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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 409 - ao Sr. Halluin
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409 - ao Sr. Halluin

Alegria que fez nascer a união do Sr. Halluin ao Instituto. Felicidade e graças da vida de comunidade. Ecce quam bonum. Servidores dos pobres, os irmãos devem ter suas virtudes e, como eles, abandonar-se à Providência. Antes de começar um novo empreendimento, examinar se é segundo a vontade de Deus. Orações pelos irmãos ausentes e pelos benfeitores.

 

Vaugirard, 18 de outubro de 1856

 

            Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

            Sua boa e afetuosa carta era tão cheia de cordial e verdadeira caridade, tão impregnada das lembranças do retiro e da fraterna união que consumamos plenamente ao encerrá-lo, que achei que  devia lê-la inteira à nossa querida família, como um novo testemunho dos maravilhosos efeitos da divina caridade, quando ela se espalha nos corações. Nem é preciso dizer que todos os nossos irmãos ficaram profundamente tocados por ela e que, naquele dia, o ecce quam bonum et quam jucundum habitare fratres in unum foi rezado ainda com mais ardor e efusão do que de costume. Sim, caro Senhor padre, bendizemos sinceramente ao Senhor que fundiu nossas almas no seu divino Coração, para torná-las mais fortes para seu serviço e mais dedicadas à salvação de nossos irmãos.

 

            Parece-nos que um crescimento de vida realizou-se na nossa pequena família, e que combinando bem nossos meios, poderemos trabalhar um pouco utilmente no campo do Pai Celeste. Vejo com felicidade, caro Senhor padre, que você não espera nada senão através da oração, que todos os seus apoios estão em Deus, toda sua confiança em sua Providência e em seu amor. Vamos generosamente neste caminho; servidores dos pobres, devemos ter as virtudes dos verdadeiros e bons pobres, que repousam em paz nas ternas misericórdias do Pai Celeste e que esperam, dia após dia, sua subsistência de seu amor por sua alma e por seu corpo. Este pensamento muitas vezes me tocou: sendo os representantes, e ordinariamente como que os agentes dos pobres, devíamos ter sua humildade, sua paciência, seu desapego, seu recurso em  Deus. Nesta condição, teremos também, como eles, nosso tesouro nas predileções do Salvador e nos méritos abundantes que Ele lhes reservou.

 

            Acho bom seu projeto de giro para a coleta dos móveis e objetos inúteis, sobretudo se acha que encontrará real vantagem por sua casa e por suas crianças. Para os outros pobres, não sei se o Senhor deu-lhe facilidades de tempo e de recursos para cuidar deles; você irá agradar-me dizendo-o para mim na ocasião. De costume, o Senhor não nos muitas coisas a fazer ao mesmo tempo; todavia, suas vias são diversas e querem ser estudadas; procurarei com você reconhecê-las e segui-las em toda circunstância.

            Prestarei muita atenção em informá-lo de todos os fatos de certo interesse no tocante à comunidade, a fim de que você associe-se a todos os seus movimentos. Dir-lhe-ei em particular as práticas ou meios que nos pareceriam próprios a nos edificar; você me comunicará, à sua vez, suas boas inspirações, para a comunidade e para as obras. Resolvemos ultimamente que, após a oração da noite, o Memorare que dizemos no fim seria aplicado aos irmãos ausentes e aos benfeitores e que, antes de rezá-lo, se diria expressamente: Por nossos irmãos ausentes e por nossos benfeitores.

 

            Quanto aos negócios, não vejo nada de novo, senão o de Grenelle, do qual as linhas anexas, para o irmão Carment, lhe darão um detalhe suficiente. Um de nossos amigos de Chartres, o Sr. padre Levassor, veio nos fazer propostas extremamente favoráveis, para tomarmos a direção de um conjunto de obras que ele fundou nessa cidade, do tipo das nossas. Aceitamos a oferta em princípio, concordando que um livre espaço de um ou dois anos nos seria deixado para a execução.

 

            Estou bem feliz pelo fato de o Sr. de Lauriston estar acompanhando em sua casa os exercícios de comunidade; auguro bem disso pela confirmação de sua vocação, que me parece cada vez mais manifesta; assegure-o, caro Senhor padre, de nossas boas lembranças; rezamos constantemente por ele, e o recomendamos cada semana a Nossa Senhora das Vitórias.

 

            O irmão Augustin [Bassery] responderá a sua boa pequena epístola; ele vai bem e se recomenda à lembrança dos irmãos de Arras.

 

            E eu também, caro Senhor padre, peço-lhe para assegurá-los de minha terna e toda paterna afeição. Estou todo confuso por usar também esses termos para você mesmo; seu caráter, e muitas outras razões que silencio, deveriam dispor as coisas em sentido todo diferente; mas, já que aprouve a Deus, cujos desígnios são tantas vezes impenetráveis para nós, investir-me de um título do qual estou tão profundamente indigno, inclino-me sob  sua santa vontade e digo-me, caro Senhor padre, com uma respeitosa e inalterável afeição,

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

            P.S. --- Sua estátua da Santa Virgem deve estar moldada logo que estiver suficientemente seca; ela irá para sua casa como para nos lembrar que o laço que nos une uns aos outros é todo de ternura, de condescendência recíproca e de absoluta caridade.

 




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