O Sr. Le
Prevost alegra-se pelo bom entendimento que reina entre eles. Agradece por seu
zelo. Oração e humildade agradáveis a Deus. Presença divina no coração de seus
esforços.
Vaugirard,
16 de fevereiro de 1859
Caríssimos
filhos em N.S.,
Há
tanto tempo não lhes escrevi que devem ter posto de lado toda lembrança de seu
velho amigo, se escutaram somente a estrita justiça. Mas, como a caridade
supera tudo entre nós, ainda espero que recebam com boa vontade estas poucas
linhas, por tardias que sejam. Vocês me escreveram, caros e bem-amados filhos,
doces cartinhas que produziram todo o seu efeito, já que desejavam vivamente
que me fossem agradáveis e me assegurassem de seus sentimentos afetuosos por
mim e por toda a nossa pequena família. Aqui, nós lhes estávamos retribuindo
bem o mesmo pelo coração e aos pés do Senhor, sobretudo, a quem entregávamos o
cuidado de derramar sobre vocês todos os bens que lhes desejávamos. Fico sabendo
com alegria que nossos votos não foram estéreis, que a graça de cima não lhes
faltou, que a paz reina em suas almas e a boa harmonia em todos os seus
relacionamentos. Que o divino Mestre seja bendito por isso! Que lhe sejam dadas
graças também pelo auxílio que lhes dá visivelmente em seus trabalhos, já
que, no meio de suas dificuldades e da insuficiência ordinária de suas forças,
vocês obtêm, no entanto, felizes frutos. É que a oração e a humilde confissão
de nossa fraqueza sempre agradam ao Senhor, que vem, então, na sua misericórdia
ao nosso socorro. Humilhemo-nos, portanto, sempre, caros amigos, e, se nossa
incapacidade, nossos sucessos imperfeitos demais, nossas quedas até, têm esse
efeito de nos abaixar aos nossos próprios olhos e de pôr todo o nosso recurso
em Deus, não nos aflijamos com a imperfeição de nossos trabalhos, com as trevas
de nosso pobre espírito, com as inconstâncias de nosso coração. Se tudo isso
nos abaixa, é de Deus, é um dom: que Ele seja bendito para sempre por isso.
Assim é, caros filhos, que vocês se consolarão em suas penas: vocês
reconhecerão nelas a cruz e, à sua vista, reencontrarão a segurança e o repouso
de suas almas. Digo essas coisas, caros amigos, olhando sua pequena casa, pois
a verdade desse pensamento se realiza bem ali: vocês não podem bastar para
nada, tudo o que executam nunca realiza mais da metade de seus planos, seus
exercícios são interrompidos, suas comunicações e conselhos são sempre
apressados e breves demais, e, no entanto, vocês ficam firmes, constantes em
sua vocação, empenhados com coragem em suas obras e sinceramente dedicados ao
serviço de Deus. Vocês não estão sozinhos, evidentemente, Ele está perto de
vocês, Ele opera em vocês e põe sua força em ajuda aos seus humildes esforços.
Oh! mais uma vez, que Ele seja bendito por isso, e possa Ele guardá-los assim
sempre em sua misericórdia e em seu amor!
Abraço-os,
caros amigos, bem ternamente e sou, em Jesus e Maria,
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
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