O
Santíssimo Sacramento em Vaugirard. Apreensões a respeito da capela de
Nazareth reivindicada para o serviço paroquial. Extratos do jornal de
Comunidade de Vaugirard e de Nazareth.
Vaugirard,
17 de novembro de 1857
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Mando-lhe
os poucos documentos anexados, sem nada acrescentar , não vendo nada, neste
momento, de bem interessante a lhe comunicar. Vamos aqui como de costume,
bastante bem graças a Deus. Pude, até agora, acompanhar o movimento da
Comunidade. Há alguns dias, porém, tive que ficar no quarto, o frio tendo
irritado extremamente meu pobre peito. Farei tudo o que puder para agüentar e
não me afastar. Tenho aqui preciosos recursos, quando estou forçado a ficar no
meu quarto; Monsenhor, por graça insigne, me permitiu conservar o Santíssimo
Sacramento no pequeno oratório, que está perto de meu quarto e onde a missa é
dita a cada manhã. Portanto, nunca estou sozinho. Oxalá eu possa me lembrar bem
disso e viver sob os olhos de um Deus tão condescendente e tão bom.
O
irmão Vasseur fez alguns pares de sapatos para você. Como ele está um pouco
acossado por outro lado, não está, disse-me ele, absolutamente certo de
mandar-lhe a encomenda inteira para os primeiros dias de dezembro. Se você
tivesse absolutamente necessidade de que a totalidade lhe fosse enviada para
essa época, seria bom escrever-lhe uma palavra a esse respeito.
Jules e Ferdinand vão bastante bem. Vi, nestes
dias, a mãe de Paul Piard. Ela reagiu muito bem à mudança de seu filho e o
recomenda à sua bondade paterna.
Não
ouvi dizer nada de novo sobre o Sr. Lequette. Mandarei alguém ao Sr. de Ségur,
para ter seu parecer sobre o livro. O Sr. Pároco de Saint Sulpice (Sr. Hamon)
não me mandou dizer nada até agora.
Foram
feitos novos e persistentes esforços, nestes tempos, para destinar
provisoriamente nossa capela de Nazareth ao uso de uma nova paróquia que se tem
a intenção de estabelecer desse lado. Resistimos até agora da melhor forma
possível, mas se Monsenhor, que nos falou pessoalmente sobre isso, insistir
muito, não sei como poderemos sair-nos bem disso. Veríamos um grande embaraço
para nós nessa combinação, esperamos que Deus no-la poupe.
Adeus,
caríssimo Senhor padre, dê notícias suas e de nossos irmãos. O irmão Caille
veio nos visitar nestes dias; abrace, por favor, todos os nossos irmãos, e
acredite em todos os meus sentimentos de terno apego.
Le Prevost
JORNAL
DA COMUNIDADE 291
VAUGIRARD
28 de outubro Conferência sobre a festa de
Todos os Santos (tornar-se um santo, um grande santo, logo).
31 de
outubro Vai-se a Notre-Dame des Victoires.
A missa é
dita às 7h. pelo Sr. padre Roussel, na intenção da Comunidade, e especialmente
para oferecer à Santa Virgem os novos irmãos, Jean Maury e Emmanuel Legallais.
Antes de sair da igreja, a Comunidade se ajoelha alguns instantes ao pé do
altar de São José. Na volta, o Sr. Superior entrega aos irmãos Maury e
Legallais o crucifixo que deverão levar sobre si e considerar como o sinal de
sua consagração religiosa.
4 de
novembro Retiro do mês. Visita da Comunidade ao
cemitério de Vaugirard. Ela se ajoelha ao pé do túmulo de nosso irmão J. Vince.
5 de
novembro O Sr. Superior, acompanhado dos irmãos eclesiásticos
e de alguns outros irmãos, vai ao Arcebispado. Após ter obtido audiência
com o Cardeal Morlot, que faz à Comunidade a acolhida mais bondosa, o Sr.
Superior entrega nas mãos de Sua Eminência uma cópia das regras da Comunidade.
6 horas, “culpa”.
Domingo 8
Todas as crianças são levadas à igreja de Vaugirard para a cerimônia do
batismo de Acha, jovem chinês, filho da casa. A cerimônia atrai um grande
concurso de fiéis. O jovem neófita usa um rico costume chinês, todo de
seda vermelha e verde. O batismo é administrado pelo Sr. padre Lamarche, que
pronuncia um discurso. Todas as pequenas crianças da Santa Infância de
Vaugirard tinham sido reunidas para a cerimônia.
9 de
novembro Os irmãos eclesiásticos passam seus exames no
Arcebispado; Deus ajudando, o fazem com êxito.
No dia 28 de outubro, o Conselho decidiu que os irmãos leigos usariam um
sobretudo292 na Santa Missa, na recitação do Ofício e na “culpa”, ao
pronunciarem e renovarem os votos; só será usado após 6 meses de postulantado.
A forma desse sobretudo não é invariável. A cada três anos, o Conselho
examinaria se é o caso de fazer mudanças. Essa disposição ficará, por enquanto,
própria à Casa-Mãe somente; ela se fará a título de experiência, sem nada decidir
de antemão para o futuro.293
1o
de novembro L’oeuvre des Jeunes Ouvriers
mudou de casa; da rua du Regard, 14, transportou-se para o Boulevard
Montparnasse 80, em frente da capela de Nazareth. Esse novo local tem vastas
salas, que permitem receber mais de cem operários; está mais perto da capela
dos irmãos de Nazareth, permite à obra mais desenvolvimento.--- Às 2h., o Sr.
Pároco de Saint Sulpice vem benzer a casa. O Sr. Baudon, Presidente Geral, está
presente. O Sr. Decaux, Presidente da Obra do Patronato, apresenta os
jovens operários ao Sr. Presidente Geral; ele faz um discurso muito caloroso,
em que ressalta a utilidade da Obra e a afeição que ele tem por ela. O Sr.
Baudon responde por palavras de benevolência e de afeição. Vai-se em seguida à
capela para a bênção do Santíssimo.
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