Problema
para a substituição do irmão Carment, retido à cabeceira de seu pai. Breves
notícias dos Perseverantes e da comunidade de Vaugirard.
Vaugirard,
19 de dezembro de 1857
Caríssimo
Senhor padre,
Queria
responder imediatamente à sua carta do dia 16, fui impedido por uma saída
indispensável. Além disso, o irmão Myionnet está em Angers para resolver um
assunto de família urgente, encontro-me um pouco mais carregado. As poucas
palavras que recebo de você hoje, com a carta anexada do irmão Carment, me
entristecem vivamente. Vejo seus embaraços e só acho meios insuficientes para
remediá-los. Parece-me bem difícil chamar de volta o irmão Carment, enquanto
seu pai permanece em perigo de morte. Ponho de bom grado à sua disposição, para
ajudá-lo durante esta semana, ou o irmão Alphonse [Vasseur], ou o irmão
Legallais, que são os mais firmes para a vigilância. Mas não me escondo a mim
mesmo, como você mesmo o prevê, que um irmão estranho à casa de Arras e
desconhecido das crianças não tem muita possibilidade de conseguir influência,
logo à primeira tentativa, sobre elas e de dirigi-las utilmente. Deixo-o julgar
o que será o melhor e coloco esse recurso à sua disposição. Não teríamos
hesitado, o Sr. Lantiez e eu, em nos privar, para ajudá-lo, do Sr. Myionnet,
por necessário que ele nos seja nas proximidades do Natal e para o movimento
geral da casa. Mas eu o esperava hoje e recebo dele, neste instante, uma carta
pela qual me anuncia que somente pode voltar terça-feira e mais provavelmente
quinta.
Respondo
somente por cima aos demais pontos de sua carta, não querendo atrasar o envio
desta. Rezamos bem cordialmente por seu retiro; procuramos, no meio da
atividade de nossas obras, não nos esquecer de que o principal socorro está na
oração e que, sem a graça, não podemos nada. A carta que me escrevera o Sr.
Carment era, como lhe disse, bem conveniente, mas não estou satisfeito de jeito
nenhum com esta que você me comunica. Terei o cuidado de avisá-lo disso em
tempo oportuno. Espero que a precipitação e a pena que sente dos sofrimentos de
seu pai possam diminuir um pouco o que há de repreensível na rudeza de suas
palavras; mas isso não é uma desculpa suficiente.
Fico
bem satisfeito com o fato de Paul Piard estar empregado somente como ajudante
para suas classes e não ter a direção de uma divisão. Esses jovens sujeitos
estão pouco demais aprumados, para conduzir sabiamente e sustentar as crianças
de uma classe; eles mesmos precisam ser sustentados e dirigidos, só se pode
tirar partido deles, com essa condição.
Receberei
com prazer notícias de Brice. Sua palavrinha de hoje não falando dele, espero
que ele vá melhor. O irmão Jean-Marie [Tourniquet] está acamado, não sei se sua
indisposição vai se agravar. O Sr. de Lauriston, como você pensa, descuidou de
seus negócios. Há seis meses, não recebe um vintém de suas pequenas rendas e
nos entregou somente as pequenas importâncias de que dispunha quando veio a
nós. Logo que receber alguma coisa, pensará certamente nas obrigações que tinha
aceito. Ele se desconcerta facilmente e, embora suas ocupações não sejam
enormes, se deixa facilmente embaraçar por elas.
Os
sapatos lhe serão enviados no começo da semana.
Fecho
esta carta um pouco às pressas, caro Senhor padre, para não perder o correio;
desejo vivamente que ela o encontre um pouco aliviado em suas dificuldades;
conte que faremos para ajudá-lo, do nosso lado, tudo o que pudermos.
Abraço
a você e a todos os nossos irmãos em Jesus e Maria e sou, com uma respeitosa
afeição,
Seu
devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
P.S.
Escrevo ao irmão Carment, que deixo à sua consciência o cuidado de abreviar sua
ausência o mais possível. Creio que se pode contar que ele não abusará dessa
faculdade e não perderá um momento. Ferdinand e Jules lhe oferecem seus
respeitos.
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