Fórmula
de testamento. Um livro do padre Lequette. Notícias das comunidades e de alguns
órfãos. Projeto de união com o padre Choyer. O Sr. Le Prevost conta com o Sr.
Halluin para entreter relacionamentos feitos de franqueza e de simplicidade,
garantia de uma colaboração sólida e duradoura.
Vaugirard,
22 de outubro de 1857
Caríssimo
Senhor padre e filho em N.S.,
Mando-lhe
o modelo de testamento que você me pediu. As formas são simples e serão bem
fáceis de serem observadas.
Fiquei sabendo por nosso irmão
Caille que o irmão Carment estava momentaneamente em Amiens, por causa da saúde
de seu pai, que parece estar bem gravemente doente. Acho que essa ausência
obteve sua aprovação e que se realizou no momento que lhe pareceu conveniente.
O Sr. Caille me diz que o irmão Carment passa a noite perto de seu pai e que se
têm inquietudes sérias sobre o estado do doente. Ele está, felizmente, em boas
disposições, cristãmente.
O
Sr. Anatole de Ségur287 prometeu examinar o livro do Sr. Lequette288,
ele me parece achá-lo bem sério. Ele mesmo se empenha, no livro que está
compondo para os soldados, em colocar as formas mais atraentes. O Sr. Paillé
foi encarregado por mim de ver o Sr. Pároco de Saint-Sulpice e de lhe deixar
uma nota, que lhe lembre que o Sr. Lequette já pregou em Saint-Sulpice e que se
poderia contar com ele, na ocasião.
Acabo
de receber uma cartinha do Senhor padre Deberly, que me anuncia sua chegada
entre nós para amanhã, sábado. Nós o acolheremos com alegria, por todo o tempo
que quiser bondosamente nos conceder. Ele tem qualidades preciosas, que
poderiam ser bem úteis nas obras; duvido, porém, um pouco que ele se decida a
se dar a elas inteiramente.
Não
recebemos até agora notícias de nosso filho Paul Piart [Baffait, dito
Piart]. Acho que ele já se acostumou bem à sua nova posição. Quando
entrou em nosso grupo, alguns anos atrás, ficou vários dias sem comer, de tão
grande era sua pena. Mas, hoje, tendo mais idade e razão, espero
que se tenha facilmente aprumado.
Ferdinand,
de quem junto aqui uma cartinha, vai bem. Temos colocado no seu programa diário
uma mistura de trabalhos de costura e de trabalhos ativos, para colocá-lo em
boas condições para sua saúde. Jules vai bem igualmente; ainda é jovem de
espírito, mas a maturidade virá. O Sr. Lantiez não está descontente dele.
Nossa
pequena oficina de cinzeladura está em plena atividade e parece dever andar
bem; a de escultura toma mais consistência. As dos sapateiros e dos alfaiates
se sustentam bem. Espero que vamos, desse lado, dar um passo para frente e
colocar as bases de um bom futuro.
O
negócio de Angers deve se decidir no decorrer de novembro. O Sr. padre Choyer
está sempre nas melhores disposições. Deixaremos o bom Deus nos guiar nessa
circunstância como sempre. Vou dizer-lhe a seqüência desse projeto que poderia
interessar grandemente à Comunidade inteira.
As
ocupações do irmão Georges [de Lauriston] não lhe deixam mais folga para fazer
regularmente o extrato do jornal da Casa de Vaugirard e mandá-lo para você
a cada quinze dias. Encarreguei desse cuidado o irmão Paillé, que poderá
assim tornar nossas comunicações habituais e mais íntimas. Temos necessidade
desses relatórios freqüentes, posto que, não tendo gozado, no início, de vida
comum, sempre teremos alguma dificuldade em realizar entre nós essa fusão
perfeita, que se tem naturalmente quando se viveu um certo tempo na mesma casa.
A caridade de ambas as partes suprirá isso, espero. Peço-lhe, caro Senhor
padre, para proceder sempre conosco em toda a franqueza e simplicidade,
dizendo-nos o que poderia entristecê-lo ou lhe fazer sombra. O Sr. Beaussier me
disse alguns pequenos escrúpulos que lhe vieram sobre um ou dois pontos do
regulamento. Eles se referem a pontos de detalhe que poderão facilmente ser
revisados, se for o caso, após exame. O essencial é que não haja entre nós
mal-entendido, falta de confiança recíproca. Da nossa parte, nos temos dado a
você em toda e plena cordialidade. Tenho a convicção de que é a mesma coisa de
seu lado. Essa perfeita segurança nos é necessária de ambas as partes; de outro
modo, não estabeleceríamos nada de sólido, nem para o presente, nem para o
futuro.
Adeus,
caríssimo Senhor padre, abraço nos Corações sagrados de Jesus e de Maria você e
todos os seus irmãos, e sou, com uma profunda afeição
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
P.S.
Queria escrever algumas palavras de afeição para o irmão François Cousin, a
quem devo uma resposta. Queira assegurá-lo de que não me esqueço dele diante de
Deus.
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