Combater
o mau humor e as disposições à ira. Suas armas deverão ser a oração e a
humildade.
Grasse, 17
de março de 1857
Caríssimo filho,
Você me escreveu, conforme me diz, quase contra sua vontade, porque teria querido
escrever-me com mais folga e mais demoradamente. Uma pequena lembrança de
afeição, mesmo de algumas palavras, sempre alegra um coração de pai; mais vale
isso do que nada, e isso faz aguardar menos dificilmente uma conversa mais
comprida.
Espero que logo possa, com efeito, conversar bem à vontade com você, meu desejo
sendo de visitá-lo após minha volta, que não mais tardará muito a realizar-se.
Até lá, seja sempre bem piedoso, bem dedicado e bem fiel, como o vi
anteriormente; você sabe que o mandei para Amiens porque tinha confiança em sua
retidão de vontade e bom desejo de glorificar a Deus. Responda direitinho à
minha esperança, para que, revendo-me, possa dizer-me que, exceto as misérias e
fragilidades de nossa pobre natureza, você ocupou-se da melhor forma no serviço
de Deus. Procure superar o mau humor e as disposições à irritação que o
demônio, como você diz, esforça-se por suscitar em você. Dilate
seu coração na benevolência, na caridade, na indulgência, no suporte das
fraquezas dos outros, que têm também as suas para suportar. Se, de resto, não o
consegue sempre, não se inquiete, humilhe-se tranqüilamente diante de Deus,
peça desculpa, se for o caso, e procure agir melhor em toda simplicidade e paz.
Às vezes a estação, o jejum, etc. contribuem para essas más disposições do
humor; com a oração e a humildade, consegue-se vencer isso.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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