maria.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
P.S. --- Devo, daqui alguns dias, segundo a ordem de nosso padre Beaussier, ver
meu médico e tomar seu parecer relativamente a minhas disposições para o
inverno; minha saúde se mantém mais ou menos, até agora. Abrace por mim
nossos dois jovens irmãos.
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