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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 454 - ao Sr. J. Faÿ
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454 - ao Sr. J. Faÿ

A entrada do Sr. Faÿ no Instituto é adiada por causa de sua saúde. “Evangelizar os pobres pareceu-lhe a melhor parte”. A descristianização da sociedade: o povo, e especialmente os operários, são suas vítimas. Fazer prevalecer a verdade e fazer saborear às almas as belezas da . Servir os pobres exige humildade e caridade.

 

Cannes, 10 de fevereiro de 1857

 

            Caríssimo Senhor padre,

 

            Fiquei sabendo, no meu exílio de Cannes, da provação de saúde que aprouve ao divino Senhor mandar-lhe imediatamente após sua ordenação, como para marcar com uma cruz o começo de sua carreira, em sinal de conformidade e de bênção. Sofri humanamente com esse sofrimento infligido a um amigobem querido para mim, e que um laço mais íntimo deve logo aproximar ainda do centro de minhas mais vivas afeições. Mas, em espírito de , vi nisso como que uma nova consagração que o Salvador crucificado acrescentava com sua mão à unção santa que o Pontífice derramou sobre você na sua ordenação. Você mesmo o dizia, na boa e piedosa carta que me escreveu há algum tempo, essas vistas estão acima dos pensamentos humanos, mas são claras verdades para os olhos iluminados pela .

 

            É no mesmo espírito que servir e evangelizar os pobres pareceu-lhe a melhor parte e que, entre as diversas carreiras abertas a seu ministério, você tomou a mais humilde, a mais pobre, porque era a mais parecida com aquela que escolheu o próprio divino Salvador. Possamos sempre ver e apreciar as coisas com os olhos, com o coração de nosso adorado Mestre e Senhor. Entenderemos então, cada vez mais, o quanto é justo e misericordioso ao mesmo tempo dirigir-se preferencialmente aos mais pequenos e aos mais fracos, àqueles cuja é o único apoio e o único tesouro, e aos quais, porém, tantos inimigos querem roubar essa única alegria, essa última consolação. Você está vendo como eu, caro Senhor padre, o pobre povo, os infelizes operários estão assediados pelas tramóias socialistas, pelos furores dos ímpios, pelas seduções dos protestantes, e, por outro lado, a ignorância, as paixões, a miséria várias vezes se juntam a isso para pervertê-los. Quem, então, os defenderá, quem terá compaixão de seus perigos e de seu abandono, senão os imitadores do divino Jesus que corria atrás da ovelha perdida e que chorava sobre a ruína próxima de Jerusalém. Vendo, infelizmente! as desgraças de nosso tempo, o enfraquecimento da , as terríveis ameaças de perversidade, poderia-se temer também que alguma grande ruína fosse iminente para nossas modernas sociedades, mas ainda podemos esperar que as orações das almas santas, que os generosos sacrifícios do zelo e da caridade salvarão o mundo dessas grandes calamidades. Aí está o nosso caminho traçado, caríssimo Senhor padre, trabalhar na humildade, na caridade e na dedicação, para impedir o mal, fazer prevalecer a verdade, lutar corajosamente contra as doutrinas más, fazer as pobres almas que se quer extraviar saborearem as suavidades e as belezas de nossa , arrancá-las do demônio e conduzi-las ao Deus de todo amor e de toda felicidade: não é uma nobre e santa tarefa? Não é  digna de nossas ambições e de nossa dedicação?

 

            Bendigo ao divino Senhor que falou ao seu coração e aconselhou-lhe intimamente a entrar nesse caminho junto conosco. Nossa afeição, nossa cordial união serão nele nosso apoio recíproco, e o bom Mestre alegrar-se-á com o terno acordo e os generosos esforços de seus filhos.

 

            Fiquei sabendo, por meio de meus irmãos de Vaugirard e de Nazareth, que você estava cada vez melhor e que suas forças estariam logo plenamente restabelecidas. Exorto-o, no entanto, a ter muitas atenções, enquanto durar a estação; os órgãos continuam muito tempo impressionáveis depois das indisposições do tipo da sua e exigem precauções que não poderiam ser deixadas de lado sem perigo. Falo assim para você, que tem de poupar suas forças no interesse do bem, pelos seus queridos pais, cujas ternas atenções conheço, mas também por nós, que já estamos vendo em você um irmão e que temos um vivo interesse em tudo o que lhe diz respeito e o interessa.

 

            Acredite, caro Senhor padre, todo particularmente, nos sentimentos de cordial e respeitosa afeição de

 

            Seu devotado servo e amigo em Jesus e Maria

 

                                               Le Prevost    

 

 




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