Não
permitir-se viagens inúteis. Fazer visitas de oficinas, sem ter medo das
observações. Dar tanto quanto se espera.
Vaugirard,
22 de março de 1858
Caríssimo
filho em N.S.,
Soube com pesar, por uma carta do Sr. Halluin,
que você estava constipado e soube depois, pelo Sr. Caille, que você estava em
Amiens para cuidar de sua saúde. Como você bem pressentiu, caro amigo, tive
certa pena vendo-o voltar tão cedo a Amiens e multiplicar suas viagens. Parecia-me
que era tomar um mau hábito, que nossos irmãos não tinham até agora, o uso de
ir tantas vezes para sua família. Procuramos também, de costume, cuidar de
nossos doentes bastante bem para que não tenham necessidade de sair da casa em
caso de indisposição. Em Vaugirard, não se poupa para isso nenhum sacrifício, e
notei com prazer que em Arras também, para os irmãos Joseph [Loquet] e Augustin
[Bassery] em particular, o Sr. Halluin cuidava que tudo o que podia ser-lhes
necessário lhes fosse amplamente dado. Acho, portanto, caro amigo, que teria
sido melhor ficar aí, ou, se você tivesse realmente necessidade de afastar-se
do lugar de suas ocupações para ter maior repouso, combinar com o
Sr. Halluin alguma temporada em Vaugirard. Estou certo de que, pensando bem
nisso, você mesmo teria tido o mesmo parecer e que foi em conseqüência de um
impulso primário que você sonhou em ir a Amiens. Portanto, caro amigo,
não o censuro por isso, quero somente fazer-lhe uma observação para o futuro.
Logo que você se sentir bastante bem para voltar para junto de nosso caro Sr.
Halluin, acho que será bom fazê-lo.
Não
temos doente aqui, graças a Deus; fomos poupados neste inverno; eu mesmo o
atravessei sem problema, com a condição somente de não sair. Todos os nossos patronatos
começam seus retiros, espero que tudo irá bem e dará frutos felizes; reze bem e
faça também rezar ao seu redor para que a messe seja preciosa diante de Deus.
Exorto-o
muito, caro amigo, a prestar-se às visitas de oficinas, com toda a boa vontade
e toda a cordial submissão possíveis. Você exagera para si o efeito de alguns
ralhos das crianças, isso se reduz, tenho certeza, a bem pouca atenção da parte
dos mestres que sabem o que valem, em geral, esses tipos de queixas. As
prevenções, se há, cairão, aliás, logo, desde que tiverem alguns
relacionamentos com você que, em geral, tinha sido bem sucedido com os
familiares e os mestres de suas crianças, quando cuidava do patronato. Enfim, e
acima de tudo, tenha confiança em Deus que acompanha seus servos, quando agem
em simplicidade, em obediência e em espírito de fé. Procure, caríssimo amigo,
penetrar-se cada vez mais com esses sentimentos, e acredite firmemente que o
Senhor estará com você em todos os seus trabalhos. A confiança nele ainda não é
bastante grande em nossos corações, e, no entanto, Ele proporciona suas graças
às esperanças de nossas almas; diga-Lhe muitas vezes esta amável palavra: In
te, Domine, speravi, non confundar in aeternum. [Em ti, Senhor, esperei,
não serei confundido para sempre].
Adeus,
caríssimo filho, serei bem feliz por vê-lo no retiro se o Sr. Halluin o enviar.
O momento ainda não é fixado, preparemo-nos para ele com bastante antecedência,
para que seu efeito seja maior e melhor assegurado.
Ofereça
meu respeito a seus bons pais e minhas afetuosas lembranças aos irmãos de
Amiens, se você ainda está perto deles.
Seu
afeiçoado amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
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