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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 429 - ao Sr. Caille
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429 - ao Sr. Caille

Notícias das obras. Nada de desejos por demais fixos, deixar-se conduzir pela vontade de Deus. Vigiar para não misturar vários interesses que combinariam mal no futuro. Como reforçar os laços fraternos entre as obras de Paris e as do interior. Recordação do falecimento de Dona Taillandier.

 

Cannes, 2 de dezembro de 1856

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Agradeço-lhe por sua boa e filial carta; quanto mais longe de meus bem-amados filhos, tanto mais agradável fica-me receber alguma marca de sua lembrança afetuosa. É sempre com alegria também que fico sabendo que nossa querida família, em Amiens como em outro lugar, guarda suas boas disposições e tende cada vez mais a essa união com Deus, que põe a paz nos corações e os torna próprios para as obras de misericórdia e de santificação. Progrida sempre nesse bom caminho, caríssimo amigo, e o Senhor completará a pequena fundação que começou em sua casa. Ela firmar-se-á e tomará os desenvolvimentos que serão conformes aos desígnios de nosso divino Mestre; é bom, é suave deixar-se assim conduzir à mercê de sua vontade, sem projetos preconcebidos ou pelo menos sem desejos por demais fixos.

 

            Unir-me-ei a você, assim como nosso jovem irmão Ernest, para a novena à Santa Virgem Imaculada, na intenção de seu projeto de aquisição; se esse negócio  terminar definitivamente, faça com que a posição de sua obra seja um pouco nítida nele; preparam-se às vezes estorvos para o futuro, ao misturar  vários interesses que podem, mais tarde, combinar mal.

 

            Estou bem comovido por sua atenção em rezar por mim, bem agradecido também pela bondade do Sr. Mangot, que ofereceu o Santo Sacrifício por mim. Continuo ainda sofrendo, aclimato-me aqui com bastante dificuldade, o ar do mar e a vizinhança das montanhas são duas forças bem vigorosas para meus fracos órgãos. Mas sofrer é um meio de glorificar a Deus, de santificar-se e de cooperar nas obras santas, se se sabe aceitar bem sua cruz e uni-la à do divino Salvador; peça-Lhe, caro amigo,  que eu aprenda essa preciosa ciência, na qual se entra tão dificilmente e à qual repugna tão fortemente nossa pobre natureza.

 

            Não estou sozinho a sofrer neste momento em nossa pequena família; o Sr. Halluin me escreve que o irmão Loquet está tossindo e cuspe sangue, que o médico diz que precisaria para um certo tempo poupar muito seu peito e dar repouso ao pobre jovem. O Sr. Halluin nisso  algumas dificuldades prováveis para seu serviço, e pergunta se não seria o caso de trocar, nesse caso, um de seus irmãos menos experimentados por um irmão mais formado. O estado do irmão Joseph pode ainda melhorar, combinei com o nosso bom padre que íamos ter paciência provisoriamente e pedir a Deus de vir nos ajudar.

 

            Nossos irmãos de Vaugirard e de Nazareth vão bem. Recebi dos últimos cartas bem recentes, mas há uns dez dias o Sr. Myionnet não me escreve. É um prazo bem maior do que usa ordinariamente, mas os de Nazareth me teriam advertido, se tivesse havido algum fato notável, não tenho, então, inquietação séria por causa desse atraso.

 

            A solenidade da renovação dos votos, presidida pelo Sr. Vigário Geral Dedoue e nosso padre Beaussier, se realizara bem. O Sr. de Lauriston, voltando para Arras após uma ausência de alguns dias, se achava também nesse momento em Vaugirard. Ele mostra sempre a boa disposição de consagrar-se ao serviço de Deus; o Sr. Halluin me escreve que, tendo-lhe sido feitas ofertas muito vantajosas para um emprego considerável em Nantes, onde está toda a sua família, ele está muito decidido a recusá-las. Continue, meu bom amigo, com seus irmãos, a rezar por ele, para que a graça o assista na consumação de seu sacrifício.

 

            O Sr. Allard me escreveu, assim como a você, uma cartinha que me deu muita satisfação; espero que esse bom jovem acabe se estabilizando definitivamente e se dará de todo o coração ao Senhor.

 

            O Sr. Halluin lamentava, em uma de suas últimas cartas, que as comunicações entre as diversas partes de nossa pequena família não eram bastante freqüentes e bastante regulares, e que não se sentia bastante intimamente a vida comum. Já o tinha pensado; procuraremos encontrar algum meio para responder a essa necessidade; se você algum caminho conveniente, peço-lhe para me indicá-lo. Tinha sonhado em fazer tomar, a cada quinze dias, um resumo do que o jornal redigido quotidianamente em Vaugirard poderia ter de interessante, e em mandá-lo a Arras e a Amiens que, em seu certificado de recepção, nos diriam à sua vez tudo o que teria havido de notável entre eles.

 

            Agradeço-lhe pelos detalhes que me sobre o falecimento do jovem Lavernaud e sobre os cuidados caridosos que recebeu de suas crianças; é uma obra merecedora, espero, para todos; bendigo ao bom Deus por isso; temos rezado aqui por essa pobre criança.

 

            Você sabe que perdemos, na pessoa de Dona Taillandier, uma amiga bem generosa, bem dedicada a toda nossa pequena família. Convidarei o Sr. Myionnet a mandar-lhe cópia da carta que nosso bom padre Taillandier, seu filho, me escreveu sobre seus últimos momentos; nada mais edificante. Na sexta-feira, as duas casas fizeram em Nazareth um serviço solene; a família, as Conferências Saint Sulpice e Saint Germain-des-Prés, a Santa Família, muitos pobres assistiam; é uma dívida de gratidão que quisemos pagar para com essa amiga tão dedicada. Recomendo-a às orações de sua casa; é uma pena de coração que sinto, ela era como uma irmã para mim.

 

            Adeus, caro bom amigo; o bom espírito de união e de verdadeira dedicação reina até agora entre nós, trabalhemos para mantê-lo e para aumentá-lo, sendo que esse é verdadeiramente o espírito de Deus.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

            Ofereça meu respeito, por favor, aos Srs. Mangot, de Brandt, Cacheleux.

 

 




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