Conciliar
piedade filial e dever de estado. Regras para escrever a seu Superior, padre.
Vaugirard,
19 de dezembro de 1857
Caríssimo
filho em N.S.,
Nosso bom
padre Halluin me encaminha a cartinha que você lhe escreve para lhe expor a
dificuldade que teria em deixar seu bom pai no estado grave em que se encontra.
Ele compreende bem essa situação e não insiste. Respondo-lhe para colocar à sua
disposição algum de nossos irmãos temporariamente, mas acho, e ele mesmo parece
acreditar, que um irmão estranho à casa de Arras não poderá muito conseguir,
logo à primeira tentativa, grande autoridade sobre as crianças. É sempre
preciso um certo tempo para estabelecer sobre elas alguma influência, esse meio
não seria, portanto, de um grande socorro. Penso como você, caro filho, que
deve permanecer neste momento perto de seu bom pai, mas você vê o embaraço em
que se encontra o Sr. Halluin. Você só prolongará, portanto, sua estada em Amiens,
na medida em que perceber uma real utilidade. De bom grado, sobre esse
ponto, entrego à sua consciência a decisão: ela saberá conciliar o que você
deve a seus bons pais e o que suas outras obrigações podem pedir. O médico o
esclarecerá para tanto, se o estado de seu bom pai melhorasse sensivelmente. Em
todo o caso, rezamos a Deus, pedindo que socorra tanto seu caro doente como
seus bons parentes. Assegure-os de nossa viva simpatia e todo particularmente
de minha respeitosa afeição. Todos os nossos irmãos unem-se a mim para
abraçá-lo e lhe reiterar a expressão de seu cordial apego.
Adeus, meu
caro filho, levante muitas vezes seu coração para cima, todo socorro vem de lá;
invoque também sua bem-amada protetora, a Santíssima Virgem. Tenho a confiança
de que ela estará, em suas penas e dificuldades, bem perto de você.
Seu
afeiçoado amigo e Pai em Jesus e Maria,
Le Prevost
P.S. Achei
que o tom geral de sua carta ao Sr. Halluin era rude e não bastante respeitoso.
É um padre, um homem venerável por suas virtudes e o representante de Deus para
você. Chame-o em suas cartas, de Senhor e caro Superior, e não Caríssimo Padre,
o que é familiar demais e não bastante deferente. O Sr. Halluin não faz nenhuma
queixa, ele se esquece de bom grado de si mesmo. Essas observações são minhas,
unicamente.
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