Conselhos
para bem acompanhar os exercícios de comunidade. Como lutar contra o desânimo.
Vaugirard,
15 de dezembro de 1857
Caríssimo
filho em N.S.,
Nunca
complique as coisas, quando você tem que me escrever; pegue a pena bem
simplesmente e deixe escorregar tudo o que cair dela. Com quem você estará mais
à vontade, senão comigo que o conheço tão bem e que tenho para com você tantas
disposições à indulgência e à afeição?
Vi
com viva satisfação a boa impressão que guardou da pequena cerimônia da
renovação dos votos; espero que seja o começo de uma regularidade um pouco
maior em seus exercícios. Não deve tornar-se escravo das práticas da
Comunidade, devem ser sacrificadas quando a caridade o exige, deve-se também
ser bem exato a elas todas as vezes que é possível fazê-lo, sem prejuízo para
os deveres verdadeiramente imperiosos. A cooperação mais íntima e mais fraterna
do bom Sr. Deberly tornar-se-á para você um meio, espero, para chegar a
esse objetivo, e você haurirá nisso novas forças para fazer o bem às suas
queridas crianças e trabalhar à sua própria conversão. Não desanime nunca, caro
filho, nem pelas dificuldades de seus trabalhos, pois Deus o recompensará e lhe
dará sua ajuda, nem por seus defeitos que servem a se humilhar e o obrigam a
pedir muitas vezes o socorro de cima. Levante-se sempre, peça perdão a Deus, desculpe-se
se está vendo alguma falta contra a caridade, e, depois, retome sua caminhada,
como se nada tivesse acontecido. Assim fazendo, sempre se avança sem sair
do caminho certo, e, mesmo se acontecesse cair até o último dia, a gente se
reerguerá nos braços de Deus.
Abraço-o,
caro amigo, bem afetuosamente. Todos os nossos irmãos têm também por você um
terno apego e não o esquecem diante de Deus.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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