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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 548 - ao Sr. Halluin
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548 - ao Sr. Halluin

Impossibilidade de dar mais ajuda à Obra de Arras. Os encargos que pesam sobre cada um dos irmãos antigos. O Sr. Le Prevost consente em que o Sr. Halluin faça um apelo aos Irmãos das Escolas Cristãs para suas classes. Situação excepcional e provisória. Vida da Comunidade.

 

Vaugirard, 28 de junho de 1858

 

Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 

Sempre recebemos com viva satisfação notícias suas. Sua última carta, em particular, chegou a mim no momento em que ia lhe escrever, estando um pouco inquieto por não ter, há algum tempo, informações sobre sua saúde e sobre tudo o que nos interessa em Arras. Se não estivéssemos sustentados pela confiança em Deus e pela firme segurança de que sua bondade não nos abandonará, poderíamos inquietar-nos por vê-lo tão carregado e em tão grande escassez de meios para sustentar a obra santa que o Senhor lhe confiou, mas não podemos duvidar de que sua bondade, que a fez nascer para o bem das pobres crianças, não a sustente e não nos , no tempo que Ele escolheu, os socorros de que tanto necessitamos.

 

Todas as vezes que vejo mais vivamente por suas cartas a pressa em que você se encontra, faço uma nova inspeção de nosso pequeno rebanho de irmãos, peso e examino com nosso Conselho quais os recursos que poderíamos destacar para assisti-lo utilmente, e sempre chego à mesma conclusão, a saber, que o socorro verdadeiramente efetivo que seria preciso para você não pode, por enquanto, lhe ser dado. Muitas vezes o reconhecemos, você e nós, o que seria essencial para sua casa, seria um homem formado, tendo, com a piedade e a dedicação, a experiência e bastante conhecimentos adquiridos para substitui-lo, ao mesmo tempo junto à comunidade e junto a seus jovens, grandes e pequenos. Ora, você sabe, caro Senhor padre, os irmãos antigos, que seriam os únicos tendo, mais ou menos, a aptidão necessária para uma tal tarefa, têm todos sua função; e seu número tão restrito nem é suficiente para as nossas necessidades, sendo que já adiamos, há bastante tempo, a constituição da comunidade de Grenelle, por falta de um homem capaz de conduzi-la, por perto que fosse da casa de Vaugirard e qualquer que fosse o apoio que  pudesse encontrar nela. Em Vaugirard mesmo, os irmãos Myionnet e Lantiez não podem passar um sem o outro, tendo ao mesmo tempo o orfanato, os perseverantes, as classes, as oficinas e todo o movimento da casa, no interior e no exterior. Ocupado, quanto a mim, pelo conjunto de nossa pequena família e de seus relacionamentos para fora, só ajudo a obra de Vaugirard para certos pontos necessários. Se o Sr. Tabarie tivesse tido o pensamento de consagrar-se definitivamente ao serviço de Deus conosco, teria sido um meio de ajudá-lo um pouco melhor, mandando-lhe, no seu lugar um de nossos irmãos eclesiásticos. Até nesse caso ainda, você não teria tido plena satisfação, pois, de todos os nossos irmãos eclesiásticos, o Sr. Lantiez é o único que tenha uma verdadeira aptidão para conduzir as crianças e exercer autoridade sobre elas. É perfeitamente razoável, caro Senhor padre, que, não podendo assisti-lo como quereríamos, não ponhamos obstáculo, ao menos, a nada do que você acha útil para aliviar seu fardo. Não acho que haja inconveniente, fazendo com que venham Irmãos das Escolas para as classes de suas crianças; seria um elemento de ordem e de disciplina para elas. Nem precisa  dizer que isso não concorreria para constituir em sua casa uma pequena comunidade própria, que esse elemento estranho favoreceria pouco.  Mas o que fazer? Já que os recursos intrínsecos faltam, é preciso, então, recorrer aos que se encontram do lado de fora.

 

Lamento muito que o Sr. Tabarie sinta sua coragem abalar-se. Ele tem, certamente, as qualidades mais próprias para ter êxito em obras como as nossas. Apavora-se sem razão com as dificuldades. Não deve julgá-las pela situação em que se encontra a obra de Arras, por causa da insuficiência de seu pessoal. Com certeza, a posição não seria sustentável, se ela tivesse que continuar constantemente sendo o que é hoje e, por dedicados que fossem sacerdotes, concebe-se que não pudessem aceitar uma tal necessidade. Mas, se pode garantir isto: o Senhor não abandonará essa obra nem as outras, ele as assentará em condições normais onde cada um, sem exceder suas forças, poderá cuidar de suas funções e exercer generosamente, mas com moderação também, seu zelo e sua caridade. O papel dos irmãos eclesiásticos numa obra semelhante será, aliás, bem menos penoso, quando estiverem eficazmente assistidos por irmãos leigos, nas funções de vigiar e conduzir as crianças, como para todos os pormenores do material e da administração. É por esse ponto de vista que o Sr. Tabarie deveria julgar a posição, e não segundo as circunstâncias transitórias em que se encontra momentaneamente a casa de Arras. Em nossas outras obras, onde o pessoal é mais numeroso, ele teria encontrado seu livre assentamento e o exercício regular de seu zelo e de sua caridade. Desejo vivamente que não se precipite em sua decisão.

 

Não estamos vendo bem a função que daríamos neste momento a nosso pequeno irmão Brice; talvez valha mais aguardar para o mês de outubro. Daqui até lá, seus pensamentos se assentarão definitivamente, sem dúvida, e daremos toda segurança a respeito dele. Faremos também o que você achar melhor para o jovem Lamoury.

 

Adeus, caro Senhor padre, rezo com insistência ao Senhor para que conceda suas bênçãos e suas graças a você e à sua cara casa.

 

Abraço-o bem afetuosamente.

 

Seu amigo e Pai em Jesus e Maria

 

                                   Le Prevost

 

Todos os nossos irmãos se apresentam à sua boa lembrança e lhe oferecem sua respeitosa afeição, o irmão Cousin bem particularmente. Sua saúde começa a restabelecer-se. Ferdinand não vai mal presentemente, mas a consistência lhe faz falta. Sua Eminência veio, no dia 21, nos visitar e dar a Confirmação a nossas crianças. Mostrou-nos muita bondade. Daqui a alguns dias, temos a adoração das Quarenta Horas. O Sr. Caille veio visitar-nos nestes últimos dias, sua casa vai bastante bem, o Sr. Deberly fracamente: não irá muito longe nas obras, é o que receio. Nos primeiros dias de julho, o Sr. Myionnet ou o Sr. Lantiez irão a Cherbourg visitar um orfanato, sobre o qual nos foi pedido um parecer, na falta de outros apoios que não podemos dar. Em seguida, veremos se um de nós não pode dar-lhe uma pequena visita. Desejamos isso bem sinceramente.

 

 




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