Zelo do
Sr. Caille. O Sr. Le Prevost o modera em suas inovações. Cuidar para não
indispor o Bispado. Fortificar a vida de comunidade. Projeto de enxamear em
Angers.
Vaugirard,
8 de fevereiro de 1858
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Fico
sabendo com prazer que seus negócios o trarão em breve a Paris e nos darão a
ocasião de nos ver. Vivermos todos juntos seria um consolação doce demais,
devemos bendizer ao Senhor que nos proporciona ao menos alguns instantes de
reunião, para nos bem entender e combinar nossos meios de servi-lo melhor.
Li
com muito interesse os detalhes que você me dá sobre a adoração que fez
pela primeira vez em sua capela. Sei que é um meio bem edificante e bem capaz
de agradar a almas piedosas. Não tenho certeza, no entanto, de que lhe
teria aconselhado colocar essa prática santa em sua casa, devido a seus cargos
e a seu pessoal tão restrito. Vocês estão sendo ajudados agora por alguns
amigos de fora, mas, mesmo supondo que persistam fielmente em dar-lhes sua
colaboração, o conjunto dessa reunião e os cuidados que traz não deixam de
torná-la cansativa, nos tempos, sobretudo, em que se tem sobrecargas ou alguns
membros doentes na família. Agora que você começou esse piedoso exercício, que
parece desejar continuá-lo, não me sinto a força de me opor, mas acho bom
limitar esse assentimento ao presente ano, me reservando examinar com você,
mais tarde, se tem realmente forças suficientes para responder a essa obra
nova. Devo pensar que você cuidou de pedir ao Bispado a autorização que lhe era
necessária, para expor o Santíssimo Sacramento à noite. Você não receia que, no
Bispado, o vejam com certa inquietude começar exercícios não em uso na diocese,
e isso com o concurso de eclesiásticos que venero como você, mas que a
autoridade diocesana parece ter por suspeitos? Acho que você deve ser bem
circunspecto sob esse aspecto; eu não estaria longe de pensar que o acolhimento
feito por Monsenhor ao pedido do Sr. Deberly pode ter sido um pouco motivado
pela presença e influência desses eclesiásticos em sua casa. Observo, de meu
lado, que as disposições espirituais do irmão Marcaire são sensivelmente
influenciadas pelas aproximações com esses eclesiásticos; acho que, sem
ter, por enquanto, medida decisiva a tomar, você deve pelo menos agir em tais
circunstâncias com muita reserva e prudência.
Recebi
uma ótima e bem afetuosa carta do Sr. Deberly. Agradeça-lhe por mim, posso
dizer por nós, vou responder-lhe muito em breve. Recebi também
com prazer a pequena epístola de nosso irmão Marcaire. Assegure-o, assim como
ao irmão Henry [Guillot], de minha terna afeição. Não entendo, pela observação
acima, censurar os sentimentos expressos na carta do irmão Marcaire e peço-lhe
para não lhe dizer nada a esse respeito, esse reparo é para você unicamente e
para mantê-lo em atenção vigilante.
Começamos
alguns pequenos trabalhos para Angers; prometemos que, daqui a 18 meses, na
expiração do arrendamento da casa dos Carmelitas, enviaríamos a Angers um
pequeno começo de Comunidade, se os amigos do Sr. Choyer se organizassem para
comprar essa casa e nos instalar nela sem encargos de aluguel. De outra forma,
transferiríamos para Vaugirard a obra do Sr. Choyer e a sustentaríamos com ele,
na medida de nossos meios. Esse acordo obteve o assentimento total de Monsenhor
o Bispo de Angers que vai, acredito, favorecer os esforços que vão fazer para
adquirir a casa dos Carmelitas. Acho que essas disposições são as melhores que
possamos desejar.
Vamos
bastante bem aqui, espiritual e corporalmente; eu mesmo atravesso o inverno,
até agora, sem novidade, me deixando ir segundo a vontade de Deus e
esforçando-me por me manter em indiferença sobre seus desígnios para comigo.
A
cooperação constante do Sr. Deberly deve facilitar seus exercícios de
comunidade; faça com que os regularize o mais possível, e tenha toda a certeza de
que, quanto mais seus irmãos sentirem a vida comum, mais serão unidos a você e
fortes para servir com você o divino Senhor ao qual nos consagramos todos.
Adeus,
meu excelente amigo e filho em N.S., acredite nos ternos sentimentos de
Seuu
amigo e Pai
Le Prevost
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