Fórmula e
cerimonial para a renovação dos votos do 21 de novembro. Se o Espírito de
humildade e de zelo anima uma comunidade, Deus vem habitar nela. O Sr. Le
Prevost dá notícias de sua saúde. Aprender a ciência da cruz.
Cannes, 17
de novembro de 1856
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Mando-lhe em anexo a pequena fórmula para a renovação dos votos, no dia 21
deste mês, festa da Apresentação. A cerimônia se realiza assim em Vaugirard:
depois da Santa Missa, o padre, que foi convidado para este fim, faz uma
instrução aludindo à festa e ao ato de consagração que vão fazer os irmãos. Em
seguida, todos os irmãos professos ajoelham-se ao pé do altar e, cada um à sua
vez, pronunciam, em voz alta, a fórmula de renovação, segurando na mão uma
vela. Entoa-se em seguida o Magnificat, que é cantado em coro.
É costume, depois da cerimônia, os irmãos tomarem juntos uma pequena refeição
muito simples, mas que reflita a festa e a continue por uma expansão de
família.
Nossos irmãos de Arras devendo fazer, como os de Vaugirard, esta pequena
solenidade de renovação, toda a pequena família estará em união nessa piedosa
consagração; o jovem irmão Ernest e eu a faremos do nosso lado aqui, um pouco
tristes de estarmos a tanta distância da família.
Acho que seu negócio para a casa deu alguns passos num sentido ou noutro. Não
ouço falar nisso há muito tempo, ficarei bem satisfeito ao saber como você está
no tocante à casa. Receberei também com alegria notícias de seus caros irmãos
que, espero, formam com você uma pequena família bem afetuosamente unida. Nosso
irmão Marcaire terá encontrado, no irmão Guillot, um novo meio de sustentar-se
em piedade e um apoio para seus trabalhos de cada dia. Desejo muito que o
espírito de humildade, de esquecimento de si mesmo, de zelo santo pela glória
de Deus e pela salvação das almas, seja o espírito de sua pequena casa; Deus
então se alegrará nela e nela permanecerá constantemente em suave e íntima
familiaridade com vocês.
Minha saúde não é ruim, sem ser forte, todavia; o clima é magnífico aqui, sem
dúvida, mas onde está a perfeição neste mundo? A vizinhança dos Alpes dá muitas
vezes ao ar algo um pouco áspero e vivo, que faz mal a meu peito fraco, o ar do
mar tem também seus inconvenientes. Onde, então, há lugar nesta terra para os
que são muito fracos? Na cruz, onde podem encontrar seu repouso, se sabem
procurá-lo e prová-lo. Reze, meu bom amigo, para que eu aprenda essa ciência
tão boa e tão preciosa.
Vou escrever-lhe mais longamente outra vez; termino hoje, para que receba a
tempo a pequena fórmula, se ainda não está em suas mãos.
Adeus, caríssimo amigo, abrace seus irmãos por mim, ofereça meus respeitos aos
Srs. Mangot, de Brandt, Cacheleux, e acredite, você mesmo, no meu mais terno
devotamento.
Seu amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
(FÓRMULA)
Renovo, na presença de Deus e do mais íntimo de meu coração, o voto que fiz de
guardar (durante ... ou até o fim de minha vida) a pobreza, a castidade, a
obediência.
Renovo também o voto de consagrar-me durante o mesmo prazo (ou até meu último
dia) ao serviço dos pobres na Comunidade dos irmãos de São Vicente de
Paulo.
Dóminus pars
haereditatis meae et cálicis mei,
tu es qui
restitues haereditatem meam mihi.
|