O Sr. Le
Prevost está atrasado na sua correspondência. Bênção da casa de Grenelle.
Postulantes afastados. Encorajamentos aos irmãos para fortificarem sua vida
religiosa. Visita-relâmpago de Dom Angebault em Vaugirard.
Vaugirard,
11 de julho de 1857
Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,
Vejo, pela cartinha que você escreve a nosso irmão Georges [de Lauriston], que
o atraso da viagem projetada por mim para nossa querida comunidade de Arras o
surpreende e lhe dá alguma incerteza. Lamento muito essa indecisão
involuntária, ela vem do silêncio de nosso irmão Caille, absorvido, sem dúvida,
pelos trabalhos de sua nova casa, e de quem não posso tirar resposta alguma
sobre a época em que deverá ser benta. Teria desejado de início que pudesse
realizar-se no dia 19 deste mês porque, sua festa acontecendo no dia seguinte,
teria sido uma alegria para mim encontrar-me em família nesse momento com você.
Mas, deve-se benzer no mesmo dia, 19 de julho, a casa de Grenelle, recentemente
construída. O irmão Maignen, que deve acompanhar-me a Arras e a Amiens, está obrigado
a assistir a essa solenidade. Eu mesmo não posso, praticamente, dispensar-me de
estar presente. Enfim, o Sr. Decaux, vice-presidente geral da Sociedade de São
Vicente de Paulo, que tenciona ir a Amiens para a bênção da casa nova, deve
presidir a solenidade do dia 19, em Grenelle. Por todas essas razões, eu pensava que
minha viagem seria forçosamente atrasada e tinha pedido ao irmão Caille se lhe
conviria que sua cerimônia se fizesse no domingo, 26 de julho, deixando-o
livre, aliás, de fixar-lhe diferentemente o dia, se fosse mais conveniente. Não
consigo resposta nem para uma nem para outra combinação, embora, há quinze
dias, tenha-lhe escrito e feito escrever várias vezes. Aí está a causa, caro
Senhor padre, de minhas lentidões. Para pôr fim a isso, vou, mais uma vez,
escrever a Amiens, e direi a você o quanto antes o resultado dessa
correspondência.
Vejo com alegria que tudo vai normalmente em sua querida casa, irmãos, crianças
etc., não sem alguns pequenos espinhos quotidianos, mas com o bom espírito, o
zelo e a confiança em Deus; está bom assim. O Senhor não se afastará da pequena
família, enquanto a encontrar nessas disposições. Aqui, não vamos mal também,
os corações se acham amparados interiormente. Faço exceção, porém, para dois novos
recrutas, que tínhamos acolhido há pouco e que não perseveram, nem um nem
outro. Não o podemos lastimar, ou, antes, favorecemos, nós mesmos, essa medida,
um desses dois postulantes não tendo o caráter sociável e flexível que o teria
tornado próprio para a vida de Comunidade, o outro sendo tão pequeno de corpo e
tão frágil de saúde, que teria podido dificilmente suportar uma vida ativa e
laboriosa.
Nossa adoração das Quarenta Horas acabou ontem e se realizou com grande
edificação283. A adoração não se interrompe nem de dia nem de noite.
Nem precisa dizer que os irmãos de Arras não foram esquecidos. O irmão Jules
não faltou de ocupação nestes últimos dias; ele se saiu bem. O Sr. Lantiez está
contente com ele. Ele é novo, mas tem retidão de coração. Pode-se, portanto,
esperar que se manterá assim. O irmão Georges está sempre em boa disposição.
Desejo muito que os irmãos Loquet e Bassery continuem fortificando-se e que o
irmão Carment se corrija cada vez mais. Fará, espero, esforços corajosos e o
Senhor e a Santa Virgem o assistirão.
Monsenhor o Bispo de Angers acaba de atravessar Paris. Passou uma parte da
tarde, ontem, conosco, e nos fez uma amável e piedosa exortação. Reconheceu o
irmão Georges, que viu quando criança e de quem conhece intimamente toda a
família. Lamentou vivamente, e com instância, não ter sabido mais precisamente
nossa união com você. Ele o teria visitado ao atravessar Arras, onde ficou duas
horas, voltando nestes dias, de Cambrai. Tê-los-ia encantado a todos, por
sua bondade toda paterna e por seu amável espírito, que lhe ganha todos os
corações. Cada vez que vem aqui, é uma festa para toda a casa. Examinou de novo
nosso regulamento revisado segundo seu aviso; deu-lhe uma inteira aprovação284.
Levá-lo-ei para você, para trocarmos idéias, quando for visitá-lo.
Adeus, caríssimo Senhor padre. Ainda não estou muito forte de saúde; não faço
nenhum trabalho um pouco continuado sem um cansaço de vários dias. Limito-me
quase a seguir o movimento geral da Comunidade e o conjunto de nossos
exercícios aqui, em
particular. Espero que o Senhor dignar-se-á assisti-los a
todos, para que meu papel tão mal desempenhado não cause prejuízo sensível à
nossa bem-amada família. Abraço todos os irmãos de Arras e você, caríssimo
Senhor padre, todo particularmente.
Seu devotado amigo e Pai em J. e M.
Le Prevost
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