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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 449 - ao Sr. Halluin
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449 - ao Sr. Halluin

União dos corações. Vantagem da falta de pessoal e de recursos: incita a confiar-se em Deus.

 

Cannes, 25 de janeiro de 1857

 

            Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

            Você terá entendido que minha última carta havia-se cruzado com a sua, embora lhe respondesse de antemão quase em todo ponto. Não há de nos admirarmos disso. Quando os espíritos e os corações estão bem uníssonos, é bem simples que se encontrem nos mesmos pensamentos e mesmos sentimentos. Ora, procuramos, de ambas as partes, unicamente a glória do Senhor, a salvação de suas mais pobres e mais humildes criaturas, só desejamos atrair algumas almas dedicadas para seguirem conosco esse caminho de privilégio e de bênção. Nessa esfera toda simples e toda limitada, é fácil reencontrar-se. Espero cada vez mais com você, caro Senhor padre, que o Senhor nos ajudará com sua graça e trabalhará conosco constantemente, numa obra que é tão conforme à sua na terra, sendo que ele desejava sobretudo evangelizar os pobres. Guardemos portanto nossa confiança no meio das dificuldades e das provações, e,  dia a dia, o socorro divino nos virá. Sempre aprouve a Deus, desde que nossa pequena família está na carreira das obras caritativas, que sentisse nela a pobreza, não somente pela penúria dos recursos, mas também pela insuficiência do pessoal. Ele tem suas intenções, sem dúvida, deste lado como em todos; a segunda penúria pode ser tão meritória e tão santificante como a outra. Pois, se a pobreza dos bens despoja de tudo, previne a sensualidade e o relaxamento, a pobreza em pessoal obriga os irmãos a esforçarem-se para servir a Deus mais generosamente, esquecendo suas comodidades e conveniências, imolando-se, em uma palavra: e é o sacrifício de nós mesmos que Deus quer acima de tudo. Espero que todos seus bons irmãos compreendam. Tenho a confiança, em particular, de que os que vieram de Vaugirard darão o exemplo e se prestarão a tudo, para o bem da obra à qual se deram.

 

            Acho boas as disposições provisórias que você tomou para suas classes; eram elas, acredito, as únicas a tomar na situação e  nos ajudarão a aguardar o momento em que poderemos combinar algumas outras medidas.

 

            Ainda não escrevo hoje a todos os nossos bons irmãos, tendo somente pouca força e não estando em condições de escrever durante muito tempo cada dia, nesta fase. Mando somente uma palavra para nosso irmão Loquet, para assegurá-lo de que não o esqueço na sua provação e que compadeço-a com grande afeto. Junto também algumas linhas para o Sr. de Lauriston, que já considero como um dos nossos, mas que a espécie de férias em que se encontra temporariamente deixa um pouco mais por fora de nosso centro do que o teria desejado. Conto com a graça de Deus e com seu coração, que é reto e sinceramente dedicado, para fazer-lhe superar essa prova.

 

            Agradeço-lhe por suas boas disposições acerca do irmão Carment. Em casa, em Vaugirard, todos os irmãos tendo, de uma vez para sempre, entendido que seus ímpetos eram uma enfermidade, não se preocupavam muito com isso. Espero que em sua casa também ele não seja um grande motivo de contrariedade para ninguém e que, graças a seus conselhos e paternas indulgências, ele se santificará, fazendo ainda um pouco de bem.

 

            Recomendo-me particularmente a suas orações e às de todos os nossos caros irmãos de Arras. Minha saúde ressente tantas indisposições sucessivas que não sei muito bem como vai ficar. Desejo unicamente, em todo o caso, ser bem submetido à vontade divina e merecer suas misericórdias. Não ouso pensar que poderia se acrescentar ainda um pouco de mérito para a vantagem de nossa querida família: tenho tanto a pagar para mim mesmo, que é muito de se temer que não sobre nada reversível em benefício das próprias pessoas que me são mais queridas.

 

            Adeus, caríssimo Senhor padre e filho em N.S.; acredite em todos os meus sentimentos de respeito e de terna afeição.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost        

 




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