Reuniões em casa de Montalembert. Próxima
vinda a Paris de V. Pavie.
Sábado, 9
de março de 1833
O Sr. Sainte-Beuve, que encontrei domingo passado à noite, meu caro Victor, em
casa do Sr. de Montalember29, (há algum tempo não achei espaço em
minhas cartas para lhe falar dessas reuniões do domingo) me informou, para
minha grande alegria, que você ia chegar, que ele o esperava daqui a poucos
dias, talvez amanhã, ou pelo menos pouco depois. Sem perder tempo, corro, eu,
desde o dia seguinte, além das pontes gritar a notícia ao Sr. Gavard e me felicitar
com ele. Em seguida, começo uma carta para você, a fim de lembrar-lhe que, à
sua escolha, você tinha aqui residência sempre pronta, ou na casa de um, ou na
casa do outro. Depois, refletindo que você preferiria seu antigo
domicílio, no pensamento também de que minha carta o cruzaria no caminho,
a rasgo e aguardo. Mas isso já dura vários dias. A inquietude me vem pelo fato
de ter concebido uma alegria antecipada e apressada demais. Ontem, estive na
passagem do Commerce [“prendre le vent30”] em busca de notícias; estão
esperando por você, mas sem aviso positivo seu. O Sr. Sainte-Beuve, por acaso,
estava na sala baixa. Ele se admirava de seu silêncio e me parecia menos
seguro. Essa longa exposição só tem um objetivo, meu amigo: quer dizer que toda
essa solicitude, essa espera, essas alegrias de seus amigos formam laço e
compromisso para você; que se seu pensamento de viagem está indeciso ainda,
devem arrastá-lo, que se fosse até para nascer, tudo isso lhe tira sua
liberdade e o obriga a querer, contra sua vontade. Venha portanto, meu amigo, a
exposição não poderia ir bem sem você, e talvez seja por isso, ela não vai
muito bem até agora. Mas, com você aqui, tudo será melhor. Pois, todos teremos
outros olhos para vermos, outros corações para sentirmos.
Aguardava, bem impaciente por vários motivos, uma carta sua Se você
demorar um pouco ainda para vir, escreva-me, lhe peço. Minha última carta
talvez lhe tenha desagradado, por excesso de confiança em um futuro que você
interpreta diferentemente, mas eu não saberia, de qualquer jeito, ver
diferentemente a coisa, em todos os sentidos. Sob todos os pontos examinados e
revirados, ela me traz sempre a mesma conclusão. Parece-me impossível que um
pouco mais cedo, um pouco mais tarde, o que todos aqui vemos tão bem em você
seja negado e desconhecido pelos outros cegos sem razão. Adeus, meu amigo, até
logo, espero. O Sr. Sainte-Beuve não tinha certeza se o Sr. seu pai
também chegaria. Seria dupla felicidade, mas se não devêssemos ter tudo,
que, pelo menos, não nos seja tirado tudo; repito para você, o aguardamos.
Léon Le Prevost
Se nossa casa da rua Cassette fosse escolhida por você, lembre-se que você
gozaria nela de uma inteira liberdade. Tenho duas entradas, duas peças
completamente separadas. Você seria dono em sua casa. Acrescento com perfeita
verdade que isso não teria para mim a sombra de incômodo nem de atrapalhação.
Veja isso e faça como quiser.
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