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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 441 - ao Sr. Caille
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441 - ao Sr. Caille

Confiança nos irmãos antigos, seus “filhos mais velhos”. Ampliação da casa de Amiens: agir com prudência e conselho. Deixar-se  guiar pela Providência.

 

Cannes, 2 de janeiro de 1857

 

            Caríssimo amigo e filho em  N.S.,

 

            Agradeço-lhe por todos os seus bons votos de ano novo e de festa de São João. Conheço sua cordial e sincera afeição por nossa pequena família e por mim em particular, que lhe retribuo bem  e que lhe sou devotado do mais profundo de meu coração. É em toda a verdade que posso dizê-lo, considero-o com meus irmãos Myionnet, Maignen e Paillé, como meus mais velhos companheiros e, embora todos os outros me sejam bem ternamente queridos, há, no entanto para os filhos mais velhos como que uma certa segurança de confiança e de velho apego, que me leva a me apoiar sobre eles com plenitude de descanso e de abandono. Faço, de meu lado, votos bem ardentes por você, por nossa pequena Comunidade de Amiens, por suas obras e também por tudo o que lhe é caro. Não cesso nunca de rezar em todas essas intenções, em nenhum dia o esqueço, sobretudo nos tempos em que sinto-me o mais perto de Deus. Espero assim suprir o que a fraqueza de minha saúde me impede de fazer, para testemunhar exteriormente a nossas queridas comunidades toda a minha boa vontade e todo o meu devotamento.

 

            Continuo sendo bastante frágil e bastante impressionável frente às menores intempéries, para não poder contar muito com um pleno restabelecimento. Não vejo, no entanto, indícios de um perigo imediato em minha situação, a não ser que acidentes, aos quais minha fraqueza me expõe, tornem mais graves as alterações de minha constituição física. Não tenho, aliás, outro desejo que não seja de fazer a vontade de Deus e de entrar de coração e de fato nas vistas de sua misericórdia para comigo.

 

            O Sr. Myionnet me tinha comunicado a carta detalhada que você lhe havia escrito sobre a  aquisição da casa do bairro de Noyon; estava portanto bem  ao par da situação desse negócio. Penso com você que ele nos foi reservado pelo intermediário da Santíssima Virgem e que devemos ter boa confiança no resultado de um empreendimento iniciado sob seus auspícios. Você cuida, sem dúvida, agora dos consertos na nova casa e da venda da antiga, deixando que seja desocupada somente após a apropriação do novo local. Convido-o a tomar o parecer do Sr. padre Cacheleux para suas obras e disposições na casa. Você sabe que se saiu bem, graças à sua ajuda, para a organização da casa atual.

 

            Acho muito sábias as reservas do Sr. Cacheleux relativamente aos fundos que deixa à obra e fico bem comovido, ao mesmo tempo, pela confiança que testemunhou à nossa Comunidade. Queira dizer-lhe toda a minha gratidão e assegurá-lo de que tudo faremos para responder a suas vistas caridosas, trabalhando da melhor forma possível para a edificação das crianças, dos pobres e dos operários.

 

     Fico sabendo com uma satisfação muito viva das boas disposições do padre Deberly. Tudo nos deixa pensar que ele tem verdadeira vocação para as obras de caridade, e podemos esperar que sinta logo que, associando plenamente seus esforços aos nossos, por um inteiro sacrifício de si mesmo a Deus e aos pobres, duplicará suas forças e seus méritos. Assegure-o de que rezarei a Deus nessa intenção e que considerarei como uma graça para nós o apelo interior que o orientará definitivamente para nossa pequena família.

 

            Peço-lhe, meu bom amigo, para não deixar, quando tiver a ocasião, de apresentar a Monsenhor de Amiens meus profundos respeitos e a expressão de minha mais viva gratidão, pela proteção que paternalmente às nossas obras e à nossa Comunidade.

 

            Penso muitas vezes nos encargos pesados que você aceitou corajosamente e em tudo o que lhe  resta por fazer ainda, para acabar os empreendimentos caritativos iniciados ao seu redor; mas penso nisso sem  preocupação, repousando-me na bondade misericordiosa do Senhor, que mostrou-se tão terno para conosco, e na proteção tão manifesta da Santa Virgem. Permaneçamos na dependência desses apoios divinos, vamos com confiança e circunspeção ao mesmo tempo, sem preceder os desígnios de Deus, sem  resistir às suas inspirações; estaremos seguros, já que nada mais seremos então do que os dóceis instrumentos de sua sabedoria e de seu amor.

 

            O tempo me falta hoje para responder longamente às boas pequenas epístolas de seus dois irmãos, digo-lhes apenas duas palavras, reservando-me para escrever-lhes com mais folga em alguma próxima ocasião.

 

            Ofereça, por favor, meus respeitos e sentimentos de gratidão ao Sr. padre Mangot e ao Sr. padre de Brandt.

 

            Acredite você mesmo, caro amigo, em todo o meu terno devotamento em N.S.

 

 

                                               Le Prevost

 

            Boa lembrança do pequeno irmão Ernest Vasseur

 

 




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