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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 438 - ao Sr. Paillé
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438 - ao Sr. Paillé

Instrução para uma eventual cessão da capela de Nazareth. A reorganização da casa de Nazareth que resultaria disso.

 

Cannes, 26 de dezembro de 1856

festa de Santo Estevão

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

           

            O pedido que nos é feito para a capela de Nazareth é uma questão grave para nós, não deverá ser resolvida  sem consultar Deus e os santos padroeiros de nossa pequena Comunidade; acho mesmo que vocêpensou nisso e que nosso bom padre Hello, em particular, terá falado desse assunto ao divino Mestre no Santíssimo Sacrifício.

 

            Parece-me que nos é difícil recusar o desejo expresso pelo Arcebispado273, cuja benevolência sempre foi tão paterna para nós, se podemos favorecer o bem que se tem em vista, sem prejudicar essencialmente a obra que a Providência nos confiou. O patronato não teria realmente muito a sofrer pela privação temporária da capela; somente a Sociedade de São Vicente de Paulo e a Comunidade perderiam nisso a honra, se posso falar assim, o relevo de seriedade religiosa, que a capela ao conjunto de seus trabalhos em Nazareth. É muito, e deve-se calcular que se terá um pouco menos de favor nas coletas que tivermos de realizar, não podendo mais alegar os socorros espirituais que dávamos ao bairro. Acho, no entanto, que será preciso ainda ultrapassar essa consideração, apoiando-nos sobre Deus, que bem saberá conciliar de outra forma o interesse para com as nossas obras, se procurarmos sua glória antes de tudo.

 

            Um outro ponto me pareceria a examinar, a saber: como você substituirá, para seu próprio alojamento, as pequenas células dos Capuchinhos? O edifício da biblioteca me parece conter mais locais do que se tem realmente necessidade. Nossos confrades não poderiam ceder-lhe uma ou duas peças desse lado? Eles são razoáveis demais para não entenderem que, já estando tão estritamente apertados na sua pequena casa de comunidade, vocês não poderiam, sem um constrangimento excessivo, ser privados de suas duas maiores células, se não lhe derem alguma compensação. Fale  sobre esse ponto ao nosso amigo, o Sr. Decaux, e procure que ele tire a dificuldade, se houver. Viver na pobreza é bom, mas faltar o espaço indispensável para a saúde e um pobre local para os exercícios comuns, seria demais. Insisto um pouco fortemente a esse respeito, não por causa de você pessoalmente, mas pelo bem  real de nossas obras, que é verdadeiramente interessado nisso.

 

            Resolvidas essas disposições, como se pode esperar, pareceria-me totalmente desejável que nosso bom amigo, o Sr. Decaux reunisse sua Comissão da obra de Nazareth ou conselho de administração, não me lembro bem qual é o nome, todos os bondosos confrades, em uma palavra, que sustentam a obra, e que tomasse seu parecer sobre a medida em questão. Teremos nisso a dupla vantagem de ter os pareceres esclarecidos de nossos amigos e de não colocar isoladamente demais a comunidade em presença do Sr. Pároco e do representante do Arcebispado. Desejaria muito também que se tivesse o consentimento do Sr. Baudon, cujos conselhos, sabemos, são sempre altamente e sabiamente inspirados.

            Se, como se pode pensar, você tivesse o assentimento das pessoas caridosas que o rodeiam, poderia, parece-me, ir para frente, chegar ao convênio que lhe é proposto.

 

            Acho que seria bom fazer uma ressalva para as assembléias da Santa Família; não sei, porém, se seria conveniente que isso fosse uma condição escrita da locação, ou se não seria melhor que fosse uma simples convenção amigável, feita com o Sr. Pároco. Parece-me que é no espírito da Santa Família e de nossas obras em geral fazer-se aceitar e não se impor.

 

            Quanto ao preço da locação, se se considera as despesas que representam a capela e o terreno contíguo, a importância que tem para nós, a parte que teve nos sacrifícios enormes que a obra de Nazareth corajosamente aceitou, acharia que a importância de 6.000f por ano não seria excessiva. Eu a pediria, portanto, ficando sujeito a baixar para 5.000f. Não me parece que se pudesse razoavelmente ir para baixo desse número. Deixo, todavia, isso ao juízo de nossos amigos, não querendo que minha opinião prevaleça sobre a deles, nesse ponto não mais do que nos outros.

 

     Entendo bem o pesar que terá nosso bom padre Hello se esse acordo se consumar, mas será um sacrifício temporário, que Deus lhe tornará talvez, concretamente, menos pesado do que ele pensa e do qual o indenizará, em todo o caso, o pensamento que a glória do Senhor parecia pedi-lo.

 

            O Sr. Myionnet não me falou até agora de Grenelle, nem de seu patronato, nem da situação da fundação. Não sei absolutamente nada desse lado; só respondo, então, ao que você me diz sobre a direção do patronato. Penso que, se alguma medida tivesse de se tomar, o Sr. Myionnet me escreveria a respeito. Você também não respondeu, meu bom amigo, à pergunta que lhe fiz relativamente aos 5.000f emprestados pelo Sr. Taillandier para Nazareth. O Sr. Myionnet, a quem escrevi duas vezes a esse respeito, não me respondeu também; desejaria que, você ou ele, me escrevesse duas palavras sobre isso.

 

            Passo aqui bem rapidamente sem responder a vários artigos de sua última carta, sem dizer-lhe, sobretudo, como fico agradecido e tocado por suas afetuosas atenções, a respeito de minha saúde e por todas as boas coisas que  me diz a respeito de minha festa. Esta era uma carta de negócios, seca como uma procuração; se tiver tempo antes da partida do correio, farei algumas palavras melhores para você e nossos irmãos. Meu avô era procurador no Normandia, não se deve estranhar se, sem ter o espírito dos negócios, eu guardei disso, porém, alguma coisa, a secura e o peso.

 

            Adeus, caríssimo amigo, tudo ainda não está ressequido em mim, o sinto bem por minha afeição por você.

 

            Seu amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost

 





273 Uma nova paróquia acabava de ser erigida para o bairro N.D.-des-Champs e o Sr. padre Duchesne, o pároco, ainda não tendo igreja, tinha deitado o olhar sobre a pequena capela de Nazareth para nela estabelecer provisoriamente o serviço paroquial e pedia que lhe fosse cedida em alojamento para um período de um ou dois anos. (...) O primeiro movimento do Sr. LP. , diante dessa notícia, foi inclinar-se diante de uma necessidade que acreditava inelutável. Mui felizmente para a obra, uma carta do Sr. Paul Decaux chegou logo e fez ver ao Sr. LP. a situação sob um aspecto muito diferente. O reviramento foi imediato e completo. (VLP., 1, 558 e infra, carta 440).





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