Anúncio do
retiro de Comunidade. Notícias das obras. A colaboração com o padre Choyer
reduzida a proporções razoáveis. O Sr. Le Prevost consulta o Sr. Caille sobre
as vantagens da união com a obra de Arras.
Vaugirard,
11 de abril de 1858
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
Esperava
sempre, seja sua visita, seja uma carta sua; mas nem uma nem a outra vindo,
escrevo-lhe duas palavras, para dar-lhe notícias nossas e anunciar-lhe o
momento de nosso retiro, que se realizará, definitivamente, no fim do mês.
Iniciar-se-á no domingo à noite, dia 25 de abril, e encerrar-se-á na
sexta-feira cedo, dia 30. Será dado pelo R. P. Renaud, jesuíta, antigo
Provincial, homem de alta experiência, santo e de grande instrução. Você verá,
meu bom amigo, se algum de seus irmãos pode vir. É uma boa ocasião para
revigorar-se espiritualmente e tomar um pouco de calma, afastando-se
momentaneamente de suas ocupações costumeiras.
Espero
que tudo vá bem em sua querida casa da rua de Noyon e que seu retiro do
patronato terá dado bons resultados. Em Nazareth, em Grenelle e em
Saint-Charles, nossos irmãos tiveram grande satisfação e frutos bem felizes.
Vamos bem igualmente em
Vaugirard. Muitas de nossas crianças têm gripes, dores de
garganta, febres de diversos tipos; resulta disso um pouco de cansaço para
vários irmãos. Nossas pequenas oficinas têm um andamento bastante feliz bem
também. O negócio de Angers se reduziu sucessivamente a proporções que o
tornarão acessível para nós e, espero, sem riscos inquietantes. O bom Deus,
como sempre, vigiou sobre nossos interesses, para nos impedir de empreender
coisas acima de nossas forças. Como é bom estar em suas mãos e não querer,
sinceramente, senão o que Ele quer! Sua sabedoria, então, dirige tudo e sua
potência e sua bondade vêm em ajuda à nossa fraqueza e à nossa incapacidade.
Portanto, permaneçamos sempre, meu bom amigo, em perfeita atitude de abandono e
de dependência em relação à sua graça e à sua adorável vontade.
Receberei
com alegria notícias de nossos irmãos, do irmão Henry [Guillot], em particular,
de quem não ouço falar muito há muito tempo. O irmão Jules [Marcaire] me
escreveu em último lugar e o Sr. Deberly também me deu alguns sinais de
lembrança. Acho que esse bom padre virá ao retiro, teremos grande prazer em recebê-lo. E
você, caro amigo, será que não o veremos, de um modo ou de outro, com um pouco
de tranqüilidade? Há muito tempo essa satisfação não me é dada.
Passei
o inverno sem problema, com a condição de ficar sempre em casa; a vida
sedentária me enfraqueceu um pouco, mas o sol vai me devolver minhas forças.
Todos os nossos irmãos o asseguram, assim como a sua casa, da seu terna
afeição; junto também a minha e, de todo o coração, sou, em Jesus e Maria,
Seu
devotado amigo e Pai
Le Prevost
P.S.
Há algum tempo, algumas pequenas dúvidas me vieram sobre as vantagens, para o
Sr. Halluin e para nós, de sua união com a Comunidade. Sua casa requer muita
ajuda, e só podemos assisti-lo fracamente. Só podemos, da nossa parte, esperar
encargos dessa associação. Esse último pensamento não é o que me preocupa,
sobretudo, mas, sim, a visão da insuficiência de nosso pessoal para amparar
convenientemente essa obra difícil e que, neste momento, recai quase inteira
sobre o Sr. Halluin. O Sr. Carment não tem êxito muito bom nela, por causa de
seu caráter violento: vamos ser obrigados provavelmente a mudá-lo depois do
retiro. Não o substituiremos sem pena, sem sacrifício para alguma outra de
nossas obras e ainda apenas chegaremos a um resultado bem imperfeito, porque
precisaria em Arras de homens, ou, pelo menos, de um homem dotado de raras
qualidades: calmo, firme, de uma dedicação sem limites, capaz de se impor a 80
jovens operários quase homens, que o governo paterno ou, antes, materno do Sr.
Halluin torna muito difíceis a conduzir por outros que não ele. O próprio Sr.
Halluin diz: “Amo minhas crianças como uma mãe, teria necessidade de alguém que
pudesse as conduzir e vigiar como um pai”. Penso, e os de nossos irmãos que
viram as coisas de perto pensam também, que a posição desse pai é bem delicada
e bem difícil. O Sr. Halluin pensou um pouco, acho, no Sr. Guillot; duvido que
ele tivesse o sangue-frio e a calma necessária para uma tal tarefa. Falo-lhe de
tudo isso confidencialmente, diga-me seu parecer.
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