Conduta a
levar frente a um confrade. Agir com doçura e caridade. Diplomas da Santa
Família a sortear. Leitura de l’Ami de la Religion e de l’Univers.
Más notícias sobre sua saúde.
Cannes 20
de novembro de 1856
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Responderei somente algumas linhas hoje à sua boa carta, achando-me bastante
indisposto há vários dias.
Nada posso dizer, como você presumiu, sobre a capela. Seria preciso, para nos
decidirmos a alugá-la, uma vantagem bem notável, pois, mesmo fazendo suas
reservas, a Comunidade e as obras sofreriam com essa medida. Todavia, como
seria temporária, seria o caso de examinar; as condições propostas
determinariam a decisão a tomar.
Estou bem contente por você ter adiado toda disposição sobre nosso
confrade, Sr. Dupaigne, até exame amadurecido de nossa parte. A carta que você
queria lhe escrever o teria inevitavelmente ferido, a posição que você o deixou
tomar em sua casa é lamentável, com certeza, mas o remédio seria pior do
que o mal. Será preciso tolerar esse inconveniente, vigiar para que ele não
aumente, aproveitar das ocasiões que você teria para diminui-lo, sem nada
quebrar, e sobretudo esforçar-se para que o espírito da comunidade sofra com
isso o menos possível. Será também uma lição da qual você deverá, assim como
seus irmãos, tirar proveito para o futuro. Talvez você pudesse, quando esse bom
jovem lhe pedisse alguma nova reunião na casa, motivar a recusa bem suavemente,
levando em conta que a regra já foi um pouco ferida em atenção a ele, e que lhe
foram feitas observações a esse respeito; coloque em tudo isso prudência, mas
caridade também; somos sobretudo homens de caridade.
A pedra litográfica do título de honra da Santa Família ficou no litógrafo,
cujo nome está em baixo dos exemplares. Fica perto da rua du Bac, do lado da
rua de Sèvres, casa dos banhos, ao lado da loja de novidades das Irmãs da
Caridade. O preço do sorteio é, acho, de 22f o cento. Precisaria fazer uma tiragem de,
parece-me, uma centena ou mais para o Sr. Morot e ver se o Sr. Leblanc não
acharia bom, de seu lado, fazer uma distribuição de títulos, para reanimar o
zelo e a perseverança de sua boa gente.
Receberei com prazer l’Ami de la
Religion, pois l’Univers262 não parece
ter-nos sido concedido. Teria-me sido mais apropriado durante minha ausência,
porque é publicado todos os dias, mas é preciso tomar o que Deus dá, nas
diversões como para o resto. O Sr. Myionnet não vai deplorar a falta do Ami
de la Religion?
Há um mês não vejo um jornal; acho que há certas coisas, porém, que me é
indispensável conhecer; tenha, portanto, caro amigo, a bondade de cuidar disso.
Uma senhora de Hyères, que está aqui e que vai retornar daqui alguns dias,
levará uma cartinha minha para nosso bom Sr. Casteil.
Disse-lhe, no início, que minha saúde não valia grande coisa há alguns dias.
Aconteceu novamente comigo, com efeito, uma inflamação dos brônquios; meu
peito está extremamente irritado e sofre; tusso um pouco e, o que me consternou
um pouco, tornei a ter duas ou três vezes alguns escarros sangrentos. Que a
santa vontade de Deus seja feita! Atribuo esse sofrimento à extrema secura do
ar; só choveu uma hora, com uma chuva fina imperceptível, desde nossa chegada.
Há muita poeira, o ar dos Alpes é corrosivo quando caiu neve. Enfim, o vinho
desta região é também para mim uma provação bastante rude. Voltei, então, ao
regime das atenções e ao estilo de homem com cara de doente, que tinha no
último inverno; a natureza é um pouco crucificada por isso, sem dúvida, mas se
isso glorifica a Deus, que seu santo nome seja bendito.
Adeus, caro amigo; amanhã, festa da Apresentação, nos manteremos bem unidos à
nossa querida família para a solenidade da renovação dos votos. Abraço-o
ternamente; abrace por mim meus bem-amados filhos de Nazareth.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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