Movimento de pessoal entre as comunidades de
Arras e de Vaugirard.
Vaugirard,
27 de abril de 1857
Caro Senhor padre e filho em N.S.,
O Sr. Daviron, encontrando-se na obrigação de retornar para junto de você mais
cedo do que supúnhamos, entrego-lhe estas linhas para agradecer-lhe as boas e
afetuosas coisas que você tem a caridade de me escrever por ocasião de minha
volta. Teria sido também uma grande alegria para mim revê-lo, depois desta
longa ausência, e ter assim como que um conjunto da família ao meu redor. Mas
sei os laços que o retêm em Arras e os cargos que o Senhor lhe deu ali.
Transporto-me, portanto, de coração para junto de você, aguardando que a
estação melhor e minhas forças um pouco recuperadas me permitam ir visitá-lo.
Nossos jovens irmãos chegaram felizmente a seu destino e estão fazendo seu retiro
com excelentes disposições. O Padre que no-lo dá tem espírito elevado, muita
piedade e muito zelo, espero que sua palavra vá vivificar nossos corações. O
irmão de Lauriston, que chamamos de irmão Georges, vai bem. Tenho confiança de
que o Senhor dignar-se-á consumar a obra que começou nele.
Estou profundamente triste pelo fato de que os irmãos Carment e Thuillier lhe
dão tão pouca satisfação. Sinto bem que estão longe de responder às suas
necessidades e ao voto de nossos corações, que seria de consumar plenamente
nossa união pela troca das pessoas. Entendo também, como você, que teria sido
necessário para você, da parte da casa de Vaugirard, um irmão bem formado,
capaz de secundá-lo e de difundir em Arras o espírito e os usos da Casa-Mãe.
Mas esse irmão, não o temos presentemente; não poderia mandá-lo a você, sem
prejudicar outros serviços, não menos exigentes, que precisaria desorganizar. O
Sr. Daviron viu, ele mesmo, nossa boa vontade e nossa falta de recursos. Só
posso, portanto, caro Senhor padre, convidá-lo a tirar o melhor partido
possível de seus recursos atuais, acrescentando a seu pessoal o irmão Bassery,
que dirigiremos para Arras depois do retiro. Acredito-o agora bem firme em sua
vocação; penso que com o irmão Loquet que, espero, vai se restabelecer, com o
irmão Michel, que pode ficar com você, se o considera necessário, e enfim com
os irmãos Cousin e os outros jovens irmãos, você poderá organizar seus serviços
para este verão. No inverno, veremos se temos outros meios.
Guardaremos aqui o irmão Thuillier, já que você acha não poder tirar bom
partido dele para sua sapataria. Quanto ao irmão Carment, peço-lhe para
escrever-me logo seu sentimento definitivo, para que não tornemos a enviá-lo, se
você pensa que ele faça dificilmente o bem em Arras. Só
queremos, de ambas as partes, a glória de Deus. Acho poder assegurar-lhe que o
partido no qual você se detiver, qualquer que seja, não nos dará contrariedade
nenhuma e não mudará nada em nossas disposições. Seria de se lastimar, sem
dúvida, que nos reencontremos, sob certos aspectos, quase no ponto de
partida. Mas, se nossa vontade de sermos verdadeiramente unidos permanecer
firme, o bom Mestre virá um pouco mais tarde ajudar-nos para consumar, em
melhores condições, o que apenas teremos sido capazes de começar
presentemente. Pedirei a Deus com você, para que Ele o ilumine em sua decisão,
e a aceitarei, qualquer que seja, como vindo dele. Peço-lhe de novo para
que me diga isso a tempo, para que resolvamos a posição do irmão Carment, em um
ou outro sentido.
Todos os nossos irmãos rezam, durante o retiro, por seus irmãos ausentes.
Espero que você tenha sido capaz de passar esses dias difíceis sem excesso de
cansaços e será uma alegria para mim saber que sua saúde, já um pouco abalada,
não foi prejudicada por isso. Escreverei, logo que puder, ao irmão Loquet, a
quem agradeço afetuosamente por sua boa lembrança.
Adeus, caríssimo Senhor padre. Acredite bem em todos os sentimentos respeitosos
e devotados de
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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