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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 532 - ao Sr. Halluin
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532 - ao Sr. Halluin

O irmão Carment deve vir a Vaugirard. O orfanato exige homens de autoridade. Conselhos impregnados de sabedoria e de prudência.

 

Vaugirard, 31 de março de 1858

 

Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

Ficamos bem tristes pelas dificuldades que você encontra em sua obra tão útil e tão meritória. São inerentes, sem dúvida, a uma tal tarefa, mas Deus, que as permite para sua santificação e a de suas crianças, não vai querer que prejudiquem seriamente o bem  que você almeja fazer. Espero que, após alguns dias de calma, suas crianças poderão continuar a receber provisoriamente os cuidados do irmão Carment. Parece-me que, para não derrubar a autoridade, nem arriscar-se a enfraquecer a disciplina, seria bom que ele guardasse seu posto até o retiro, se você que  possa fazê-lo sem risco de algum novo embaraço. De outra forma, como você pode melhor, no próprio local, julgar a situação e ver que partido tomar, deixo plenamente em suas mãos e a seu bom espírito a incumbência de resolver as coisas no interesse do bem. Receberemos o irmão Carment, em qualquer momento que você julgue bom mandá-lo de volta. Acho que ele poderá dificilmente responder a seus intentos. Não tem bastante domínio sobre si mesmo, para tomar a posição de autoridade calma e firme que deveria ter junto às suas crianças. É preciso reconhecer, aliás, que essa posição não é sem dificuldades e que exigiria um homem dotado de raras qualidades e de uma sólida virtude. Encontraremos esse homem? Não sei. Procuraremos, ao menos, com você, bem sinceramente, quais os recursos que pode ter nossa pequena Comunidade. Estaremos bem satisfeitos em vê-lo na semana do Bom Pastor. Acho que nosso retiro, salvo os casos imprevistos, poderia realizar-se na última semana de abril, quer dizer daqui a três semanas. Não vejo bem, somente, se você poderá ausentar-se com segurança, deixando para trás de si causas de inquietudes. Se achasse melhor enviar de antemão para o irmão Carment, não veria nisso, afinal, inconveniente absoluto; mas, você ausente e ele também, as crianças serão suficientemente mantidas e vigiadas? Você verá, a esse respeito, o que será melhor fazer.

 

Examinamos bem se tínhamos alguns meios úteis, para  arrumar emprego em Paris para Jules em boas condições. O irmão Georges [de Lauriston] cuidou disso também conosco. Estamos de acordo em pensar que nossa grande cidade teria muitos perigos para ele. Achamos, portanto, melhor dirigi-lo para seu lado. Não o consideramos, neste momento, bastante simples de coração e bastante capaz de se esquecer de si mesmo, para ser apto à vida de comunidade. Todas as exortações e conselhos do Sr. Lantiez, as do Sr. Myionnet e as minhas, não puderam impedir nele o espírito próprio, a necessidade de trazer as coisas para si, e procedimentos de camaradagem que tendiam constantemente a desviar nossas crianças de seu caminho de obediência e de confiança para conosco. Parece-nos necessário que ele amadureça na vida exterior. Ele fará, talvez, mais tarde sérias reflexões. Hoje, não achamos que se possa esperá-las.

 

Receberemos o Sr. Cousin quando você julgar bom enviá-lo, e nos esforçaremos por proporcionar-lhe um pouco de calma e de descanso, misturando em sua vida ocupações não cansativas demais e exercícios de Comunidade. Pareceria-nos desejável que ele viesse com costume leigo. De outra forma, seria um embaraço para dar-lhe tais funções que a necessidade pedir.

 

Para nosso pequeno Brice, acho que vale mais, como você pensa, que  não venha desta vez para o retiro. Veremos mais tarde como ficarão suas disposições.

 

Não posso ter um parecer bem fixo sobre o Sr. Daviron, porque não capto perfeitamente o mais ou menos de utilidade que pode ter para você sua colaboração. Há um inconveniente bem real, para dar um espírito a uma obra e aos que a conduzem, em agrupar elementos de diversas naturezas, pois não se saberia nunca chegar a unidade alguma. Parece-me também que isso é um exemplo pouco favorável para firmar as disposições do jovem eclesiástico que parece disposto a dedicar-se em sua obra. Por essas razões, acharia melhor que você andasse sem o Sr. Daviron, mas, repito, não sei o bastante se pode passar sem ele. Se sim, eu não hesitaria em acreditar que seria melhor partir para isso, posto que, após a temporada que passou em sua casa, ele poderia ser colocado convenientemente na diocese. Você, melhor do que eu, pode julgar o que é realizável e oportuno.

 

Adeus, caro Senhor padre, nossas penas e nossas dificuldades não me assustam nem me desanimam. Podemos pensar que nossas obras nunca serão isentas delas. Perseveremos em confiança, à força de orações, de paciência e de caridade, superaremos os obstáculos e colocaremos nossos trabalhos sobre o chão sólido da e da dedicação cristã.

 

Abraço a você e a todos os nossos irmãos bem afetuosamente e sou, como sempre, com respeito e terno apego,

 

Seu amigo e Pai em Jesus e Maria.

 

                                   Le Prevost

 




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