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das obras. Nada de desejos por demais fixos, deixar-se conduzir pela vontade de
Deus. Vigiar para não misturar vários interesses que combinariam mal no futuro.
Como reforçar os laços fraternos entre as obras de Paris e as do interior.
Recordação do falecimento de Dona Taillandier.
Cannes, 2
de dezembro de 1856
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Agradeço-lhe por sua boa e filial carta; quanto mais longe de meus bem-amados
filhos, tanto mais agradável fica-me receber alguma marca de sua lembrança
afetuosa. É sempre com alegria também que fico sabendo que nossa querida
família, em Amiens como em outro lugar, guarda suas boas disposições e tende
cada vez mais a essa união com Deus, que põe a paz nos corações e os torna
próprios para as obras de misericórdia e de santificação. Progrida sempre nesse
bom caminho, caríssimo amigo, e o Senhor completará a pequena fundação que
começou em sua casa. Ela firmar-se-á e tomará os desenvolvimentos que serão
conformes aos desígnios de nosso divino Mestre; é bom, é suave deixar-se assim
conduzir à mercê de sua vontade, sem projetos preconcebidos ou pelo menos sem
desejos por demais fixos.
Unir-me-ei a você, assim como nosso jovem irmão Ernest, para a novena à Santa
Virgem Imaculada, na intenção de seu projeto de aquisição; se esse
negócio terminar definitivamente, faça com que a posição de sua obra seja
um pouco nítida nele; preparam-se às vezes estorvos para o futuro, ao
misturar vários interesses que podem, mais tarde, combinar mal.
Estou bem comovido por sua atenção em rezar por mim, bem agradecido também pela
bondade do Sr. Mangot, que ofereceu o Santo Sacrifício por mim. Continuo ainda
sofrendo, aclimato-me aqui com bastante dificuldade, o ar do mar e a vizinhança
das montanhas são duas forças bem vigorosas para meus fracos órgãos. Mas sofrer
é um meio de glorificar a Deus, de santificar-se e de cooperar nas obras
santas, se se sabe aceitar bem sua cruz e uni-la à do divino Salvador;
peça-Lhe, caro amigo, que eu aprenda essa preciosa ciência, na qual se
entra tão dificilmente e à qual repugna tão fortemente nossa pobre natureza.
Não estou sozinho a sofrer neste momento em nossa pequena família; o Sr.
Halluin me escreve que o irmão Loquet está tossindo e cuspe sangue, que o
médico diz que precisaria para um certo tempo poupar muito seu peito e dar
repouso ao pobre jovem. O Sr. Halluin vê nisso algumas dificuldades
prováveis para seu serviço, e pergunta se não seria o caso de trocar, nesse
caso, um de seus irmãos menos experimentados por um irmão mais formado. O
estado do irmão Joseph pode ainda melhorar, combinei com o nosso bom padre que
íamos ter paciência provisoriamente e pedir a Deus de vir nos ajudar.
Nossos irmãos de Vaugirard e de Nazareth vão bem. Recebi dos últimos cartas bem
recentes, mas há uns dez dias o Sr. Myionnet não me escreve. É um prazo bem
maior do que usa ordinariamente, mas os de Nazareth me teriam advertido, se
tivesse havido algum fato notável, não tenho, então, inquietação séria por
causa desse atraso.
A solenidade da renovação dos votos, presidida pelo Sr. Vigário Geral Dedoue e
nosso padre Beaussier, se realizara bem. O Sr. de Lauriston, voltando para
Arras após uma ausência de alguns dias, se achava também nesse momento em Vaugirard. Ele
mostra sempre a boa disposição de consagrar-se ao serviço de Deus; o Sr.
Halluin me escreve que, tendo-lhe sido feitas ofertas muito vantajosas para um
emprego considerável em Nantes, onde está toda a sua família, ele está muito
decidido a recusá-las. Continue, meu bom amigo, com seus irmãos, a rezar por
ele, para que a graça o assista na consumação de seu sacrifício.
O Sr. Allard me escreveu, assim como a você, uma cartinha que me deu muita
satisfação; espero que esse bom jovem acabe se estabilizando definitivamente e
se dará de todo o coração ao Senhor.
O Sr. Halluin lamentava, em uma de suas últimas cartas, que as comunicações
entre as diversas partes de nossa pequena família não eram bastante freqüentes
e bastante regulares, e que não se sentia bastante intimamente a vida comum. Já
o tinha pensado; procuraremos encontrar algum meio para responder a essa
necessidade; se você vê algum caminho conveniente, peço-lhe para me indicá-lo.
Tinha sonhado em fazer tomar, a cada quinze dias, um resumo do que o jornal
redigido quotidianamente em Vaugirard poderia ter de interessante, e em
mandá-lo a Arras e a Amiens que, em seu certificado de recepção, nos diriam à
sua vez tudo o que teria havido de notável entre eles.
Agradeço-lhe pelos detalhes que me dá sobre o falecimento do jovem Lavernaud e
sobre os cuidados caridosos que recebeu de suas crianças; é uma obra merecedora,
espero, para todos; bendigo ao bom Deus por isso; temos rezado aqui por essa
pobre criança.
Você sabe que perdemos, na pessoa de Dona Taillandier, uma amiga bem generosa,
bem dedicada a toda nossa pequena família. Convidarei o Sr. Myionnet a
mandar-lhe cópia da carta que nosso bom padre Taillandier, seu filho, me
escreveu sobre seus últimos momentos; nada mais edificante. Na sexta-feira, as
duas casas fizeram em Nazareth um serviço solene; a família, as Conferências
Saint Sulpice e Saint Germain-des-Prés, a Santa Família, muitos pobres
assistiam; é uma dívida de gratidão que quisemos pagar para com essa amiga tão
dedicada. Recomendo-a às orações de sua casa; é uma pena de coração que sinto,
ela era como uma irmã para mim.
Adeus, caro bom amigo; o bom espírito de união e de verdadeira dedicação reina
até agora entre nós, trabalhemos para mantê-lo e para aumentá-lo, sendo que
esse é verdadeiramente o espírito de Deus.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
Ofereça meu respeito, por favor, aos Srs. Mangot, de
Brandt, Cacheleux.
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