Agradecimentos
por dois livros que lhe enviaram, La présence de Dieu e Fabiola.
Apreciação. Pede que lhe façam chegar um jornal.
Cannes, 27
de novembro de 1856
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Mando-lhe cartas breves para três de nossos irmãos de Nazareth. Não escrevi
hoje para meu bom padre Hello, tendo-lhe já escrito e não tendo mais o tempo
suficiente antes da saída do correio. Assegure-o, por favor, de que estou
longe, no entanto, de esquecê-lo; ele sabe minha terna e inalterável afeição
por ele, meu vivo interesse pelas obras santas de que está encarregado, enfim,
a doce satisfação que sempre sinto ao entreter-me com ele.
Peço-lhe, meu bom amigo, para me mandar de volta a carta de nosso amigo Sr.
Deslandes; ainda não pude dar-lhe resposta, por não tê-la sob meus olhos.
Conto também com sua bondosa atenção para fazer, em meu nome, uma pequena
visita de agradecimento ao Sr. Douniol; ele teve o caridoso pensamento de
mandar-me, em Cannes, um pequeno livro do Pe. Gonnelieu sobre La présence de
Dieu, que ele acaba de publicar. Estive vivamente tocado por essa
delicadeza do nosso bom confrade; é uma atenção de coração como só têm os
verdadeiros cristãos. Faço muito questão de que você lhe exprima bem vivamente
minha gratidão por isso. Assegure-o de que rezarei por ele ao utilizar seu
pequeno livro, que uso para minha leitura espiritual.
Uma outra atenção que me foi também muito agradável, foi o envio de Fabiola263;
quanto a esta, é a você, com muita certeza, que a devo. Embora esteja
acostumado com suas afetuosas preocupações para comigo, não lhes sou menos
sensível; abraço-o de todo o meu coração nas duas faces, por esse bom e
fraterno pensamento. Esse livro, que acabo de ler, não é perfeito; falta-lhe,
se não me engano, simplicidade e comete o erro de misturar uma ação dramática
demais, para não dizer romanesca, aos atos admiráveis dos mártires. Mas inclui,
sob formas atraentes, muita ciência cristã, considerações muito elevadas (às
vezes um pouco rebuscadas) sobre a doutrina de J.C., enfim um paralelo muito
notável entre o paganismo e o cristianismo. No conjunto, é bem melhor do que a
maioria de nossos livros de bibliotecas cristãs, mas, com mais gosto e
simplicidade, o autor poderia ter-lhe dado um mérito bem mais elevado. Poderei
emprestá-lo aqui utilmente; ele, espero, não será também sem me fazer algum
bem; contém coisas bem edificantes sobre os mártires. Sente-se vivamente,
lendo-o, que imensa luz foi lançada no mundo, quando a divina Caridade desceu
nele.
Até agora não tenho nenhum jornal; se você puder fazer com que me chegue um,
qualquer um, cristão, é claro, lhe serei bem agradecido.
Minha saúde está sempre bem pobre; não cuspo mais sangue, tusso pouco, mas
minha dor e fraqueza habituais de peito aumentaram sensivelmente. Aclimato-me
também dificilmente, quanto ao resto do organismo; estou sofrendo, no entanto,
um pouco menos do que estes últimos dias.
Adeus, caríssimo amigo, recebi uma boa carta do nosso padre Beaussier,
agradeça-o muito por mim; é uma grande consolação e um grande descanso para mim
saber que ele torna a visitar regularmente sua casa e Vaugirard. Descuidam
muito de mim em Vaugirard: até agora recebi somente algumas linhas do Sr.
Myionnet. Há 10 dias ele não me escreve nada, dois ou três de nossos irmãos
somente me deram sinal de lembrança.
Adeus, caríssimo amigo, sou com uma terna afeição
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
P.S. O pequeno irmão Vasseur faz mil afeições a seus irmãos de Nazareth; logo
lhes escreverá uma cartinha. Segue muito bem até agora as boas instruções que
lhe fizeram na partida e só me deu motivos de satisfação.
|