Estima da
vocação religiosa. Abandono do espírito próprio. Se nosso coração for reto, o
Senhor orientará tudo para o bem, mesmo as coisas que nos seriam motivo de
inquietude.
Vaugirard,
28 de outubro de 1857
Caríssimo
filho em N.S.,
Só
tenho um momento para encher esta pequena folha, que o Sr. padre Mangot tem a
bondade de levar para você. Quero somente assegurá-lo ainda de que nossos
corações estão sempre com você e que nossos irmãos aqui lhe são ternamente
unidos, rezam por você e associam-se às suas obras e a tudo o que lhe concerne.
Essa terna caridade é o benefício do estado santo em que Deus dignou-se nos
colocar. Bendiga sempre a ele, pela grande graça que lhe fez ao chamá-lo
para esse estado e, quando você tem algumas penas, não esqueça de que é preciso
aceitá-las paciente e amorosamente, achando-se feliz por sofrer e trabalhar por
Aquele que tanto sofreu e trabalhou por nós. Não se atormente, aliás, mais do
que precisa, com umas poucas dificuldades que suas funções ou ocupações lhe
podem dar, faça o melhor que puder, siga tão bem como puder as instruções de
nosso bom amigo, o Sr. Caille, e depois, esteja em paz, o Senhor orientará para
o bem as próprias coisas que lhe seriam motivo de inquietude. Deus trabalha
conosco bem mais do que pensamos. Ele não permite que o mal se opere em nossas
obras, quando vamos a elas com uma intenção reta e uma sincera dedicação.
Portanto, caro amigo, fique tranqüilo; não se apegue demais à sua maneira de
ver, submeta-se de bom grado e, quando está obrigado a agir por si mesmo,
levante seu coração para Deus, Ele o conduzirá.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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