Assuntos financeiros e administrativos
Grasse, 4
de abril de 1857
Domingo de Ramos
Caríssimo filho em N.S.,
Só lhe escrevo, ainda hoje, algumas palavras de negócios. Ainda estou
indisposto há alguns dias, não, porém, espero, a ponto de ser obrigado a adiar
minha partida; reze um pouco com nossos irmãos, para que o Senhor nos conduza e
que nossos santos Anjos nos acompanhem.
Você poderá, caro filho, tranqüilizar nossos confrades a respeito dos 10.000f,
que figuram em meu nome nos empréstimos feitos a Nazareth. Essa importância,
provindo da casa de Vaugirard, eu tinha desejado de início que a obra de
Nazareth, no caso de tornar-se rica, a devolvesse à obra da casa de Vaugirard;
mas, vendo os embaraços que complicaram, em seguida, a primeira obra, renunciei
ao meu pensamento e abandonei à casa de Nazareth os 10.000f dos quais me
pertencia dispor. Nunca reclamei juros dessa importância nem reclamarei no
futuro.
Quanto aos 4.000f
da senhorita d’Hinisdal, eis como as coisas se passaram. Essa piedosa e
caridosa senhorita me prometera 4.000f
para Nazareth, mas, não podendo entregá-los imediatamente, ela mesma se
comprometera generosamente em pagar-me os juros dessa importância até o momento
de dar-me o capital.
Numa ocasião em que os pagamentos a serem feitos eram urgentes, o Sr. Guillemin
quis bondosamente adiantar-me os 4.000f, e lhe deleguei então, como penhor, meu
crédito com a senhorita d’Hinisdal que consentiu, a meu pedido, nessa
substituição.
Não sei se ela pagou os 4.000f
ao Sr. Guillemin; nesse caso, as importâncias devidas a este último deveriam
ser diminuídas de outro tanto, e ele teria de nos entregar um reconhecimento,
que eu lhe havia dado pelas mãos do Sr. Paillé, dos 4.000f adiantados por ele.
Eis aí a exposição dos fatos, veja o que deve ser feito.
Houve renúncia total ao legado Bouzani? Parece-me que Dona Dufour, a herdeira
agora única, não poderia se recusar a pagar 4.500f (o Sr. Dufour, seu
marido falecido, havia dado 500f
por conta).
Adeus, caríssimo filho; não perdi de vista suas cartas nem as observações que
continham. Obrigado, as usarei se Deus me deixar trabalhar ainda um pouco em
nossas obras. Peço-lhe que vigie sempre sobre você e sobre nossos caros irmãos
de Nazareth. Sou-lhes ternamente unido, assim como a você, nos Corações
sagrados de Jesus e de Maria.
Seu amigo e Pai todo afeiçoado
Le Prevost
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