O Sr. Le
Prevost deve adiar sua viagem a Arras. Sua saúde continua fraca. “Onde o homem
apaga-se, o Senhor se mostra e dá toda a sua poderosa assistência”. Projeto de
regulamento para os Perseverantes.
Vaugirard,
25 de julho de 1857
Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,
Tenho demorado um pouco para responder à sua última carta, por causa de algumas
indisposições, que me ocasionaram os grandes calores, e a incerteza em que me encontrei
sobre a suficiência de minhas forças, para a viagem que estou prestes a fazer à
sua cara região artesiana. Uma outra razão me impede também de seguir de ponto
em ponto o pequeno plano que você me comunicou, e em conseqüência do qual
minha saída deveria ter sido efetuada imediatamente. A distribuição dos prêmios
se faz na casa de Vaugirard, no dia 5 do mês de agosto. Nossos irmãos
lamentariam que eu estivesse ausente no momento dessa pequena solenidade, à
qual vêm a maioria de nossos amigos e dos protetores de nossas crianças. Mas
acho que poderei partir logo após essa distribuição, e chegar em sua casa sem
mais atraso. Passarei então alguns dias com você, bem mais para vê-lo, assim
como nossos irmãos e suas queridas crianças, do que na esperança de ajudá-lo
bem eficazmente, pois a fraqueza de minha saúde diminuiu muito minha atividade
de corpo e de espírito, e só chego a valer um pouco com a condição de, em tudo,
ser ajudado ou, antes, levado por Deus. Espero que as coisas, por causa disso,
só saiam melhor, já que, onde o homem apaga-se, o Senhor se mostra e dá sua
todo-poderosa assistência.
Sem julgar antecipada e absolutamente a solução das questões que você apresenta
em sua carta quanto aos perseverantes, e que poderemos examinar juntos, penso
que esses jovens poderiam ficar em seu lugar até a idade de uns 17 anos, e vir
nesse momento a Vaugirard, para passar um ou dois anos, como perseverantes de
primeira classe. De lá, iriam como postulantes a uma ou outra casa, passar um
certo tempo, talvez também um ou dois anos, e voltariam depois à Casa-Mãe, para
ali fazer seu noviciado. Parece-me que formaríamos assim sujeitos capazes e
dedicados. As Casas particulares não seriam privadas de ajuda para seus
serviços, sendo que os sujeitos continuariam nelas ao menos até a idade de 17
anos e, quando, nessa idade, iriam por um tempo, como perseverantes de primeira
classe, à Casa-Mãe, seriam substituídos pelos postulantes já mais adiantados e
que seriam enviados em seu lugar. Repito, caríssimo Senhor padre, dou-lhe essas
idéias, somente como uma exposição sumária, que não tem nada determinado e que
poderemos modificar, ou até inteiramente mudar, depois de tê-las examinado
juntos.
Tudo vai aqui como de costume, e se mantém com a graça de Deus. Resta-nos muito
a fazer, para constituir uma obra verdadeiramente bem alicerçada e caminhando
firmemente em sua via, mas temos as bases essenciais, os sinais do apelo do
Senhor e o sincero desejo de sermos dóceis à sua adorável vontade.
Adeus, caríssimo Senhor padre, assegure todos os nossos irmãos de meus
sentimentos afetuosos, e acredite, você mesmo, no meu mais terno apego em J. e
M.
Seu amigo e Pai bem devotado
Le Prevost
P.S. Guardo sempre com você alguma esperança para o Sr. Daviron; rezemos, é o
grande e poderoso meio.
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