Os votos
exprimidos na festa de São João contribuem para fazer crescer a caridade
fraterna. O Sr. Halluin procura religiosas para sua comunidade. Por falta de
pessoal, o Sr. Le Prevost não pode fornecer-lhe ajuda para suas classes.
Vaugirard,
1o de janeiro de 1859
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
As
festas, minha saúde sempre frágil, e muitas sobrecargas de trabalhos me
impediram de responder-lhe mais depressa e de agradecer-lhe, assim como aos
nossos bons irmãos, por seus votos por ocasião da festa de São João e do ano
novo. Fiquei muito grato por isso. Essas marcas de afeição, quando vêm
sinceramente do coração, têm uma relação direta com a caridade e concorrem a entretê-la
e a aumentá-la. Quereria escrever-lhe longamente e compensar sua ausência e a
de nossos bem-amados irmãos, nesses dias em que se é tão feliz, por reunir-se
em família, mas mal tenho o tempo de me reconhecer, apertado como estou neste
momento por tantas obrigações multiplicadas.
Você
espera ao menos algumas respostas às perguntas interessantes que me colocou,
mas não o faria muito agora de cabeça descansada.
A
pergunta relativa às Irmãs não é de uma urgência absoluta, já que lhe são
deixados três meses para dar-lhe solução. Penso como você que será bom fazer
tudo quanto puder para guardar o socorro da Congregação que lhe dava ajuda,
visto que, no conjunto, o assistia muito. Se, após tentativa, você não tiver
êxito, acho que seria bom tentar de outra forma. Não penso que leigas, fora
raras exceções, lhe dariam garantia de suficiência e de estabilidade. Você
poderia fazer a experiência com algumas, se tiver em vista sujeitos de um
mérito real e de uma capacidade provada. De outra forma, melhor seria, acho,
recorrer a uma comunidade. Se você não conhecesse nenhuma que lhe conviesse,
poderíamos aqui fazer algumas buscas. Mas pareceria-me totalmente desejável que
os irmãos não tivessem relacionamento algum com as Irmãs. Aqui, determinamos as
coisas assim, e estamos satisfeitos com isso.
No
que diz respeito a suas classes, entendo suas dificuldades, mas não vejo que
tenhamos possibilidade de dar-lhe um socorro imediato. Neste momento, o Sr.
Myionnet continua sendo incapaz, ele só anda, penosamente, de muletas, e tudo
nos deixa temer que ele continue assim ainda durante bastante tempo. O Sr.
Lantiez, muito cansado, se arrasta e parece ameaçado de alguma doença. Fica de
cama, depois, se levanta e recai. Ser socorrido por gente de fora tem muitos
inconvenientes da parte dos Irmãos das Escolas sobretudo. Um leigo não
apresentará muito menos em muitos aspectos. Mandar-lhe um novo perseverante não
teria vantagem alguma: esses meninos, amparados aqui por seus apoios
ordinários, vão muito bem sob nossos olhos, mas, longe e isolados, enfraquecem
e são pouco úteis. Parece-me que o melhor meio seria confiar as classes dos
escolares como as dos aprendizes aos irmãos Alphonse [Vasseur] e Cousin
assistidos, o último, pelo irmão Thuillier, o outro pelo jovem Georges. Já que
as classes dos aprendizes e dos escolares não são muito demoradas e realizam-se
em horários diferentes, nada impediria que fossem feitas pelos mesmos mestres.
Com um plano de estudos que o Sr. Lantiez poderia montar, os irmãos Vasseur e
Cousin, secundados pelos dois outros, poderiam sair-se bem. Se alguns serviços
materiais estivessem em más condições por isso, seria bem mais fácil
remediar com algum agente de fora. Não vejo nada melhor, caro Senhor
padre, por enquanto; talvez, com um pouco de paciência, o Senhor nos dará
outros meios.
Adeus,
caro Senhor padre, todos os nossos irmãos lhe oferecem suas respeitosas
afeições.
Abraço-o
em nome de todos.
Seu
amigo e Pai em Jesus e Maria.
Le Prevost
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