Movimento
de pessoal. Em geral, a presença de um estranho numa comunidade é causa de
embaraço, mas a caridade pede alguma consideração.
Vaugirard,
29 de agosto de 1857
Caríssimo Senhor padre e filho em N.S.,
Examinei atentamente com nossos irmãos Myionnet e Lantiez as diversas
observações contidas em suas duas cartas, e procurei com eles os meios mais
seguros de prover bem aos serviços de nossa querida casa de Arras. Pareceu-me,
assim como a eles, que o melhor era não mudar, por enquanto, a situação atual e
fazer funcionar suas classes com os irmãos Loquet, Bassery, Michel e o jovem
Fontaine. Os perseverantes que teríamos podido dar-lhe teriam sido menos
valiosos, sem dúvida, do que as pessoas de quem você dispõe presentemente e não
teriam podido dispensar, sobretudo nos primeiros tempos, amparo e orientação.
Se fosse acontecer que, neste inverno, por causa de doença ou de impedimento de
algum de seus irmãos, você estivesse em apuros, nossos dois jovens estariam bem
prontos a chegar junto a você no primeiro sinal, mas, presentemente, não lhe
seriam verdadeiramente úteis e você funcionará melhor sem eles.
Quanto ao Sr. Daviron, estou convencido, em geral, de que a presença de um
estranho numa comunidade é uma causa de embaraço, que prejudica a unidade de
direção e o conjunto regular dos movimentos. Acho também que, inevitavelmente,
o Sr. Daviron verá por si mesmo, em um tempo que não pode ser muito longo, a
posição falsa que quer guardar para si. Mas, não me sinto na disposição de
afastá-lo contra sua vontade, e prefiro aguardar que os próprios acontecimentos
o façam tomar uma determinação. Espero que o pequeno mal-estar causado por sua
presença não será uma dificuldade séria para você nem para seus irmãos, e que o
Deus de caridade e de mansidão não condenará as condescendências que cremos
dever admitir.
Não estamos vendo, enquanto as nossas oficinas não forem organizadas, qual
função daríamos neste momento ao irmão Bassery aqui. Receamos também que o ar
vivo de Vaugirard renove a irritação de peito, da qual ele está quase livre.
Desejamos, portanto, temporizar para chamá-lo de volta para nós; mas, se alguma
coisa vier a mudar nas disposições da casa ou do pessoal, cuidaremos de
refletir sobre isso e tomar providências de acordo com você.
O adiamento do envio dos perseverantes nos fizera pensar que não havia mais
grande motivo para a viagem do Sr. Lantiez a Arras. Mas, se ele pode ser
encarregado de representar nossa casa na bênção da capela de Amiens, poderia
ser um meio de tudo conciliar. Serei tanto mais favorável a essa medida, que
você me faz entrever um meio para procurar-lhe um pouco de descanso. Desejo
vivamente, caríssimo Senhor padre, que possa restabelecer sua saúde antes do
inverno e recuperar as forças de que necessita. Conte seguramente, de resto,
vindo a faltar os socorros humanos, na assistência divina que não lhe faltará.
O Senhor está com você, seu espírito está visivelmente na sua casa, Ele velará
todas as suas necessidades e dar-lhe-á no dia a dia seu todo-poderoso socorro.
Suplicamos muito a ele com você e por você. Invoque-o também, nós lhe pedimos,
pela família que é tão cordialmente unida a você.
Abraço afetuosamente, nos Corações sagrados de J. e de M., todos os nossos
irmãos e a você em particular.
Seu amigo e Pai todo devotado
Le Prevost
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