Notícias
dos irmãos. Um postulante falta com a boa vontade necessária em comunidade. Espírito
de fé e de sacrifício. Prudência antes de se engajar mais longe com o padre
Choyer. Confiança, pois Deus é nosso Pai.
Vaugirard,
12 de março de 1858
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
O
irmão Augustin [Bassery], sem nenhum convite de nossa parte, mas de seu próprio
movimento, persiste em pensar que é vantajoso para ele antecipar-se à revisão,
para escolher seu corpo e assegurar para si uma melhor condição. Nós o deixamos
seguir esse caminho, que pode ser, com efeito, o melhor para ele. Fez, nestes
dias, seu jubileu, fez um tipo de confissão geral a nosso Padre Beaussier e,
usando dos privilégios do momento, foi ele dispensado de seus votos. Essa
última circunstância permanece ignorada pela Comunidade até agora. Esperamos,
para falar nela, que sua sorte seja fixada. Não é sem alguma tristeza que o
vemos se destacar assim, embora as coisas se resolvam sem quebra, mas
acreditamos que não há presentemente nele uma energia suficiente, para que se
sustente na vida de dedicação e de sacrifício que abraçamos.
Nosso
aspirante Jules nos parece estar no mesmo caso. Você verá, caro Senhor padre,
pelas poucas palavras que lhe escreveu, quais são suas disposições. Alega como
causa de saudade, o prolongamento de seu tempo de perseverança, mas o meio de
fazê-lo abreviar era mostrar-se dócil, durante essa temporada, e bastante
dedicado para dar confiança aos que o conduzem e levá-los a ligá-lo mais
intimamente à Comunidade. Não foi assim. Sem ser absolutamente mau, Jules
mostrava em geral pouca coragem e dedicação em seu trabalho, sua razão é bem
pouco firme e seu espírito mal esclarecido. Não podíamos, nesse estado,
admiti-lo na Comunidade e tínhamos necessidade de uma provação mais prolongada.
Se fizesse um esforço corajoso, não estaríamos longe de colocá-lo, assim como
dois ou três outros, um pouco mais perto da Comunidade, participando em alguns
de seus exercícios e em situação de espera mais marcada em vista de se unir a
nós, mas seria necessária essa boa vontade. Ele a terá? Posso duvidar.
Poderíamos, no entanto, fazer a experiência. Ele espera seu aviso, que influirá,
acho, sobre suas disposições.
Acho
que seus projetos sobre a organização de seus trabalhos e instalações são muito
bons. Não vi, por mim mesmo, a situação ruim do edifício ocupado por seus
meninos menores, mas o irmão Georges [de Lauriston], que me falava disso
ultimamente, pensava, como você, que não se poderia evitar muito tempo sua
reconstrução. Quanto à compra de alguns lotes de terra mais próximos de vocês
do que Dainville, é algo plenamente vantajoso, já que os fundos necessários lhe
serão dados.
Fico
sabendo com alegria que o pessoal de seus irmãos vai bastante bem; rezemos
muito ao Senhor para que se digne insuflar em seu coração essa fé viva tão rara
hoje em dia, o espírito de zelo e, sobretudo, esse amor do sacrifício, que é a
essência da vida religiosa. Todos pecamos, porque nos damos imperfeitamente.
Possa o Senhor nos aceitar, apesar de nossas resistências e vencer nossa
covardia à força de ternura e de ardente caridade. Vamos bastante bem aqui, a
Quaresma se desenrola em boa disposição, cada um a faz da melhor forma
possível, segundo suas forças. Trabalhamos um pouco nas oficinas em obras
enviadas de Angers. Ainda não sabemos bem até onde irá nossa participação
nessas obras. O projeto de nos confiar toda sua empreitada está sempre em via de
execução, mas vamos timidamente e passo a passo, com medo de sermos
sobrecarregados por uma empresa pesada demais. O Senhor parece, até agora,
proporcionar dia a dia a tarefa às nossas forças.
Não
tenho, há várias semanas, notícias de Amiens. O Sr. Caille, que nos tinha
anunciado sua visita, não veio. Espero que tudo vá bem. O Sr. Deberly é nosso
de coração. Algumas pequenas dificuldades ficam, que esperamos suprimir. Quando
o coração é dado, o bom Mestre se encarrega do resto. Se seu jovem seminarista
se juntasse também a nós, seria um grande benefício. Pedirei ao bom São José,
cujo mês estamos fazendo da melhor forma possível, para cuidar disso. Ainda é
preciso não propalar nada a respeito do Sr. Deberly, Monsenhor ainda apenas
deu meia-licença.
Adeus,
caro Senhor padre, vamos sempre humildes e pacientes, confiantes, sobretudo,
pois Deus é nosso Pai; vê nossos trabalhos, nossas necessidades, Ele nos
dará, na hora certa, o alívio e o socorro.
Abraço
a você e a todos os nossos irmãos; mil afeições respeitosas dos daqui aos de
nossa cara casa de Arras.
Le Prevost
|