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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 501 - 600 (1857 - 1859)
    • 564 - ao Sr. Halluin
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564 - ao Sr. Halluin

Justo equilíbrio entre temeridade e timidez. Necessidade de uma fusão mais completa com a Congregação e de maior independência para com a diocese de Arras. Fraqueza das almas de nosso tempo.

                                                                                                     Duclair, 21 de agosto de 1858

         Caro Senhor padre e filho em N.S.,

 Mandaram-me de volta, para a casa de minha irmã, onde estou há alguns dias e onde me proponho a ficar ainda até sexta-feira, dia 27, a carta que você me escreveu, no dia 16 deste mês. Vi com alegria que você começa a se organizar e que seus serviços vão andar bastante, aguardando que o bom Deus digne-se dar-nos os meios de assentá-los de maneira totalmente regular. Creio que você agiu prudentemente ao tranqüilizar os que se preocupam, em sentidos diversos, com seus movimentos, mas não temos que nos  inquietar com isso, tudo cairá por si mesmo e todos os bons espíritos compreenderão, podemos esperá-lo, que você resolve seus negócios para o maior bem. É sábio, sem dúvida, que andemos com uma grande circunspeção, e aqueles que acompanharam atentamente o andamento de nossa pequena família podem dizer-lhe que nada é mais em seus hábitos do que a paciência e a temporização. Acho, no entanto, que devemos nos manter dentro de justos limites entre a temeridade e procedimentos por demais tímidos. Que poderiam objetar as pessoas a quem você diria: “Não posso, é evidente, conduzir, eu sozinho, uma casa de 180 pessoas. Após maduro exame, me determinei a associar-me aos irmãos de São Vicente de Paulo, que cuidam de obras análogas à minha. Mas é totalmente simples que essa associação me algumas obrigações ao mesmo tempo que algumas vantagens, e me imponha, notadamente, a necessidade de um intercâmbio e reciprocidade de serviços. Se os membros da comunidade chegam, um após outro e segundo as necessidades, para me prestar assistência, têm direito de me pedir à sua vez que, em certos momentos, eu possa dar-lhes um  pouco de ajuda. Não se assustem, portanto, se faço algumas ausências, deixem-me alguma liberdade em meus movimentos e tenham a confiança que o Senhor dignar-se-á, como pelo passado, socorrer-me para a conduta de minha obra.”

         Seria sobretudo para com Monsenhor que eu teria desejado que você tomasse posição mais nítida. No meu entender, sua confiança em  nós foi fraca demais até agora; daí uma certa indecisão em nossos relacionamentos, que não foi boa nem para sua obra nem para nós, já que, após três anos de união, não estávamos muito mais adiantados em nossa fusão do que no primeiro dia. Começamos a entrar um pouco mais francamente no caminho de uma união séria e efetiva, mas só poderemos avançar, com a condição de uma vontade um pouco firme e um andar mais francamente desenhado. Entrego plenamente à sua prudência o exame do tempo em que você poderá fazer algumas ausências, mais ou menos longas. Você poderá, caro Senhor padre, resolver isso com nosso bom padre Lantiez, quando ele for visitá-lo. Mas eu não saberia insistir demais sobre a necessidade de determinar nitidamente sua posição para com a Comunidade; de outra forma, mantida como em esconderijo numa posição indecisa e mal assentada, ficará incapaz de ajudá-lo seriamente e, após sacrifícios inúteis, só terá o pesar de não ter podido secundar uma obra tão linda e tão caridosa como a sua. Em resumo, parece-me que você poderia pedir a Monsenhor que  lhe desse ajudantes, para sustentar sua obra ou, então, que  lhe permitisse procurá-los, você mesmo, e que, neste último casoaceitasse as condições essenciais de toda associação para você, a saber: alguma dependência para com a Comunidade, alguma liberdade e algum desempenho frente à diocese. Tenha plena certeza, caro Senhor padre, de que, se não nos colocarmos assim, sentiremos inevitavelmente a impossibilidade de sermos úteis um ao outro; Deus dignar-se-á, espero, fazer-lhe partilhar neste ponto minha convicção profunda.

         Desejo bem vivamente que  possa tomar alguns dias de repouso. Eu me prestarei a todas as medidas que poderão dar-lhe essa facilidade. A alma e o corpo têm necessidade, cada um do seu jeito, de certos momentos de descanso e de calma, para se recolocarem em equilíbrio e tornarem-se seguros em seu caminho. Desejo vivamente, caro Senhor padre, que o bom Deus lhe esses momentos de repouso e de paz.

         Estamos, em Vaugirard, em grande movimento para a festa das Férias. Não pudemos evitá-la este ano, tendo despesas a pagar para a pequena capela da Salete, mas penso que não teremos mais essa carga bem perturbadora para o futuro.

        Acho com você que seria bom substituir Dainville por uma outra propriedade muito mais próxima de você.

        Quanto ao irmão Michel, talvez fosse difícil recusar-lhe um asilo, mas tenha certeza, caro Senhor padre, de que a aproximação de moços seguindo uma carreira fora, em condições acessíveis para os irmãos, sempre será uma tentação e um grande perigo para eles. As almas são fracas hoje em dia, devemos cercá-las de muitas atenções. Rezemos muito, a graça nos é bem necessária. Mas vigiemos também, pois o Senhor nos recomendou ambas as coisas. O irmão Joseph [Loquet] me tinha remetido, já faz um certo tempo, uma carta para você. Eu, infelizmente, a esqueci em meu bolso. Lamento-o muito, esse irmão não o esqueceu, sou eu que tenho sido negligente ou sem memória. O Sr. Hello, que está comigo aqui, se une a mim para assegurá-lo de nossos sentimentos de respeito e de terno apego em N.S.

         Seu devotado amigo e Pai em Jesus e Maria

                                   Le Prevost




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