A respeito dos irmãos de Arras. O Sr. Le
Prevost vai enviar o irmão Vasseur. Esperança de que Deus abençoará a Obra de
Arras.
Vaugirard,
30 de julho de 1858
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Tomamos
parte, de coração, nas novas tribulações que aprouve ao Senhor mandar-lhe, mas
temos a confiança de que sua bondade misericordiosa saberá tirar delas algo de
bom, como sempre acontece nas provações que Ele nos manda.
Creio
que suas vistas, a respeito do pobre irmão Joseph [Loquet], são as únicas
sábias e admissíveis: ajudá-lo com caridade a entrar em algum caminho, mas não
mantê-lo numa condição para a qual não parece ter uma força e uma virtude
suficientes. Por um momento, tive a idéia de que se poderia, talvez, tentar se
a estada em Vaugirard, onde ele não teria a ocasião de sair sozinho, não lhe
seria salutar. Mas, refletindo, vi que sua fraqueza o acompanharia em toda a
parte, que, mesmo em casa, acharia o meio de enganar nossa confiança, se
a delicadeza e sobretudo sua fé não fossem suficientes para retê-lo. Acho,
portanto, que não convém deter-nos nesse pensamento, já que as experiências do
passado bastam para indicar o que seria sem dúvida o futuro.
Para
vir imediatamente a seu auxílio, conto mandar-lhe, no decorrer da semana que
vem, o irmão Alphonse [Vasseur], que tem o costume da disciplina e da
vigilância sobre as crianças. Penso que poderá ser-lhe bem útil, quando,
aos poucos, tiver tomado posição e influência junto às crianças. Se for
oportuno que, daqui a um certo tempo, o Sr. Lantiez vá visitá-lo, para firmá-lo
e para combinar com você os meios de bem organizar suas classes, ele poderá
fazer-lhe uma visita depois da Assunção. Enfim, se o irmão Cousin estiver bem
descansado no mês de setembro, seria possível também que retornasse para sua
casa.
O
Sr. Lantiez me disse que você tinha resolvido com o Sr. Daviron que ele iria
pelo dia 3 ou 4 de agosto fazer um retiro, após o qual fixaria definitivamente
suas intenções, seja para entrar no ministério, seja para vir a Vaugirard. Acho
essa decisão absolutamente necessária, convicto como estou de que uma
comunidade não pode, de jeito nenhum, andar regularmente com estranhos. Só
penso coisa boa do Sr. Daviron e tenho por ele uma sincera estima. No entanto,
estou tão persuadido da necessidade de estabelecer doravante uma situação boa e
clara para nossos irmãos, que vou esperar, para mandar o irmão Alphonse,
o aviso da saída do Sr. Daviron. Portanto, ficarei grato a você, caro Senhor
padre, por me dizer em que época você pensa que deve começar seu retiro.
A
saída do irmão Alphonse vai atrapalhar alguns serviços aqui, notadamente o da
sapataria e do calçado; vamos prover a isso da melhor maneira possível. O Sr.
Lantiez me disse que Brauque parecia voltar ao pensamento de dar-se ao serviço
de Deus. Se se determinasse a isso definitivamente, a ocasião seria boa de
tomar aqui uma posição agradável para ele e útil para a obra. Você verá em
tempo oportuno, caro Senhor padre, se suas disposições são realmente nesse
sentido.
Não
estou abatido pelas dificuldades que surgem para nós, tenho boa confiança, a
obra de Arras é cara a Deus, e você mesmo, caro Senhor padre, é um de seus
filhos bem-amados. Ele será misericordioso para a obra e abençoará a você
e a suas crianças. Descanso nessa esperança, e estou com certeza de que ela
vive também no fundo de seu coração.
Responderei
ao pequeno irmão Brice; não posso responder ao irmão Thuillier que não me
escreveu, desejo muito que ele me mande algumas linhas.
Adeus,
caro Senhor padre, todos os nossos irmãos o abraçam comigo e partilham meus
sentimentos de respeito e de terno apego.
Seu
devotado amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
|