Exercícios
de piedade para as crianças de Nazareth. Pagamento da pensão de um órfão.
Vaugirard,
16 de março de 1858
Caríssimo
amigo e filho em N.S.,
Começamos
a nos inquietar um pouco com seu silêncio. Esperávamos sua vinda nos primeiros
dias da Quaresma como no-lo anunciara, mas suas ocupações terão, sem dúvida,
impedido essa viagem, já que não tivemos a satisfação de vê-lo. Dê-nos notícias
suas, meu bom amigo, para que estejamos mais tranqüilos a seu respeito e sobre
tudo o que o cerca. Não lhe escrevemos, da nossa parte, porque sempre estávamos
na espera de sua chegada. Aliás, não tivemos nenhum fato notável nestes últimos
tempos; tudo anda como de costume, na Comunidade e nas obras. Os retiros
começam para a Quaresma e duplicam os trabalhos de nossos irmãos. Em Nazareth,
em particular, tentou-se uma pequena Quaresma para as crianças: duas vezes por semana,
a capela recebe, à noite, todas as crianças que se apresentam, e o Sr. padre
Hello lhes faz um pequeno exercício de cantos de cânticos, de uma instrução
seguida da bênção. Em uma das duas reuniões, há uma pequena distribuição, por
sorteio, de medalhas, de santinhos piedosos e de terços. Há de costume 250 ou
300 crianças nessas reuniões; estas servirão para prepará-las para o Jubileu;
tudo nos deixa esperar que resulte disso algum bem.
Nossas
oficinas vão bastante bem; o negócio de Angers, porém, sempre fica mal
definido, porque permanece incerto se o estabelecimento poderá ser mantido na
casa dos Carmelitas, onde está presentemente, ou se deverá ser transferido para
cá. Deixamos à Providência o cuidado de nos conduzir a esse respeito.
A
Senhorita Denis d’Amiens, protetora de uma de nossas crianças, o jovem
Normandie, nos escreveu ultimamente, em resposta à reclamação que lhe fazíamos
de diversos pagamentos, que ela os tinha feito nas suas mãos. Ficar-lhe-emos
gratos por nos dizer como você está a esse respeito. Segundo seu cálculo, ela
teria, em seus pagamentos sucessivos, pago em sua casa 475f, enquanto só encontramos
em nossos registros de receitas 325f, o que faz uma diferença de 150f, representando dois
trimestres da pensão do jovem Normandie. Se puder verificar esses números, nos
dará condições de tranqüilizar essa boa senhorita; achamos realmente, para nós,
que nossos registros estão certos.
Espero
que seus irmãos vão bem e que nosso caro Deberly, em particular, tenha
consumado bem sua união conosco. Suas boas e afetuosas disposições me
consolaram grandemente e me deram as melhores esperanças para o futuro.
Todos
os nossos irmãos lhe são sempre ternamente afeiçoados e rezam bem fielmente por
vocês todos; rezem muito também por nós e mantenhamo-nos bem perto uns dos
outros no Coração divino de nosso bem-amado Senhor.
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria.
Le Prevost
Respeito
ao Sr. padre Mangot.
P.S.
Nossa oficina de alfaiates é fracamente conduzida; os que temos em casa são
jovens demais e pouco demais maduros para realizar bem esse pequeno serviço. Se
o bom Deus, de seu lado, enviasse algum bom sujeito dessa profissão, seria um
grande bem para nós; rezemos, todo o nosso recurso está ali.
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