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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 511 - ao Sr. Caille
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511 - ao Sr. Caille

O espírito de família e de caridade na Congregação. Um padre, próximo do Sr. Caille, pensa em entrar na comunidade. Para o Sr. Le Prevost, seria preciso que ele se doasse sem tardar “de coração e de efeito”.

 

Vaugirard, 3 de janeiro de 1858

 

 

Meu excelente amigo e filho em N.S.,

 

Recebi suas boas e afetuosas cartas para o dia de São João e o ano novo, assim como as pequenas epístolas de nossos queridos irmãos, e ao mesmo tempo também a carta de nosso bom padre Sr. Deberly. Tudo junto me causou uma doce satisfação, pelo bom espírito de afeição e de cordial caridade que reina dentro. Vivemos no mundo da caridade, e é bem natural que a tenhamos antes de tudo em nossa pequena família; digo-o com alegria, nossa família não está desprovida de caridade, graças a Deus. Tenho a confiança de que ela permanecerá nos mesmos sentimentos e , com o tempo, só fará aumentá-los e confirmá-los.

 

Vamos bastante bem aqui, fora de algumas pequenas indisposições que, espero, não se tornarão mais graves. As últimas notícias de Arras não estavam também desfavoráveis; a ausência do irmão Carment causa um pouco de sobrecarga para a casa, esperemos que a saúde de seu pai se torne menos inquietante e lhe permita voltar ao seu posto. Os dias que atravessamos nos incomodaram tanto, que mal encontro um momento para escrever-lhe estas poucas linhas; vou lhe escrever quando o forte do movimento do ano novo tiver passado. Quis somente agradecer-lhes a todos, sem mais tardar, por seus testemunhos de boa afeição, e dizer-lhes uma vez mais que todos os nossos sentimentos de vivo apego são e serão até o fim bem assegurados à nossa querida casa de Amiens. O Senhor, espero, dignar-se-á suprir minha insuficiência e derramará sobre vocês suas luzes, seus apoios e suas bênçãos, para suas almas como para todas aquelas que sua caridade deseja levar a Ele.

 

Lamentei muito ter visto pouco demais o Sr. Deberly, na curta visita que nos fez. O tempo nos faltou para bem nos entender; não pude penetrar bastante nitidamente em suas disposições para dar-lhe uma solução qualquer. Não estivemos bastante livres para nos entreter bem completamente. Espero que, por carta, possamos melhor nos entender. O fundo de meu pensamento é que ele deveria dar-se, desde este momento, de coração e de efeito, à Comunidade, reserva feita da vontade de Monsenhor o Bispo de Amiens, que não me parece, quanto ao fundo, ter querido impedir essa união, mas ter pedido somente que ela se fizesse aos poucos e com essa medida que pomos ordinariamente em nossa caminhada. Monsenhor deve ter entendido que o Sr. Deberly lhe pedia de uma só vez um exeat e um tipo de renúncia absoluta a dispor dele. Estou convicto de que, se o Sr. Deberly se tivesse limitado a dizer a Monsenhor que, tendo feito a experiência das obras de caridade e visto de mais perto as obras da Comunidade, ele persistia em pensar que poderia fazer o bem em união com ela, nosso bom Senhor teria respondido: “Pois é! Continue suas experiências e veremos.” É esse, para falar a verdade, o sentido de sua resposta; por isso, não tenho inquietude nem preocupação a esse respeito. Creio também que precisa tomar o espírito dessa resposta para regrar nossos relacionamentos com o bom Sr. Deberly, considerá-lo como um irmão e agir com ele, tendo-o como tal. Desejo vivamente que ele mesmo se sinta disposição igual a nosso respeito. A única dificuldade me parece ser no fato de o Sr. Deberly não se considerar bem da Comunidade enquanto não fez promessa formal, que o ligue a ela religiosamente. Parece-me que, a partir do dia em que alguém se doou de coração e de efeito a um organismo, com todos os seus meios possíveispertence realmente a esse organismo; que nosso bom padre faça assim, que se una a nós plenamente e sem nenhum pensamento de volta, com a única reserva das vontades da autoridade superior eclesiástica. Será verdadeiramente dos nossos sem, no entanto, se afastar da submissão que deve a seu Bispo. Tenho, aliás, a convicção de que, por ocasião de minha primeira viagem ou em qualquer próxima ocasião, o divino Senhor nos proporcionará os meios de obter do venerável Pontífice uma decisão plenamente favorável. Rezemos bem, a oração completará a obra começada e lhe dará sua perfeição.

 

A protetora do jovem Normandie nos escreveu que lhe tinha remetido o valor de sua pensão. Ficar-lhe-ei grato, na sua próxima carta, se me disser o valor em número da importância recebida por você, a fim de que saibamos como estamos nessa conta.

 

Adeus, meu excelente amigo, faça muitas afeições da nossa parte a todos os nossos irmãos. Lamento não escrever-lhes hoje; vou fazê-lo certamente mais tarde.

 

Seu amigo e Pai em Jesus e Maria,

 

                                   Le Prevost

 

P.S. Ofereça minha respeitosa lembrança ao Sr. padre Mangot.

 




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