Projeto
de ir a Arras, no tempo mais conveniente para a obra. A festa de Santo
Henrique. Apelo a uma união na caridade que seja mais estreita, pois até agora
o efeito é mais lento do que ele havia desejado.
Vaugirard,
14 de julho de 1857
Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,
O Sr. Caille me escreve que a bênção da casa de Amiens só poderá se realizar no
dia 15 do mês que vem, os trabalhos da capela não devendo ser terminados muito
antes dessa época. Acrescenta que estaria, no entanto, em condição de receber,
desde agora, uma visita nossa, sendo que já está instalado com seus irmãos no
novo local, mas eu não veria grande utilidade em fazer duas viagens a Amiens,
num intervalo tão próximo, uma da outra.
Reparei, porém, caro Senhor padre, que, em sua carta ao irmão Georges, você
insistia para que nossa pequena excursão para a casa de Arras não fosse muito
adiada, por causa de alguns projetos que desejava acertar junto comigo,
durante a estada que poderíamos fazer perto de você. Se essas disposições
fossem absolutamente urgentes e lhe parecessem pedir minha presença sem demora,
não hesitaria em render-me ao seu desejo, pois o que mais me interessa é
unicamente o bem de nossas queridas comunidades, e me prestarei sempre com
diligência a tudo o que poderá ser-lhes de alguma utilidade. De outra forma, se
não houvesse nada urgente, não veria inconveniente algum em adiar minha viagem
até o momento marcado pelo irmão Caille, já que não posso assistir, com muito
pesar, à pequena solenidade de família que se faz por ocasião de sua festa.
Veria até, nesse adiamento, uma pequena vantagem, na verdade bem secundária e
que negligenciaria de grande coração, se houvesse necessidade, é que no dia 15
de agosto, os grandes calores já tendo passado, estarei em melhor forma, para
suportar as poucas viagens que devo fazer do seu lado em primeiro lugar, e em
seguida, para um ou dois outros pontos. Tenha bastante bondade, caro Senhor
padre, para dizer-me, em toda simplicidade, o que você deseja, o que lhe parece
necessário ou útil, e eu me porei de acordo com seu sentimento e procurarei
organizar minhas disposições e as do irmão Maignen, que sem dúvida
acompanhar-me-á, para satisfazê-lo.
Tinha sobretudo em vista, escrevendo-lhe hoje, dizer-lhe, caríssimo Senhor
padre, que toda a nossa pequena família recordar-se-á de festa de Santo
Henrique. Dois outros de nossos irmãos, o Sr. padre Planchat e o irmão Guillot,
em Amiens, têm, como você, esse nome que nos é assim caro a vários títulos.
Ofereço-lhe todos os votos, todas as ternas afeições de nossos irmãos e, em
particular, meus mais ternos sentimentos. Rezaremos hoje por você bem
ardentemente, e amanhã, os que fizerem a Santa Comunhão a farão na sua
intenção. Digne-se o Senhor ouvir-nos, abençoá-lo e a toda a querida família de
Arras, manter e desenvolver ainda nela a piedade, o zelo a viva caridade, essa
unidade santa que fará, para o bem e para a glória de Deus, de todas as suas
forças uma só força, de todos os seus corações um só coração. Possa também
nossa união estreitar-se de dia para dia, tornar-se mais firme, mais eficaz
para o bem de nossas almas e para a vantagem de nossas obras. Várias causas
tornam, até agora, seu efeito lento e menos efetivo do que o teríamos querido,
mas nossa boa vontade e nossa constância superarão aos poucos as dificuldades e
farão produzir por nossa associação os bons resultados que gera certamente toda
união formada em Deus, para um fim verdadeiramente cristão e caridoso.
Adeus, caro Senhor padre e filho em N.S.. Sinto-me bem cordialmente com
você no Coração sagrado do divino Salvador, e quero ficar ali muito tempo no
lindo dia de sua festa.
Abraço a você e a todos os nossos irmãos bem afetuosamente.
Le Prevost
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