Notícias de
Vaugirard. O Sr. Myionnet se restabelece. Renovação dos votos nas casas.
Estabelecimento de estatísticas e de um relatório anual sobre a situação das
Obras da Comunidade.
Vaugirard,
23 de novembro de 1858
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Você
tem, mesmo, motivo para queixar-se de meu longo silêncio. Eu me censurava
também por isso, mas, nestes últimos tempos, estivemos invadidos por uma
duplicação de ocupações em nossas oficinas, e por muitos trabalhos que tivemos
de mandar executar de diversos lados em casa. Por outro lado, o Sr. Myionnet, que
acompanha de costume a maioria desses serviços, ficou de cama, há perto de um
mês, por ter-se rompido um tendão na perna. Esse mal é sem perigo, mas sua cura
é demorada. Penso que, pelo fim desta semana, ele poderá levantar-se e andar o
suficiente para festejar conosco a festa de São Clemente, que se realizará no
domingo. Os antigos alunos da casa voltarão nesse dia, é uma ocasião para
reuni-los e ver como estão. Em Paris, é menos fácil encontrá-los do que
no interior: há alguns deles que mal conseguimos ver duas ou três vezes por
ano. O Sr. Myionnet agradece-lhe com ternura, assim como a nossos irmãos, pelas
suas boas lembranças por ocasião de sua festa. Ele queria escrever-lhes; se o
fez, anexarei sua carta a esta.
Fico
sabendo com alegria que tudo se mantém em nossa cara família de Arras. Vocês
são poucos, mas todo o mundo tendo boa vontade e prestando corajosamente sua
colaboração, andam firmes e bem unidos. Que o Senhor seja mil vezes bendito por
isso, e possa Ele mantê-los na paz e no amor de sua divina vontade.
Jean-Baptiste
tentou, de diversos lados, entrar em Comunidades ou Instituições, mas não
conseguiu. Ele não é ruim, no fundo, mas é presunçoso e pouco inteligente. Não
acho que tenha aptidões para a vida religiosa.
Tenho
o formulário para a aquisição projetada por você da casa no bairro. Vou mandá-lo,
com uma procuração, quando o momento tiver chegado.
Farei
o irmão Tourniquet pagar para mim, em prestação sobre a pensão de seu sobrinho,
os 52 francos que sobram da dívida da casa de Arras à de Vaugirard, a saber:
2
pares de sapatos (12f);
1 par de sapatos (8f);
54 bonés (32f,40),
o que faz um total de 52f,40.
Penso
como você, caro Senhor padre, que haveria vantagem em trocar a renda de 600f, legada a você pelo Sr.
de Bunneville, por uma importância paga em uma única vez. Se essa importância
fosse de 7 ou 8.000f, acho, até, que seria ainda bem aceitá-la.
Estou
bem de acordo que sua renovação dos votos se faça na sexta-feira. Em Amiens,
será assim igualmente; enfim, em Vaugirard, tínhamos também escolhido, como de
comum acordo, a sexta-feira para essa cerimônia de família. Estaremos,
portanto, todos juntos no mesmo dia, oferecendo-nos ao Senhor pelas mãos de
Maria. Possam todos os nossos corações, unidos pela caridade, constituir um só
no Coração do divino Jesus.
Pensamos
unanimemente aqui que seria bem útil que, a cada ano, constatemos entre nós,
num pequeno trabalho de conjunto, os trabalhos de nossa Comunidade. Para isso,
seria desejável que cada casa me mandasse uma nota ou relatório um pouco
detalhado, indicando a natureza das obras realizadas, os resultados espirituais
e materiais, o número de sujeitos aos quais foram úteis, enfim, um tipo de
justificativa, que pudesse nos edificar e nos encorajar,
testemunhando-nos que nossa pequena família, em suas diferentes partes, cumpre
sua missão com coragem e bom desejo, senão bem perfeitamente. Ficarei-lhe bem
grato, caro Senhor padre, se pensar nisso para nossa querida obra de Arras, que
não é nem a menos útil nem a menos interessante entre aquelas que o Senhor nos
confiou.
Abrace
por nós, por favor, todos os nossos irmãos e acredite nos sentimentos bem
afetuosos de
Seu
devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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