Trocas de
votos de feliz ano novo. Cartas se extraviaram. O padre Leleu entra na
Comunidade.
Vaugirard,
31 de dezembro de 1858
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
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agradecendo a você, assim como aos nossos caros irmãos Jules [Marcaire] e Henry
[Guillot], por seus bons votos por ocasião de minha festa e do fim do ano.
Nossos votos são recíprocos, você está bem persuadido disso, e, como se
traduzem constantemente em orações, não ficarão sem efeito para nós. Espero que
o Senhor se digne espalhar sobre você e sobre nossa casa suas abundantes
bênçãos e que Ele lhe dará essa paz que prometeu aos seus, essa paz que supera
todo sentimento. Peço-Lhe também muitas graças por suas caras crianças, objetos
de suas atenções e dos esforços de seu zelo.
Estou
muito surpreendido, meu bom amigo, pela observação que me faz de novo sobre a
raridade de minhas cartas. Devo presumir, pelas suas reclamações, que minhas
duas últimas não lhe chegaram. Não vejo explicação para tal fato, nunca até
agora nossas cartas se extraviaram. Respondi a todas as perguntas que você me
fez; para a admissão de uma criança, aconselhava-o a prometer ao Sr. Cacheleux
a primeira vaga; para o pano, eu me conformava a seu parecer e lhe pedia para
pedir 50 metros a 7f
50; juntava até, em minha carta, um pequeno pedaço desse pano com o número da
peça. Não encontro explicação alguma para o duplo desaparecimento de minhas
duas carta; veja, de seu lado, se parece-lhe ser compreensível.
O
Sr Myionnet está sempre muito impossibilitado e só anda com muletas,
penosamente, estamos, em conseqüência, mais carregados do que de costume;
nestes dias, eu me cansei, me ressinto disso presentemente e estou obrigado a
ficar de repouso. Só lhe escrevo, portanto, algumas palavras; se, pela
supressão de minhas últimas cartas, algum ponto recomendado por você não teve
solução, diga-me e darei satisfação.
Monsenhor
o Arcebispo nos deu definitivamente o Sr. padre Leleu, que lhe tínhamos pedido.
Ele celebrou a missa no dia da festa de São João em casa, entra em nosso grupo
no começo desta semana. Você bendirá a Deus por isso conosco: é uma feliz
aquisição para a Comunidade.
As
coisas vão bastante bem em Arras, o Sr. Halluin sempre se queixa, no entanto,
da insuficiência de seu pessoal, mas sua casa é tão pesada a suportar que nos
será difícil tão logo responder plenamente a todas as suas necessidades.
Adeus,
meu excelente amigo, abraço-os aos três bem ternamente no fim deste ano. Seria
doce para nós encontrarmo-nos um pouco reunidos e estarmos em família nestes
dias, em que se gosta de aproximar-se dos seus, mas nos reuniremos no Coração
de nosso divino Senhor e no Coração imaculado da Santa Virgem nossa Mãe. Ali,
estamos seguros de nos reencontrarmos em paz, felizes e bendizendo a Deus.
Escreverei
logo a meus irmãos Jules e Henry; um pouco de cansaço me impede de fazê-lo
hoje.
Seu
devotado amigo e Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
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