Insuficiência
do pessoal. Apraz a Deus nos fazer andar a pequenos passos. É preciso homens de
abnegação. Notícias dos irmãos. Um primeiro irmão alemão.
Vaugirard,
19 de fevereiro de 1859
Caro
Senhor padre e filho em N.S.,
Examinamos,
bem cordialmente e em todo sentido, se tínhamos presentemente alguns
recursos para dar assistência ao pessoal de suas classes. Não achamos nada de
praticável. Os homens totalmente formados para esses tipos de empregos não
chegam muito a nós, e os que nós mesmos formamos são jovens demais, para que
possamos, com segurança, afastá-los tão cedo da casa. As tentativas que fizemos
nesse sentido não tiveram êxito, como o experimentamos ainda atualmente. Acho
que não convém usar mais esse meio, neste momento. Só vejo, portanto, como
recurso fazer vir um estranho para ajudar nas classes, se não preferir
definitivamente levar uma parte de suas crianças à casa dos Irmãos, como o faz
o Sr. Caille. Lamento sinceramente não poder dar-lhe um apoio mais eficaz, mas
não poderíamos ir mais depressa do que Deus quer. Apraz a Ele que todas as
nossas obras permaneçam numa absoluta dependência de seu socorro, andem a
pequenos passos, se fundem na privação e na paciência. Aceitemos as disposições
de sua divina Sabedoria e esperemos que aqui, como sempre, a cruz apenas seja
para nós um sinal de graça e de bênção.
Viera
a nós, nestes últimos tempos, um irmão [Charles Petit] de idade madura, 33
anos, próprio para as classes, mas não perseverou e nós mesmos não tínhamos
desejo nenhum de guardá-lo, não encontrando nele, de jeito nenhum, o espírito
religioso, a abnegação e a disposição de se prestar a todo bem, como se
deve ter entre nós. Esperamos dois outros irmãos, mas são jovens e deverão ser
formados, antes de tudo, para o tipo de vida que seguimos. Anunciam-nos um terceiro,
que deve vir no mês de abril ,de Colonha. Ele não sabe o francês de jeito
nenhum; serão as primícias das nações estrangeiras. Ele vem com o desejo de
fazer algum bem aos pobres alemães, em tão grande número em Paris, e para
começar o laço entre nós e as almas dedicadas que sentem, na Alemanha, simpatia
para nossa obra. Parece que ela começa a ser um pouco conhecida por ali.
Empenhamo-nos,
na medida do possível, em incitar aos estudos das classes os que podem ter
aptidão. Com um pouco de tempo, chegaremos a formar sujeitos; mas,
infelizmente! o futuro, sinto bem isso, não faz nada para o presente.
A
pequena comunidade de Grenelle se funda bem. Vamos também bastante bem nos
outros lugares. Que pena! não posso dar-lhe, caro Senhor padre, um pouco de
ajuda, para que você também possa dizer: “Tudo vai bem!” As informações que me
mandou me bastam e me interessaram muito. Obrigado! Espero que, aproximando-as
mais tarde das que você me mandar em outros anos, sirvam para constatar
seus progressos e as constantes misericórdias do Senhor.
Abraço
a você e a nossos irmãos em Jesus e Maria.
Le Prevost
P.S.
A carta do irmão Alphonse [Vasseur] me deixa pensar que você guarda Georges
quase a contragosto; não hesite, caro Senhor padre, em me dizer isso, se deseja
que o chamemos de volta imediatamente; pensava que, para não desanimá-lo
inteiramente, seria melhor aguardar até o retiro, mas deixo inteiramente esse
caso a seu juízo.
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