O padre Deberly não convém às obras de Amiens.
Que o Sr. Caille aja para com ele com prudência e firmeza.
Vaugirard,
10 de junho de 1858
Meu
excelente amigo,
Partilho
a pena que lhe causa o mal-estar existente entre o capelão de suas obras e sua
pequena comunidade. Duvido um pouco, para dizer a verdade, que esse mal-estar
cesse, porque ao Sr. Deberly falta, acho, experiência para bem ver e bem
assentar sua posição e que, por outro lado, não me parece trazer para as
obras o espírito de simplicidade e de abnegação de si mesmo, sem o qual não se
saberia estar satisfeito e esperar um bem real e contínuo. Acho, portanto, que
é preciso contar com uma separação próxima. Uma explicação franca e cordial
poderia, talvez, trazer um pouco de melhora momentânea, mas acho ter notado que
o Sr. Deberly, não por falta de sinceridade, mas por medo de não ver seu
sentimento partilhado, diz raramente tudo o que tem no fundo do coração. Aliás,
continuo persuadido de que a posição indecisa tomada por ele em sua casa é
muito difícil e que não a poderá sustentar.
Parece-me
que você deve, como está inspirado para isso, agir com muita prudência para não
praticar, de seu lado, atos condenáveis, mesmo que seja em aparência, mas que
não deve fazer esforço nenhum para reter o Sr. Deberly, se mostrar a intenção
de se retirar.
Não
prevejo dever ir neste momento a Arras. Nosso irmão Myionnet está sofrendo e
acamado há vários dias; não poderia, portanto, afastar-me daqui, a não ser por
uma razão grave.
Escrevi
ao irmão Carment, como você o desejava, que podia ficar em Amiens até
segunda-feira.
Quanto
ao jovem Tourniquet, deixo à sua sabedoria escolher o partido a tomar; não vejo
muito em Paris casa onde sua indisposição possa ser tratada. Só falei sobre
isso a seu tio Jean-Marie até agora e de um modo geral, mas faremos o que
depender de nós se seus tios de Amiens não virem meio algum de ser-lhe úteis.
Talvez o trabalho manual no campo lhe estaria saudável.
Não
escrevo hoje aos meus irmãos Jules [Marcaire] e Henry [Guillot], tenha a
bondade de assegurá-los de minha terna afeição; vou escrever-lhes logo que
puder dispor de alguns instantes.
Adeus,
meu excelente amigo, peço a Deus para abençoá-lo e à sua querida casa.
Seu
amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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