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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 401 - 500 (1856 - 1857)
    • 464 - ao Sr. de Lauriston
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464 - ao Sr. de Lauriston

Que o Sr. de Lauriston (que entrará na congregação no  dia 18 de abril) não tenha inquietude nenhuma: “Quem começou a obra saberá consumá-la”. Perigos das obrigações exteriores,  se não são vividas na e na verdadeira caridade. A Festa de São José em Arras. Caráter jovial e animado do Sr. de Lauriston. O Sr. Le Prevost ama seus irmãos como “o mais precioso dos dons de Deus”.

 

Grasse, 11 de abril de 1857, Sábado Santo

 

            Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

            Não tenho mais que uma palavra a dizer-lhe, já que vamos reunir-nos em breve; vou para você do fundo de nossa França, venha também a mim, ou, melhor, venha a Deus, que o chama e o quer, para servi-Lo na íntima familiaridade de sua casa, nos cuidados que dispensará à sua pessoa divina, na pessoa dos humildes e dos pobres. Não sei se você chegará antes de mim ou se vou precedê-lo, mas estaremos, em todo caso, a pouca distância um do outro. Abrirei bem largos meus braços para recebê-lo e assegurar-lhe de coração a coração que, diante de Deus, consumo essa união, que nos coloca numa mesma família, e que associará doravante nossas orações, nossos trabalhos e, espero, um dia, a recompensa que o bom Mestre a seus menores servidores. Vejo com alegria que o Senhor confirmou seu coração e deu-lhe o vigor necessário para a hora, sempre um pouco rude, das separações. Mas, mesmo se alguns pequenos sofrimentos se fizessem sentir,  não tenha inquietude alguma, caríssimo amigo, a graça divina o acompanha, essas poucas provações serão superadas, sua vocação não pode, agora, admitir nenhuma dúvida. Quem começou a obra saberá consumá-la. E é uma bela obra, acredite bem, caríssimo amigo, pois, quanto mais infelizes são os tempos, quanto mais raros são os sacrifícios generosos que se faz de si mesmo a Deus, tanto mais são um maravilhoso privilégio das bondades divinas, tanto mais são um sinal das graças abundantes reservadas ao pequeno rebanho dos chamados, ousaria quase dizer dos eleitos.

 

            Nosso irmão Polvêche, como disseram-lhe, tomou alguns indícios de obrigações a desempenhar fora por um sinal de que sua tarefa estava acabada entre nós e que uma outra lhe estava preparada no mundo. É uma triste ilusão da qual ele teria triunfado, apoiando-se melhor nos princípios de e de verdadeira caridade. Mas a inteligência das coisas santas e das grandes verdades é um dom para as almas simples, que crêem na palavra de Deus, de preferência às sugestões de sua fraca razão. Sejamos sempre bem simples, caríssimo amigo, procuremos nossa regra no Evangelho: é uma luz que não nos enganará e que nos conduzirá seguramente.

 

            Li com alegria os detalhes que você me a respeito de sua festa de São José na Comunidade de Arras. Acompanhava-o pelo pensamento em todos os exercícios e amáveis descansos desse lindo dia, e via com alegria todos os nossos irmãos desabrocharem nessas ingênuas expansões, que convêm tão bem às famílias cristãs. Mas o que mais me encantou foi a parte franca e cordial que você sabe tomar nessas humildes brincadeiras de uma pequena sociedade, cujo único atrativo é a simplicidade, a retidão de coração, a vontade de tudo fazer sob o olhar de Deus e, mesmo em suas folias, de agir somente para Ele sozinho. Essa feliz disposição de seu espírito já me tinha chamado a atenção e me tinha parecido uma marca bem segura de que Deus o queria num ambiente parecido. Encontrei aqui uma nova prova, que me tocou bem vivamente. Não tome isso por um elogio, caríssimo amigo e filho, os verdadeiros filhos de Deus não se louvam uns aos outros; alegro-me somente com você, por uma preparação que o Senhor realizou evidentemente e que é, para mim, uma manifestação de sua vontade divina.

 

            Pretendo deixar Grasse na terça ou quarta-feira, para tomar, na quinta-feira, dia 16, em Cannes, o barco a vapor que nos conduzirá a Marseille. É provável que só chegarei a Vaugirard  no decorrer da segunda-feira, dia 20. Se você chegar, como no-lo diz o bom padre Halluin, no dia 18, eu o encontrarei na minha chegada entre esses bem-amados irmãos, que o bom Deus escolheu para mim com sua mão, e que prezo como o mais precioso de seus dons; isso significa para você, caríssimo amigo, que, entre eles e você, não farei diferença alguma. Terei um irmão a mais, um amigo, um filho dado por Deus, para que o ame como os outros e que me dedique a assisti-lo e a servi-lo. É nessa disposição que você me encontrará nesse momento e, espero, até o meu último dia.

 

            Adeus, até logo, caríssimo amigo e filho, abraço-o bem afetuosamente em Jesus e Maria.

 

            Seu amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 




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